No último sábado (08), a professora Isabel Oliveira, de 43 anos, retirou suas roupas dentro do supermercado Atacadão, do grupo Carrefour de Curitiba (PR), em forma de protesto contra racismo. Tudo começou quando ela estava fazendo suas compras e notou estar sendo perseguida por seguranças do local por mais de 30 minutos. Bastante indignada, Isabel publicou um vídeo em seu perfil do Instagram fazendo um desabafo sobre a situação, afirmando ter se sentido tratada como uma “marginal”.

“A gente não pode continuar sendo tratada como se fosse um marginal. Eu só estava fazendo as minhas compras, eu não estava oferecendo risco para ninguém”, declarou a professora. Assista abaixo:




Algumas horas depois, a professora voltou no mesmo supermercado e andou de roupas íntimas pelos corredores do estabelecimento para protestar contra o racismo. Em seu corpo, havia a pergunta: “Sou uma ameaça?”. O vídeo também foi publicado em seu Instagram e Isabel escreveu na legenda: “Voltei à loja sem parecer uma ameaça e comprei o leite da minha filha. Não somos ameaças (ainda). Última vez que entro nesse estabelecimento! Meu corpo é político”.

Enquanto fazia suas compras, a mulher foi abordada por um homem que parecia ser funcionário do supermercado e perguntou o que estava acontecendo. Ela tranquilamente respondeu: “Nada, eu só vim fazer minhas compras, aí para saber se precisa de segurança andar atrás de mim novamente [apontando para o corpo]. Aí eu estou bem sem nada, inclusive está aqui a minha roupa, para não parecer que eu vou roubar nada. Eu vim agora sem nada na mão para não configurar ameaça à loja”.

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Em nota, o Atacadão disse que “não identificou indícios de abordagem indevida” depois de ouvir os funcionários envolvidos e analisar as imagens das câmeras de segurança. A empresa também lamentou o caso e disse que se colocou à disposição de Isabel. Leia a nota completa abaixo:

“A empresa informa que apurou o caso, ouvindo os funcionários e analisando as imagens de câmeras de segurança, e não identificou indícios de abordagem indevida. Desde as primeiras manifestações da cliente no local, a supervisão e a gerência da loja se colocaram à disposição para ouvi-la e oferecer o devido acolhimento. Lamentamos que a cliente tenha se sentido da maneira relatada, o que, evidentemente, vai totalmente contra nossos objetivos. A empresa possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório ou abordagem inadequada. Realiza treinamentos rotineiros para que isso não ocorra e possui um canal de denúncias disponível, dando total transparência ao processo. Ressaltamos, ainda, que nosso modelo de prevenção tem como foco o acolhimento aos clientes, com diretrizes de inclusão e respeito que também são repassadas aos nossos colaboradores por meio de treinamentos intensos e frequentes”.

Durante reunião ministerial para celebrar os 100 dias de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que é necessário mandar um aviso para a direção do grupo Carrefour. “O Carrefour cometeu mais um crime de racismo com uma cliente negra. Temos que dizer para a direção do Carrefour: se eles querem fazer isso no país de origem deles, que façam, mas não iremos permitir que eles ajam assim aqui”, declarou.

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Por que existem tantos casos de racismo envolvendo o supermercado Carrefour?

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