Quem aí presenciou a febre das pulseiras coloridas? Algo completamente inocente se tornou uma grande polêmica em meados dos anos 2010. Esses assessórios foram chamados de “pulseiras do sexo” e deixaram diversos pais de crianças e adolescentes aterrorizados com o uso do item da moda. De maneira rápida, começou a circular boatos de que se tratava de algum tipo de jogo erótico inapropriado para os jovens que faziam uso.
A pulseira era apenas um acessório de silicone, que poderia vir em cores vibrantes e nas escolas, os jovens usavam apenas para colecionar. Acontece que, diversos meios de comunicação da época veicularam reportagens sobre um suposto uso das pulseiras na Inglaterra, lá chamadas de ‘shag bands’. A brincadeira consistia em arrebentar a pulseira e praticar algum ato sexual indicado pela cor do acessório.
A história rapidamente se popularizou no Brasil e rendeu até banimento das pulseiras em escolas. Mas muitas crianças da época não entenderam o motivo da preocupação e hoje, mais velhos, relembram como foi o desespero dos pais na época.
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Jovens relembram o caso
Letícia Martins era uma criança de 9 anos na época. Ela relatou que usava as pulseiras por diversão e que a informação de que tinham conotação sexual apareceu “do nada”.
“Eu lembro como gerou um tabu e deu o que falar na época, quando meus pais descobriram os significados. Eles tinham me proibido de usar qualquer cor de pulseira, principalmente a preta, se não me engano, era a que tinha o pior significado”, conta. A preta, segundo os boatos significava fazer sexo. “Para mim não tem nada a ver sabe? Acho que o povo falou demais e não tem sentido, era apenas uma simples pulseira”, continuou.
Beatriz Lopes relembra que até em programas de TV as pulseiras foram tema (como mostrado nos vídeo acima). Ela conta que em sua turma era algo para trocar e se divertir e que nunca houve sexo envolvido. “Pessoal tinha braço cheio, havia troca, venda e todo mundo usava a sua maneira. Os roqueiros usavam preta, eu usava lilás com glitter e uma preta, mas trocava com minhas amigas e amigos, porque todo mundo gostava”, conta.
A jovem diz também que foi algo bem inédito saber que haviam mensagens subliminares nas pulseiras. “Começou uma especulação de que essas pulseiras tinham era tinha uma mensagem subliminares. Lembro que na época a minha prima viu numa comunidade do Orkut que estava passando essa informação e que cada cor tinha um significado. Lembro também que isso passou até com o programa de domingo, tipo do Gugu”, diz.
Para Caroline Lopes, as pulseiras não passavam de uma brincadeira. “Eu tinha várias! Era apenas uma brincadeira, minhas amigas iam na feira e compravam várias, a gente comprava de cores sortidas. Primeiro, eu lembro que a gente usava aquela que era lisa e depois começou a ter um uma com glitter. Tipo, era meio transparente, tinha um glitterzinho. E era muito inocente, ninguém falava sobre”, conta.
Como nos outros relatos ela conta que o assunto ganhou força e a escola começou a proibir. “O pessoal começou a compartilhar que se alguém estourasse a pulseira, teria que fazer, então eu lembro que na van para ir para a escola, todo mundo escondia o braço, ficava desconfiado. Eu usava por ser bonito, não levava para esse lado sexual”, conta.
Yuri Sena conta que era algo inocente, de crianças. “Era absurdo, primeiro na escola era da amizade, todo mundo tinha várias pulseiras, depois começou a ter esse papo de sexo! Nunca vi fazerem nada, mas só de saber da lista dava medo, era um absurdo porque apenas crianças e adolescentes usavam, penso hoje que não faz sentido, a galera que usava tinha entre 13 e 15 anos sabe?”, comenta.
Do mesmo modo que a moda chegou, rapidamente foi embora. Hoje é um caso pouco comentado, mas muitos pais ainda lembram da grande polêmica e até hoje evitam o acessório.
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Você usou as famosas pulseiras coloridas?