O canal ‘CazéTV’, comandado por Casimiro Miguel, sofreu uma onda de comentários preconceituosos dos internautas recentemente após transmitir uma partida de futebol da Copa Feminina de 2023. Com o fato, o responsável pela transmissão optou por desativar o chat do canal e a notícia deu o que falar na web.

Após transmitir uma partida de futebol da Copa Feminina, entre Nova Zelândia e Noruega, o canal ‘CazéTV’ foi surpreendido com diversos comentários sexistas e preconceituosos dos internautas. No chat em questão, haviam falas do tipo “Vai lavar uma louça” e “Esse jogo me dá sono” e a partir disso, Casimiro Miguel decidiu desativar a plataforma de conversas o que acabou dando o que falar nas redes sociais.

Veja a notícia:

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Confira quais foram os comentários feitos pelos internautas:

Devido a repercussão da notícia, foi-se questionado o porquê de tanto preconceito atualmente com o futebol feminino e de acordo com outras informações cedidas por um site, o ódio pelas mulheres estarem presentes no futebol se tornou existente como lei em 1941.

Na época em questão, Getúlio Vargas publicou um veto em forma de lei que dizia: “Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza” proibindo assim, elas de participarem do futebol.

Além do Brasil, outros países também optaram pela restrição na época, sendo eles: Reino Unido, França, Bélgica, Alemanha e Paraguai.

Veja a foto abaixo:

De acordo com a historiadora Aira Bonfim, especialista também em futebol feminino, o governo repudiava as mulheres em qualquer área violenta com o motivo de “afetar, seriamente, o equilíbrio psicológico das funções orgânicas” dando a entender que a prática as impediria de ter filhos.

Em uma entrevista para o BBC Brasil, Bonfim disse: “Essa carta é publicada em alguns dos jornais da época, chega ao conhecimento público com muita rapidez e se espalha. Mas a verdade é que ninguém estava, de fato, preocupado com essa ideia da saúde biológica ou com as mulheres se machucarem […]”.

“O que havia era um certo preconceito, principalmente porque muitas das jogadoras eram de estratos sociais mais baixos. Elas eram ainda muitas vezes associadas a uma disrupção social, como se elas fossem prostit*tas ou fizessem coisas que não podiam ser ditas naqueles ambientes”.

O decreto intitulado como ‘3.199’, perdurou com a proibição durando 38 anos e foi revogado em 1979. Mesmo com isso, o futebol feminino só foi aceito e regulado apenas em 1983.

Apesar da lei, diversas mulheres ignoravam a proibição da época e participavam da prática vestidas como homens ou até jogavam de noite, em espaços que não eram vistos pelo público.

“As meninas e mulheres desafiaram o decreto, ocuparam os campos de várzea e se organizaram em espaços periféricos para continuar praticando a modalidade, mas perderam totalmente as competições e organizações esportivas que as apoiavam” disse Júlia Barreira, professora do curso de Educação Física da Unicamp.

Já no Reino Unido, por causa da Primeira Guerra Mundial, muitos homens não puderam estar presentes no futebol e com isso, abriu-se espaço para as mulheres que foram bem aceitas pelo público. Porém, devido a grande popularidade, a Federação Inglesa de Futebol (FA) suspendeu os jogos em 05 de dezembro de 1921 e proibiu a participação das mesmas, que só foram aceitas novamente quase 50 anos depois, em 1969.

Por fim, na Alemanha optaram pela mesma proibição que ganhou força entre os anos 1955 e 1970. Na Bélgica, ocorreu em 1920, também com a mesma justificativa de que o futebol afetaria a natureza da mulher. E na França, em 1941. Todas as restrições mencionadas foram derrubadas em 1970.

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