Letícia Ramos, de 31 anos, ganhou o apelido de ‘Rainha da Maizena’ por ter um cardápio nada convencional, sendo obrigada a comer 20 kg de amido de milho por mês. A jovem mineira, nascida em Uberaba, carrega consigo o diagnóstico de uma doença rara chamada glicogenose.
Ela foi diagnosticada com apenas 2 anos e meio, após sofrer com episódios de hipoglicemia e convulsões, além de exibir uma pele esverdeada. Seus pais ficaram preocupados e, depois de algumas internações e consultas sem sucesso, as biópsias mostraram que Letícia tinha glicogenose do tipo 9C.
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Hoje em dia, a mineira tem uma rotina bem diferente e a cada três horas precisa beber um copo de água com amido de milho dissolvido para controlar a doença. Além disso, Letícia usa as redes sociais para compartilhar sua experiência e ajudar pessoas que podem carregar essa condição sem saber, acumulando mais de 10 mil seguidores no Instagram e 38 mil no TikTok.
“Se eu não tomar em determinado horário, posso ter hipoglicemia severa, desmaiar e, em casos mais sérios, ficar em coma. Também não posso ficar muito tempo em jejum, pois sei que sofrerei com os sintomas da doença“, relatou a jovem em entrevista ao UOL.
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Entenda a doença
Também chamada de Doença do Depósito de Glicogênio, a glicogenose é caracterizada pela deficiência de uma enzima que afeta a quebra da molécula da glicose nos músculos e no fígado. Com essas alterações no metabolismo, a pessoa que carrega essa condição não tem a energia necessária para o organismo durante o dia.
Por ser considerada rara, com uma frequência global de um paciente a cada 25 mil pessoas, a doença ainda não tem cura ou um tratamento específico. O remédio mais comum é o amido de milho cru, que controla a glicemia e deve ser calculado de acordo com o peso da pessoa.
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Além disso, os pacientes também devem seguir uma dieta bastante restrita, sem consumir lactose, frutose ou sacarose. “Até hoje não posso consumir bebida alcoólica, produtos industrializados, gordura e várias outras comidas. O meu fígado trabalha com muita dificuldade por causa da falta de enzima para quebrar a glicose“, completou a mineira.
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