A doadora Daniela Cervi está cadastrada como doadora desde 2013. Há quase dois anos, doou pela 1ª vez, para Andreia Ferreira da Silva. E recebeu uma homenagem em seu próprio casamento.
Daniela contou que está cadastrada como doadora de medula óssea há 10 anos, desde quando esteve no Redome pela primeira vez com a mãe. “Ela foi fazer uma doação de sangue e a atendente me pediu para doador sangue também e minha mãe autorizou, como era menor de idade tinha que ter a autorização dos pais ou responsáveis, eu fiz a doação e lá mesmo a gente já fez o cadastro no Redome”, explicou a moça.
A chance de encontrar um doador compatível é de uma em cada 100 mil. A compatibilidade é feita através do Redome – sistema que cruza dados de voluntários para doação e de pacientes que precisam receber medula óssea.
Atualmente, no Paraná têm 570 mil cadastros e cerca de 650 pessoas que buscam por um doador compatível. Cadastrada há tantos anos, Daniela pensou que seria difícil ter alguém compatível para a doação.
Compatível com paciente
No entanto, em abril de 2021 ela recebeu uma ligação, informando que ela era uma possível doadora para um paciente. Depois, com um exame foi constatado que ela era 100% compatível com a paciente que estava precisando do transplante.
Em dezembro do mesmo ano, ela conseguiu doar a medula, e passou sete dias em um hospital de Curitiba. A 680 quilômetros de distância da capital paranaense estava Andreia, moradora de São Paulo. Que desde 2017, vinha lutando contra uma leucemia correndo nas células do sangue.
O paciente é submetido a um tratamento que ataca as células doentes do sangue e destrói a própria medula óssea, antes de receber o transplante. A parte mais difícil é repor essa medula, já que é preciso de doador compatível. O transplante de Andreia foi no dia sete de dezembro de 2021.
O encontro
Um ano depois, Daniela mandou uma carta anônima para a Andreia. ‘’Olá, confesso que é um pouco estranho escrever uma carta com tanta emoção, carinho e felicidade e ainda não saber seu nome e não te conhecer. Quero te dizer que viver esse momento como doadora foi a melhor experiencia da minha vida’’, dizia um trecho da carta.
Logo após mais alguns meses, as duas começaram a se falar por mensagens de celular. O sigilo entre quem doou e quem recebeu uma medula óssea é uma regra do Redome, que só autoriza a quebra de sigilo após um ano e seis meses do transplante.
Durante essas conversas, o combinado era uma chamada de vídeo, para que as duas se conhecessem melhor. Só que Daniela estava na correria para organizar o próprio casamento e por mais inacreditável que seja, isso não aconteceu.
O dia do casamento
Já no altar, o cerimonialista leu a mensagem: “A exemplo de Cristo, Daniela entregou um pouco de si para gerar vida em outra pessoa; por isso, em agradecimento, recebemos as flores conduzidas por aquela que recebeu a medula, Andreia Ferreira”. A emoção foi tanta, que a noiva e os convidados começaram a chorar.
“Eu não consigo descrever tudo isso, foi uma emoção gigantesca mesmo, de ver ela pessoalmente, de tocar ela e pensar: ‘Gente, essa pessoa foi salva por uma atitude minha’. A Andreia já fazia parte da nossa família desde a 1ª ligação do Redome”, afirmou Daniela.
E Andreia ressaltou emocionada o quão importante aquilo foi para ela. “Hoje, eu não estaria aqui. Não estaria, para ver a importância que tem um transplante, é muito importante. Eu não estaria aqui”.
Veja o vídeo do momento emocionante:
Doadora de medula óssea é surpreendida por recipiente de doação em seu casamento pic.twitter.com/famgjlRwcf
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) November 22, 2023
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