Na última sexta-feira (05), um casal negro foi agredido, humilhado e torturado nas dependências de uma filial do Carrefour, em  Salvador (BA). Outra fato chocante é que os próprios agressores foram os responsáveis por fazer a filmagem, que ganhou repercussão na web. Pelas imagens é possível ver que o casal em questão aparece encostado em uma parede, enquanto é xingado. A mulher, que está com uma mochila com alimentos supostamente furtados do mercado, recebe tapas no rosto. Já o homem, recebe golpes na cabeça.

Na gravação, a mulher é questionada sobre um suposto furto e mostra uma mochila aberta, com embalagens de leite em pó. Ela, que se identificou como Jamile, disse que estava precisando dos produtos: “Por causa da minha filha”. O homem, que afirmou se chamar Jeremias, disse ser de Itapuã, bairro turístico da capital baiana. Ele promete ainda não voltar mais ao supermercado. “Não sou ladrão, não”, acrescentou. Confira abaixo:




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Em meio a grande repercussão, o Carrefour se posicionou por meio de nota e garantiu que a equipe de seguranças da loja já foi demitida e que um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil para apuração dos fatos.

“Na última sexta-feira tomamos conhecimento de um fato inadmissível ocorrido em uma das nossas lojas em Salvador. Duas pessoas foram covardemente agredidas na área externa da loja, e esse fato nos causou profunda indignação. É inaceitável que um crime como esse tenha ocorrido na área externa da nossa loja. Por isso, assumimos a responsabilidade de desligar a liderança e equipe de prevenção, além de rescindir o contrato com a empresa responsável pela segurança na área externa onde a violência ocorreu”, disse o diretor de prevenção do grupo, Claudionor Alves.

Há suspeitas de que os agressores do vídeo sejam seguranças que trabalhavam no supermercado no momento da ocorrência, mas, de acordo com o Carrefour, não é possível afirmar quem foram os responsáveis. Em comunicado, o grupo informou que, “em um vídeo que mostra o fato, é possível identificar que o agressor tem uma tatuagem na mão. No avanço das nossas investigações internas, apuramos que nenhum profissional direto ou indireto que atua na unidade tem essa tatuagem”.

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Vale lembrar que, lojas do grupo Carrefour têm um longo histórico de casos de violência e racismo. Em 2020, João Alberto Silveira Freitas, negro de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças em uma das filiais da empresa em Porto Alegre. No mesmo ano, um funcionário de 53 anos morreu em pleno supermercado e teve o cadáver escondido por caixas de papelão. No mês passado, Vinícius de Paula, marido da jogadora da seleção de vôlei Fabiana Claudino, foi desprezado por uma atendente de caixa de uma unidade de Alphaville, em São Paulo, que deu preferência a uma mulher branca.

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Por que esses casos continuam se repetindo nas redes Carrefour?