Ricardo Alexandre Mendes, de 48 anos, quebrou o silêncio e concordou em conceder uma entrevista ao UOL. Alguns dias após o trágico incidente que envolveu sua esposa, Waleswka Oliveira, ele compartilhou os motivos que o levaram a manter um perfil discreto, incluindo sua ausência no funeral da esposa. “Por todo o amor que eu tenho por ela, se eu soubesse que ela iria tomar essa decisão, eu anularia minha vida e os meus sentimentos para continuar com ela”, disse.
“Me tiraram o direito de me despedir do amor da minha vida. Estava com o bilhete aéreo emitido, um amigo da família disse que os pais dela orientaram eu não ir, até para preservar a todos pelo clima da tragédia”, relatou Ricardo, em versão que é contestada pela família. Sobre não ter ajudado com os custos do funeral, e não ter atendido o cunhado para as burocracias de liberação do corpo em São Paulo, o viúvo conta que “ninguém ligou para falar de valores. Pretendo restituir tudo. Não tive condições psicológicas de reconhecer o amor da minha vida, que está morta”, afirmou.
Relação com o cunhado
“A primeira vez que conheci o Wesley foi em Curitiba, há 19 anos. Ali, já senti que gerou um ciúme normal de irmão. Logo em seguida fomos morar no exterior e lá ficamos por 7 anos consecutivos. Ele (Wesley) não teve a chance de me conhecer melhor. Todas as vitórias e conquistas, eu estava ao lado da Wal. Acredito que isso só aumentou o ciúme que ele tinha da irmã”, conta Ricardo.
Divórcio
O viúvo relata que na noite anterior ao incidente, eles tiveram uma discussão leve sobre o relacionamento, mas nada que fosse além dos desentendimentos comuns entre um casal. De acordo com ele, não houve qualquer forma de agressão ou ameaças entre eles: “Ela me questionou que eu estava estranho e distante, eu respondi que não dava pra continuar onde não havia mais amor entre homem e mulher. Ela ficou introspectiva, ficou quieta e fomos dormir. A gente se amava, eu esperava ela aceitar a separação numa boa”.
Ricardo e Walewska foram apresentados um ao outro por meio da ex-jogadora de vôlei Virna. Naquela época, Ricardo atuava como preparador físico e personal trainer da medalhista olímpica. Ele compartilhou: “Nós compartilhamos 20 anos juntos, mas nos últimos dois anos, o amor não era mais o mesmo. Houve muitas vezes em que eu me sacrifiquei, mas fiz isso por ela.”
Tragédia
Ricardo relata que, no dia seguinte, quando saiu pra trabalhar, foi a última vez que viu a esposa. “Cheguei em casa depois de um dia intenso de trabalho, não sabia que a Wal já tinha chegado. O interfone tocou, eu não atendi. Depois vieram as mensagens pelo WhatsApp do grupo do condomínio, até que a gestora tocou a campainha da minha casa para me avisar da tragédia. Meu chão abriu e eu desmoronei”.
Questionado sobre a suposta tentativa de suicídio ocorrida há 3 anos, e que consta no BO, Ricardo explica que sentou com os sogros, na casa deles em Belo Horizonte, e explicou a preocupação com a saúde mental da esposa. “Ela nunca disse que tiraria a própria vida. Ela me disse que estava passando por muitas coisas na vida dela, que até pensou em ‘fazer uma besteira’. Foi aí que percebi que ela já não estava tão forte como sempre foi”, explicou.
Ricardo explica que a jogadora fazia terapia há 1 ano, e que não imagina o que pode ter ligado esse gatilho trágico.
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