A sesta, ou aquele cochilo após o almoço, é uma prática comum em muitos países e oferece vários benefícios à saúde, desde que realizada com moderação. Estudos, incluindo um publicado na revista “Sleep Health”, mostram que cochilar durante o dia pode ser benéfico para o cérebro e o coração. No entanto, a duração e a frequência desse descanso são cruciais para maximizar os benefícios e evitar riscos à saúde.
Benefícios da Sesta
A pesquisa indica que, quando feita de forma moderada, a sesta pode retardar o envelhecimento cerebral. Estudos conduzidos pela University College London e pela Universidade da República do Uruguai mostram que pessoas que tiram cochilos regulares apresentam um maior volume cerebral total, o que está associado a um menor risco de desenvolver demência e outras doenças neurológicas. Esse impacto positivo pode corresponder a uma desaceleração de 2,5 a 6,5 anos no envelhecimento do cérebro, o que é especialmente benéfico para os idosos, ajudando a combater o declínio cognitivo relacionado à idade.
Além disso, uma sesta curta pode melhorar a saúde cardiovascular. Pesquisadores suíços descobriram que cochilos uma ou duas vezes por semana estão associados a um menor risco de doenças cardíacas. Portanto, uma soneca ocasional pode ser uma prática saudável para o coração, desde que não se torne um hábito diário.
Tempo ideal para a sesta
O tempo dedicado à sesta é um fator crucial. Estudos indicam que cochilos curtos, de 20 a 30 minutos, são ideais. Esse intervalo é suficiente para proporcionar descanso sem levar a um sono profundo, o que pode causar cansaço ao despertar e prejudicar a produtividade. Cochilos que ultrapassam esse período podem resultar em um estado de inércia do sono, diminuindo a sensação de bem-estar e afetando a produtividade. Além disso, cochilos prolongados, especialmente em idosos, podem estar associados a um maior risco de desenvolver Alzheimer, de acordo com um estudo publicado na revista *Alzheimer’s and Dementia*. Cochilos longos também podem estar ligados a outros problemas de saúde, como hipertensão e derrame.
Quando a sesta pode fazer mal?
Apesar dos benefícios, a sesta não é isenta de riscos. Pesquisas realizadas na China e no Reino Unido indicam que cochilos frequentes ou prolongados podem aumentar o risco de problemas de saúde, como hipertensão e acidente vascular cerebral. Pessoas que cochilam diariamente têm 12% mais chances de desenvolver pressão alta e 24% mais risco de sofrer um derrame.
Esses problemas podem estar relacionados a outros fatores, como noites mal dormidas ou condições de saúde pré-existentes, como insônia ou apneia do sono. De acordo com o especialista Michael Grandner, da Universidade do Arizona, aqueles que têm dificuldade para dormir à noite muitas vezes tentam compensar com cochilos diurnos, mas essa estratégia não resolve os problemas causados por uma noite de sono ruim.
Para aproveitar os benefícios da sesta sem enfrentar os riscos, o ideal é manter a moderação. Cochilos curtos, de 20 a 30 minutos, uma ou duas vezes por semana, podem promover um cérebro mais jovem e um coração mais saudável. Sestas prolongadas e diárias podem indicar problemas de sono ou de saúde mais graves.
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