No ano passado, o ex-galã da TV Globo e protagonista da série ‘Cidade Invisível’, da Netflix, Marco Pigossi anunciou publicamente que é um homem gay. Desde então, o ator sente que deixou para trás o estereótipo de “persona hétero” o qual lhe foi imposto, segundo contou em entrevista ao jornal O Globo.

Ainda assim, Marco contou que o processo até a liberdade foi cercado de solidão e sofrimento, sem ter com quem pudesse desabafar. “Eu rezava, pedia a Deus para me consertar. A homofobia é tão enraizada que, por mais que a gente assuma, ainda vai lidar com o preconceito interno“, iniciou ele.

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Vesti a máscara heterossexual, sempre fui observado pela beleza. Fiz esse personagem hétero para me esconder, o que deixou minha vida mais confortável“, analisou. “E sou branco, privilegiado, classe média, filho de médicos. Imagina quem está na favela, é negro…”

Na escola também não era diferente: Marco não descia para o pátio durante o recreio nem participou da viagem de formandos, transformando o teatro em sua válvula de escape. “Conheci corpos gays ali. Era um alívio deixar de ser eu. O que era uma fuga, mas carregada de carga cultural, do despertar como pessoa“, relatou o ator.

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Hoje, Marco está em um relacionamento sério com o cineasta italiano Marco Calvani, que o ajudou a se descobrir. Mesmo assim, ao apresentá-lo para a família não foi uma tarefa fácil. “Com meu pai, é sempre tenso, não há naturalidade. É distante do universo dele, que é eleitor do Bolsonaro“, disse.

Não que ele ache que ser gay é falta de porrada, mas se vota num candidato desse… Existe um ideal político que distância a gente. Ele nunca vai me pegar pelo braço e se unir nessa causa. Diferentemente do amor incondicional da minha mãe“, concluiu Marco.