Dani Calabresa havia sido cortada de um programa na Globo, o “Fora de Hora”, antes de denunciar Marcius Melhem por assédio sexual e este teria sido mais um fator que contribuiu para a insatisfação dela com o ex-diretor. Em março de 2019, foi iniciado o projeto do novo humorístico. O programa, que satirizava o noticiário, era muito semelhante ao “Furo MTV”, apresentado por Calabresa e Bento Ribeiro na emissora MTV, entre 2009 e 2013. Foi nessa época que a humorista ficou famosa.

Testemunhas disseram que Calabresa demonstrou muita insatisfação com a criação do novo programa. Isso porque Melhem “acabou transformando o projeto em algo bem distante do original“. Outro motivo foi a notícia de que ela apresentaria a atração com Paulo Vieira, e não com Ribeiro.

Alguns membros da equipe ameaçaram deixar o projeto caso Dani Calabresa continuasse. Melhem, então, avisou que a humorista estava fora dos planos, e que Renata Gaspar ficaria com a vaga. Em setembro de 2019, o “Fora de Hora” foi aprovado pela Globo. A partir daí a relação entre Calabresa e Melhem desandou. Dias depois, Calabresa foi ao DAA (Departamento de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico) e o acusa de assédio moral.

Em Outubro, Melhem escreveu para ela dizendo que lamentava que ela tenha ficado fora do projeto. Já no final de Novembro, quando soube que também não havia sido selecionada para o especial de humor fim de ano “A Gente Riu Assim”, ela voltou ao DAA para denunciá-lo também por assédio sexual. O programa “Fora de Hora” esteve no ar no primeiro trimestre de 2020 mas foi encerrado, assim como o núcleo de humor da Globo, que era comandado por Melhem.

Em seu depoimento à Polícia Civil, Calabresa acusou Melhem de assédio moral e de ter impedido que ela participasse de dois programas: ela teria sido chamada para um papel de destaque em uma série de Miguel Falabella, em 2015, e para apresentar um programa no canal GNT, em 2016.

Nos autos do processo estão os e-mails que foram trocados sobre os convites feitos a ela. Estão em cópia nas mensagens, além de Melhem, os diretores Maurício Farias e Cininha de Paula, bem como Barbara Lafeta e Monica Albuquerque, ambas do DAA. Albuquerque afirma que Calabresa aceitou o papel da série de Falabella sem falar com ninguém, porque foi procurada diretamente por Cininha de Paula “ela está errada, isso não pode“. Quem vetou a participação de Calabresa foi o DAA e não Melhem.

Quando procurado pela coluna, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que representa Calabresa, afirmou que não se manifestaria “porque o processo segue em segredo de Justiça”. Os escritórios Oliveira Lima & Dall Acqua Advogados e Técio Lins e Silva, Ilidio Moura & Advogados Associados informou que “Marcius Melhem segue afirmando que o sigilo não o favorece, e que por ele tudo seria aberto, às claras e transparente. Mas, enquanto houver sigilo, ele será respeitado“.

A Globo informou que não tolera nenhuma forma de assédio e tem um código de ética, que deve ser seguido por todos os colaboradores em todas as áreas da empresa e que possui uma ouvidoria pronta para receber qualquer tipo de denúncia de violação das diretrizes da empresa. Afirmou ainda que não poderia dar detalhes do processo de apuração por causa do sigilo assegurado aos colaboradores.

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E-mails mostram veto à participação de Calabresa em série e programa no GNT:

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