Na última sexta-feira (28), o Instituto Luisa Mell, que levava o nome da ativista, muito conhecida por atuar na proteção dos animais, passou a se chamar Instituto Caramelo, homenageando a cor mais comum de cães vira-latas do país. Os organizadores à frente da instituição localizada em Ribeirão Pires, na Região Metropolitana de São Paulo, anunciaram a mudança por meio das redes sociais. De acordo com a nota, a decisão foi tomada para “despersonificar o trabalho e separar posturas e interesses individuais” do propósito do grupo responsável por fundar a instituição em 2015.




“O Instituto Luisa Mell agora é Instituto Caramelo! O novo nome é a forma que encontramos de homenagear o vira-lata caramelo, personagem conhecido e amado nas redes sociais, que inspira todos os dias o nosso trabalho diante da realidade de abandono e maus tratos no nosso país”, iniciou o comunicado.

“Para quem não sabe, o Instituto Luisa Mell, agora Instituto Caramelo, foi fundado em 2015 por um grupo de pessoas que já ajudava animais há muito tempo. Esse grupo convidou Luisa Mell para participar, com a premissa de que fosse um serviço totalmente voluntário de todos. A opção de o Instituto levar o nome ‘Luisa Mell’ foi para ajudar o maior número de animais possível, partindo de uma marca conhecida com um trabalho real por trás”, continuou.

“Essa mudança vem para despersonificar o trabalho e separar posturas e interesses individuais do propósito do grupo. Ela foi fruto de muita conversa, entendimento e planejamento. E toda nossa equipe se mantém, os animais seguem no abrigo e o nosso espaço, que foi cedido e construído com recursos particulares de uma das fundadoras, permanece o mesmo”.

“Seguimos com mais de 200 vidas abrigadas entre cãezinhos, gatinhos e cavalos, uma responsabilidade social com 35 famílias que empregamos, além de realizarmos resgates, campanhas de castração e atendimentos populares semanalmente. Todas as nossas contas são auditadas de maneira independente e prezamos pelo respeito e seriedade, tanto pelas pessoas, quanto pelos animais”. finalizou.




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Acusações contra Luisa Mell

Na publicação, a organização diz que a decisão foi tomada após diálogo interno e planejamento. O quadro de funcionários, segundo a ONG, permanecerá intacto. “Ao contrário do que muitos pensam, a Luísa nunca colocou dinheiro algum. Nenhuma doação sequer”, escreveu o instituto na postagem, em resposta a um internauta da rede social. “Foi dinheiro das outras pessoas do grupo e doações que fizeram as coisas funcionarem ao longo desses anos. Vocês podem comprovar isso facilmente solicitando a ela que mostre qualquer depósito para o instituto.”

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Luísa Mell rebate críticas

Após ser acusada de nunca ter doado dinheiro ao instituto que levava o seu nome, Luisa Mell quebrou o silêncio e rebateu aquilo que chamou de “mentiras”, reafirmou ser a verdadeira fundadora da organização e disse ter sido vítima de um “golpe”.

“Diante de tantas mentiras divulgadas sobre meu trabalho, da tentativa de desqualificar todo meu empenho durante tantos anos de dedicação no Instituto Luisa Mell e de usarem deste momento delicado para tentar arranjar um motivo para o golpe que me deram, tive que vir a público contar a verdade. Facilmente passível de comprovação: há duas semanas relatei aqui que já tinha perdido o controle no instituto e que estava lutando para recuperá-lo. Sou presidente, fundadora e principal responsável civil e criminalmente pelo instituto”, assegurou.

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A ativista também destacou que durante anos cedeu sua imagem e contribuiu diretamente com o resgate de animais para a organização. No entanto, Luisa afirmou que houve acordos feitos sem o seu consentimento, o que fez perder espaço na organização por ela reprovar tais medidas.

“Assim como qualquer pessoa que me acompanha por aqui também é testemunha do quanto sempre me doei para o instituto. Doei, minha saúde, meu tempo, minha imagem, meu trabalho, meus contatos… Meu ex-marido [Gilberto Zaborowsky] sempre fez doações. Eu nunca tive salário no instituto, mas a partir do momento que descobri parcerias feitas em meu nome sem minha autorização e com condições absurdas, resolvi não delegar mais tanto. Aí virei inimiga, tendo que ouvir em assembleias extraordinárias que qualquer player poderia me substituir porque eles já tinham a estrutura”, justificou.

“E diante da minha postura de não aturar mais nada que não tivesse minha pré autorização, visto que usavam meu nome e imagem, fui vítima de um golpe onde mudaram o regime de governança para que eu não pudesse decidir mais nada. Sem poder decidir, nem demitir funcionários, sem nenhum controle sobre gastos, sem nenhum poder de decidir de nada, nem os resgates que precisava fazer. Como eu poderia continuar pedindo dinheiro para vocês? Espero resolver logo esta questão e continuar de qualquer maneira meu trabalho. Minha missão. Obrigada pela confiança e carinho”, finalizou.




Instituto volta a se pronunciar

No último domingo (30), após o pronunciamento de Luísa Mell sobre as acusações de nunca ter feito doações, dentre outras críticas, o agora Instituto Caramelo resolveu se manifestar. Na publicação, a organização acusa a ativista de ameaçar a credibilidade de pessoas que trabalham no local há muitos anos e pede que os internautas reflitam sobre o que é certo: “Quando mais de 20 pessoas que trabalharam juntas por 8 anos deixam de acreditar em alguém, vale a reflexão de quem está certo: esse alguém ou todo o grupo?”

“Lamentavelmente, em seu posicionamento, Luísa se coloca como vítima e distorce fatos a seu favor. Pensando unicamente em si, coloca em xeque a idoneidade de todo o trabalho, de dezenas de pessoas, de uma empresa de auditoria externa renomada, fornecedores e parceiros. Na ponta, em risco todos os animais abrigados, além de desmerecer o esforço de todo o grupo. Esquece de dizer que abandonou tudo há meses, deixando os animais para trás, inclusive não divulgando eventos de adoção. Esquece em seu pronunciamento que chegou a dizer ao grupo que iria querer ganhar em todas as parcerias do Instituto e loja – o que não permitimos – e chegou a tentar subtrair doações de produtos para si na frente de funcionários e foi impedida por eles”.

Na publicação, eles ainda afirmam que vão entrar num processo contra Luísa: “Prefere chamar de ‘golpe’ a Assembleia onde ela mesma votou a favor da troca do nome e que seguiu todo o rito da Lei. Não diz ainda que sempre teve acesso a todas as contas e assinou todos os balanços, acesso que foi concedido ao seu advogado há mais de mês, quando a convidamos para fazer, com quem ela quisesse, uma segunda auditoria em tudo”.

“Infelizmente, isso nos obriga a nos posicionar dessa maneira também lamentável e processaremos ela, no cível e criminal, por cada insinuação e acusação para que ela prove na justiça o que afirma ou insinua. Só quem perde aqui é a causa e os animais, algo que tentamos a todo custo evitar. Não iremos ficar em guerras de narrativas nas redes sociais, pois temos muito trabalho, animais e pessoas para cuidar e esse é nosso foco e propósito”.




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Quem está certo nesta situação: Luísa Mell ou o Instituto Caramelo?