Shape Shifter fez uma lista longa sobre as reclamações de sua transição de gênero. Além de perder os interessados que gostam de se relacionar com travestis, ela também perdeu o impulso sexual com os hormônios femininos em doses altas e, principalmente, perdeu seu pênis. Sua vagina feita cirurgicamente a deixou com problemas urinários, entre outros. Com toda essa experiência, a americana concluiu que era um homem homossexual que gostava de se vestir como mulher.

Shape Shifter

As pessoas tem se arriscado a dizer o que parece ser um tabu: arrependeram-se de cirurgias para transição de gênero. Um grupo de pessoas como Shape Shitfer, mandou uma carta para o ministro da Justiça dos Estados Unidos, Merrick Garland, pedindo a reavaliação dos “experimentos médicos descontrolados que estão sendo feitos com crianças em hospitais em nome do ‘atendimento de afirmação de gênero'”. Associações médicas americanas são contra essa reavaliação e pedem investigação e prisão de pessoas que a defendem.

Chole Cole faz parte desse debate e ela diz que por influência das redes sociais, decidiu aos 12 anos de idade que era trans. Aos 13 começou a tomar bloqueadores de puberdade e assumiu diante dos pais que ficaram chocados com a opção apresentada pelo serviço médico onde a menina procurava tratamento: “Preferem uma filha morta ou um filho vivo?”.  Com 15 anos, Chloe fez uma mastectomia dupla com reimplante dos mamilos, cirurgia que ela diz causar complicações até hoje. Com 18 se arrependeu de tudo.

Confira o antes e depois de Chole:

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Com que idade um menor de idade deve iniciar a transição de gênero?

Não existem respostas fáceis para essa questão. As que circulam entre instituições médicas renomadas também estão sujeitas a altos níveis de constatação. Um dos casos que teve mais impacto foi o da psicóloga Kerry McGregor, do Hospital Pediátrico de Boston, que publicou um vídeo dizendo que as crianças “sabem desde os dois ou três anos – ou até mesmo ainda “no útero da mãe” – que são trans.

Na Inglaterra, o único centro pediátrico dedicado à questão, Tavistock, foi fechado depois que uma investigação independente pôs em dúvida a segurança médica dos menores que se submetiam a procedimentos lá. A investigação teve início após um processo aberto em nome de Keira Bell. Sua história é parecida com a de Chloe Cole. Ela conta que teve uma infância difícil e uma adolescência ainda pior, por achar que era a única garota que não gostava de ver seus seios crescendo, além do sofrimento com a menstruação.

Aos 14 anos com depressão e uma mãe alcoólatra, ela parou de ir a escola e passou a navegar em sites sobre transição de gênero. Esse caminho a levou ao centro Tavistock, onde teve “conversas superficiais com assistentes sociais” e passou a fazer tratamento com bloqueadores de puberdade. Aos 20 retirou os seios, tinha barba e se chamava Quincy. Então ela quis retroceder: “As consequências eram grandes, como possível infertilidade, perda dos meus seios, sem capacidade de amamentar, genitais atrofiados, voz permanentemente alterada”.

Keira Bell comentou que os profissionais que lhe atenderam quando adolescente deveriam ter levado em conta todo seu estado mental. Mas apenas lhe deram a esperança ingênua de que tudo poderia ser resolvido com hormônios e cirurgia. A causa aberta por ela concluiu que menores de 16 anos não tem maturidade para autorizar o uso de bloqueadores hormonais.

Existem cada vez mais mulheres biológicas fazendo a “destransição”. Na Grã-Bretanha, na última década, houve um grande aumento de meninas que são encaminhadas para tratamento de mudança de gênero. Esse tipo de cirurgia pode trazer alegria e realização daqueles que sofrem ao se ver no “corpo errado”, ou podem expressar precipitações que arruínam vidas. Toda sociedade deve ter consciência que cada caso é único e precisa ser atendido com muito respeito , compreensão, conhecimento e ética que não seja contaminada por ideologia

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Qual seria a melhor idade para começar uma transição de gênero?