A Prefeitura de Maceió decretou situação de emergência, na última quarta-feira (29) por causa do risco iminente de colapso da mina 18 da Braskem na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange. Segundo o governo do estado, houve cinco abalos sísmicos na área no mês de novembro, e o possível desabamento pode ocasionar a formação de grandes crateras na região.
“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, disse o órgão.
A mina 18 é formada por cavernas abertas pela Braskem para extração de sal-gema. E estão fechadas 2018, quando o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) confirmou que a atividade havia provocado o afundamento do solo na região.
Foi no bairro de Pinheiro, que surgiram as primeiras rachaduras. Isso depois das fortes chuvas em fevereiro de 2018. Ainda eram poucas, mas elas aumentaram quando um tremor de terra foi sentido em diversos bairros duas semanas depois. No dia 3 de março do mesmo ano. Era o início de um vasto trabalho de investigação e de um terror para milhares de famílias.
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Sal-gema
O que é? Sal-gema é um mineral formado principalmente por cloreto de sódio (NaCi). E é encontrado em depósitos de rochas. A formação desse mineral acontece por meio da evaporação da água do mar em áreas costeiras antigas.
Como é extraído? A extração do sal-gema é feita por meio de poços profundos, que são perfurados até a camada mineral. O mineral é bombeado para a superfície, onde é tratado e purificado.
Para que serve? A matéria-prima é muito importante na indústria química. Ela é usada na produção de cloro, soda cáustica, e outros compostos. Que são fundamentais para a fabricação de plásticos, papel, produtos de limpeza, entre outros.
Impacto ambiental
A extração do sal-gema pode acabar causando muitos impactos ambientais. Isso especialmente se não forem usadas práticas responsáveis de mineração. Entre os impactos, podem ter alterações na paisagem devido à mineração subterrânea, riscos de contaminação de solo e água. E assim como em Maceió, afundamento de estruturas e ruas.
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Bairros fantasmas
Com a constante movimentação do solo, isso compromete a estrutura das edificações, provocando rachaduras e até desabamentos. Por isso, não há perspectiva de que os bairros fantasmas que se formaram após a desocupação possam voltar a ter moradias no futuro.
“A área deverá ser isolada e reabilitada para outra finalidade. Talvez seja demolida e transformada em uma área verde, de observação permanente. É uma possibilidade, mas não temos certeza do que vai acontecer, ou seja, qual será a finalidade, o novo fim que será dado após a reabilitação dessa área”, diz a engenheira e geóloga Regla Toujaguez Massahud, do Campus Centro de Ciências Agrárias (Ceca) da Ufal.
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