Por volta as 7h desta quinta-feira (22), chegou ao fim a previsão sobre o tempo de oxigênio disponível no submarino Titan que desapareceu no Oceano Atlântico, durante uma expedição até os restos do Titanic no último domingo (18). A estimativa havia sido feita pela Guarda Costeira dos Estados Unidos. Desde o desaparecimento, equipes de resgate do Canadá e dos Estados Unidos, com o auxílio de embarcações francesas, estão fazendo buscas pela embarcação no infinito mar.
Após o desaparecimento, estimativa inicial era de que os passageiros milionários teriam em torno de 96 horas de oxigênio. Na manhã de quarta-feira (21), o contra-almirante John Mauger disse que as autoridades norte-americanas já trabalhavam com um prazo inferior a 20 horas.
Falha catastrófica
Um cientista e jornalista que mergulhou nos destroços do Titanic há duas décadas disse, nesta quarta-feira (21), que deve ter havido uma “falha catastrófica geral” para o submarino da OceanGate Expeditions desaparecer. O Dr. Michael Guillen, ex-editor de ciência da ABC News, que ficou preso na hélice do Titanic e sobreviveu à expedição em 2000, disse à Reuters que há evidências que se destacam no caso.
Segundo o Dr. Guillen, destaca-se o fato de a embarcação ter perdido a comunicação tão cedo na descida, que leva entre duas e três horas no total. Ele também explicou que uma falha de “meras comunicações” não é tão viável, já que o Titan foi projetado para voltar à superfície automaticamente em caso de crise, o que não aconteceu.
Segundo Guillen, os ruídos submarinos que foram detectados na área de busca do Atlântico Norte são um sinal positivo, mas “não são garantias”, uma vez que, se o submarino for encontrado, extraí-lo envolve um grau diferente de complexidade. O submersível tinha 96 horas de ar, de acordo com as especificações da empresa, o que significaria que o oxigênio poderia acabar nesta manhã de quinta-feira. Porém, Guillen explicou que isso depende de muitos fatores, como os ocupantes do submarino respirando mais pesado devido ao estresse.
Estavam no submarino o empresário britânico Hamish Harding, o mergulhador Paul-Henri Nargeolet, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho, Sulaiman Dawood, e o CEO e fundador da OceanGate, Stockton Rush. As buscas se concentram em uma região onde aeronaves capturaram ruídos subaquáticos que podem ser do submarino. Mas a Guarda Costeira dos EUA admite não ter certeza de que os sons são mesmo da embarcação.
Poucas chances de encontrar sobreviventes
Ryan Ramsey, um ex-capitão de submarino da Marinha do Reino Unido disse para a agência de notícias britânica que a chance de haver sobreviventes é baixa. “No contexto geral, é sombrio, essa é a única palavra para isso. À medida que esse trágico evento se desenrola e chega aos estágios finais, isso muda de uma missão de resgate para uma missão de salvamento. As buscas não vão parar por muitos dias, imagino, mas a realidade é que, se você basear apenas no oxigênio, eles ficarão sem oxigênio. O dióxido de carbono também é um elemento crítico para ele, assim como o frio. Seria um milagre se houvesse sobreviventes disso”.
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Acredita que vão conseguir recuperar o submarino que está no fundo do oceano?