Na cidade de Campo Bom, na Região Metropolitana de Porto Alegre, alguns profissionais de uma empresa de argamassa, da área de terraplanagem, estavam no local próxima à ERS-239, quando identificaram duas paleotocas. As chamadas paleotocas, são tocas gigantescas formadas por animais pré históricos gigantes. Os paleontólogos acreditam que por volta de 10 mil anos atrás, na região, existiam preguiças gigantes. As duas aberturas encontradas possuem 3 e 6 metros.

Há pelo menos um mês antes, o biólogo Jeferson Müller Timm da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, já havia contado para um colega, de que suspeitava que na encosta de um barranco, a 1 km do CRBM (Comando Rodoviário da Brigada Militar) de Sapiranga, havia uma formação geológica.

Os paleotúneis encontrados pelos profissionais de terraplanagem estavam com um túnel em bom estado de conservação. Com o objetivo de registrar tal evento científico, a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), sob a direção do Professor e Doutor de Mineralogia, Heinrich Theodor Frank, foram convidados pela prefeitura da cidade.

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A existência de túneis escavados por mamíferos da megafauna da América do Sul foi confirmada, e ainda foi afirmado que eles não se tratavam de um ‘gliptodonte’, um animal parecido com um Tatu gigante, mas um animal que se assemelharia a uma preguiça gigante, um ‘glossotherium’. De acordo com o professor, os túneis cavados por tatu possuem cerca de 1 metro, enquanto as de 1,30 metro são referentes às preguiças gigantes.

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Ainda de acordo com o professor da universidade, o espaço cavado pelo animal era apenas suficiente para passar seu corpo, o que evitaria a entrada de predadores maiores. Além de outras evidências como as marcas da escavação no teto, coisas que não aconteciam com os tatus gigantes, pois esta espécie só escavava para frente e para baixo. “Tenho que imaginar um bicho muito móvel e sem carapaça”, completou. 

Diferentemente das preguiças atuais, que vivem se pendurando em galhos de árvores, a preguiça da megafauna Sul-Americana não subia em árvores, era bastante rápida e móvel, como um urso. O professor estima que nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, haja por volta de mil paleontocas descobertas. E que, embora o seu registro seja muito importante, nem todos os exemplares de paleontocas precisam ser preservadas. 

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Quanto às paleontocas encontradas em Campo Bom, logo após serem catalogadas, houve a liberação da área para o proprietário da empresa de argamassa. De acordo com o secretário municipal do Meio Ambiente, o local não será processado, já que não existe nenhuma legislação que obrigue a preservação destes tipos de evidência paleontológica.

A grande descoberta só afirma as pesquisas científicas da área de Paleontologia e confirma que o estado do Rio Grande do Sul já foi um hábitat para preguiças gigantes, há 10 mil anos.

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