Juliano Amaro da Silva Paula de 44 anos já trabalhou como socorrista, mas até 38 dias atrás, exercia a profissão de porteiro no Edifício Spot, na cidade de Marília SP.
No dia 1º de fevereiro, por volta das 23:30, Juliano estava jantando quando ouviu um barulho muito forte, ao olhar pela janela ele ainda viu o carro capotando e atingindo outro carro que estava no cruzamento, logo em seguida, Juliano ouviu gritos de crianças e foi correndo ajudar. “Quando eu ouvi as crianças gritarem, saí de imediato. Eu tenho três filhos então foi uma coisa automática” afirmou.
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Com conhecimentos em primeiros socorros, Juliano sabia que poderia fazer uma grande diferença para a família acidentada enquanto as ambulâncias não chegavam. “Na hora que eu fui sair correndo, a cadeira chegou a bater na mesa e minha comida caiu chão. Eu só conseguia pensar em ajudar aquelas pessoas”, diz ele.
Juliano foi direto para o carro em que ouvia as crianças gritando, como elas não apresentavam risco de vida, ele correu para o carro que capotou. “Eu entrei no carro e não vi ninguém. Olhei para os lados, para ver se a pessoa tinha sido lançada fora, mas ele não estava lá. Então dei a volta, quebrei o vidro de trás, entrei por trás do carro e achei a vítima, um homem de 41 anos”, relata. “Ele estava em uma posição muito ruim, sobre o próprio pescoço. Se demorasse o socorro, ele seria prejudicado. Então, como sou socorrista, eu coloquei ele em uma posição melhor para não causar danos a possíveis fraturas na coluna. Ele estava desacordado, sangrando muito e aspirando esse sangue”
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Juliano ainda realizou manobras para despertar a vítima, e ligou para o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), enquanto aguardavam a ambulância, Juliano conseguiu fazer o homem despertar.
“Coloquei ele na maca, ele se encaminhou para o hospital e eu subi para o prédio para me lavar. A todo tempo eu olhava a portaria para ver se tinha algum movimento de morador, mas naquela hora não havia ninguém” Juliano completou que todos os moradores têm uma tag para entrar e sair do edifício que ficou com as portas fechadas.
No dia seguinte Juliano descobriu que havia sido demitido, porque segundo a administradora do condomínio, o porteiro não pode deixar seu local de trabalho em momento algum. A empresa também não aceitou pagar os benefícios, disse que ou ele pedia demissão, ou seria demitido por justa causa.
Juliano passou 38 dias desesperado por não estar conseguindo sustentar sua família e três filho, sua sorte mudou quando divulgaram seu ato de heroísmo e a história viralizou, ele já recebeu diversas propostas de emprego, o auxílio de um advogado para processar o condomínio e muitas doações de dinheiro e cestas básicas.
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Procurados pelos jornalistas, a administradora do condomínio alegou que Juliano passou tempo demais longe da portaria, Juliano disse que ficou mais tempo para ajudar a família que estava em estado de choque e não conseguia nem pedir um carro para levá-los até em casa.
E aí, o que achou do ato de heroísmo de Juliano? Acha que o condomínio tem razão em demiti-lo por abandonar a portaria? Conta pra gente nos comentários!