Relatório do acidente de Marília Mendonça aponta “avaliação inadequada” do piloto na hora do pouso; entenda

Dois anos e seis meses após o acidente que matou Marília Mendonça, a Força Aérea Brasileira (FAB) apresentou, nessa nesta segunda-feira (15), o relatório final da investigação do caso. Segundo o laudo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), não houve falha mecânica no acidente.

No entanto, o órgão apontou que o piloto Geraldo Martins Medeiros cometeu uma “avaliação inadequada” no momento do pouso. Isso porque ele teria iniciado os procedimentos para pousar no solo com uma distância maior do que a indicada, o que pode ter contribuído para o acidente.

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“No que diz respeito ao perfil de aproximação para pouso, houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de ‘Categoria de Performance B’ em procedimentos de pouso“, diz o documento.

Ainda segundo o documento, Geraldo estava física e mentalmente saudável e, por isso, estava considerado apto ao exercício da atividade aérea. Entretanto, o piloto fazia uso de lentes de contato para correção de astigmatismo e as investigações não puderam concluir se ele estava ou não com as lentes no acidente.

O detalhe é de extrema importância pois, oficialmente, o causador da tragédia foi um cabo de energia da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). Com a distorção causada pelo astigmatismo, fios mais altos podem parecer estar mais afastados, o que daria pouco tempo para o piloto reagir caso se deparasse com um desses.

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“Uma vez que não foi possível confirmar se o PIC [piloto] fazia uso de lentes corretoras no momento do acidente, deve-se considerar que, em uma eventual ausência das lentes, haveria certa redução da sua acuidade visual e da percepção de profundidade“, afirma o relatório.

Dona Ruth Mendonça, mãe de Marilia, não compareceu à leitura do laudo do acidente da cantora, que aconteceu em Brasília. Segundo o advogado Robson Cunha, que representou a família na reunião, afirmou que ela não quis lidar com o peso emocional do momento e entende que “nada disso vai trazer a filha dela de volta”.

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