A Netflix está prestes a lançar um reality show inspirado na série ‘Round 6’, chamado “Squid Game: The Challenge” ou, em tradução livre, “Round 6: O Desafio”. No entanto, antes mesmo de sua estreia, a mais recente aposta da plataforma de streaming já está causando burburinho. O motivo é que um dos participantes do reality fez revelações intrigantes sobre os bastidores, expondo até mesmo possíveis manipulações envolvidas.

O cantor Yohan Tanaka, um dos participantes de Round 6, foi o único brasileiro selecionado para o reality show. Em entrevista a colunista Fábia Oliveira, do portal Metrópoles, ele contou que nem tudo aconteceu como prometido e que na verdade tudo não passou de um grande “caos”.

No programa, inspirado na série de sucesso do criador Hwang Dong-hyuk, a produção mostrará 456 participantes, de diferentes partes do mundo, sendo testados em provas que imitam brincadeiras infantis. O objetivo é permanecer e faturar uma bolada de $ 4.56 milhões como prêmio (aproximadamente R$ 23 milhões).




Participante expõe reality

Durante a entrevista, o participante brasileiro falou sobre uma série de supostas manipulações de resultados. Segundo Yohan, as desconfianças começaram antes mesmo da emissão das passagens com destino a Londres, que já estavam com a data do retorno ao Brasil agendadas. “As gravações foram um caos, foram horríveis. A gente estava muito empolgado no início, e depois ao decorrer das gravações, horas passando, a gente começou a entender que não era nada do que a gente realmente esperava ou achava que ia ser”, declarou ele.

No relato, ele ainda diz: “Entramos no país como turistas, e não para trabalhar numa produção com visto de trabalho. Assim que chegamos, já possuíamos as passagens de volta, indo contra todo o processo da veracidade de um reality show”. Em seguida, ele revela: “Em janeiro desse ano, recebi um e-mail que finalmente mudaria a minha vida. Fui selecionado para representar o Brasil na gravação da competição. Mas na verdade era um reality com cartas marcadas, abuso de poder e zero chances reais de ganharmos qualquer prêmio milionário. Fomos apenas figurantes não pagos”.




Sobre o jogo do reality da Netflix, o participante faz um relato. “O primeiro game foi o da bonequinha que mata caso você se mexa, através de laser nos olhos. Essa, pra mim, durou entre oito à 10 horas. A gente não tem certeza exatamente porque não tinha como olhar relógio, telefone, tudo era proibido. Nesse dia estava – 9 graus, o dia mais frio do ano”, disse ele.

Em seguida, ele diz: “Cada parada que a gente tinha que dar para esperar a bonequinha voltar, virar de novo de costas para começar a cantar, eram de 10 a 20 minutos. Ficávamos congelados, sem poder se mexer, porque tinha os drones para fazer captação das imagens, tinha as câmeras no próprio chão ali filmando. Eles faziam a gente sofrer mesmo, a ideia era essa, era a gente desistir pra eles conseguirem eliminar mais rápido possível, pra depois focarem nas pessoas que eles queriam, ou na quantidade que eles iam querer”.




Traumas

O participante também fez revelações sobre trauma e machucados que teve nas gravações. “Teve um momento que foi muito marcante pra muita gente. A primeira vez que alguém se machucou, de desmaiar, eu lembro que uma pessoa começou a gritar: ‘Médico, médico’ e aí os outros também gritaram, virou um coro”, disse Yohan. “Acho que ninguém estava entendendo o que estava acontecendo. A gente começou a olhar para o lado sem querer se mexer, porque a gente não queria também perder a oportunidade de passar para a próxima fase e talvez ganhar uma bolada. Quando a gente entendeu a gravidade, todo mundo começou a entender que era muito real o rolê ali e era muito manipulado também”, acrescentou.

“Houve vários tipos de abusos, principalmente o psicológico. Abuso físico… A gente podia desistir a qualquer momento, só que acreditávamos que era uma competição real. Acho que esse era o grande problema, a gente ter acreditado. Por que quem é idiota de ficar de oito à 10 horas em pé, congelando, sem comida, sem bebida, sem água, sem nada? Se a gente soubesse, a gente não ficaria”, contou.




Yohan ainda relatou o que sentiu após a eliminação. “Eu saí da minha casa para estar à disposição da produção por um mês em Londres, como estabelecia o contrato. Assim que cheguei, já recebi minha passagem de volta para o Brasil, sem mesmo as gravações terem iniciado. Como isso pode acontecer?”, questionou ele, que revelou que alguns participantes criaram um grupo no WhatsApp para revelar algumas atrocidades que teriam ocorrido em meio às gravações.

“Eu surtei, não sabia o que fazer. Fiz a produtora mudar meu voo, porque eu não tinha condições de retornar ao Brasil. Era o meu sonho, eles não cumpriram a parte deles do contrato. Me senti usado, como se fosse uma peça do quebra-cabeças, um figurante que não estava recebendo nada para estar ali”, finalizou ele.

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