A crescente divulgação de jogos prometendo ganhos fáceis tem se tornado comum, utilizando influenciadores digitais para atrair seguidores. Recentemente, a Polícia Civil do Paraná iniciou uma investigação após notar a ostentação de riqueza em vídeos de quatro influenciadores – Eduardo, Gabriel, Ezequiel e Ricardo – que promoviam um jogo chamado Jogo do Tigrinho. O que inicialmente parecia ser uma lucrativa fonte de renda para os divulgadores acabou se transformando em um caso policial, culminando até mesmo em prisões.

FOTO: REPRODUÇÃO/PG SOFT GAMES

A missão dos influenciadores era persuadir os mais de um milhão de seguidores que possuem nas redes sociais com vídeos de divulgação. Além disso, o discurso era sempre o mesmo: Ganhe muita grana apostando e jogando em uma plataforma que pode deixar qualquer usuário rico. “Eles eram motoboys, ou seja, pessoas comuns, que num curto espaço de tempo apareceram com diversos carros importados e viagens internacionais”, disse o delegado Thiago Dantas em entrevista ao ‘Fantástico’.

Conforme informações apresentadas pela reportagem do programa da TV Globo, o quarteto recebia remunerações de até R$15 mil por uma semana de campanha. No entanto, essa vida aparentemente fácil foi abruptamente interrompida em 19 de novembro, quando Eduardo, Gabriel e Ricardo foram presos. Além dos carros, uma apreensão significativa de milhares de dólares ocorreu nesse episódio.

É importante destacar que, recentemente, vários influenciadores digitais têm enfrentado processos movidos por usuários dessas plataformas. Nomes conhecidos, como o empresário Felipe Neto e Kayky Bezerra, filho de Deolane Bezerra, encontraram-se envolvidos em sérias complicações devido à promoção desses jogos populares. Assista ao vídeo:




Carlinhos Maia se pronuncia sobre polêmica do ‘Jogo do Tigre’

Na esteira da detenção de influenciadores acusados de associação criminosa devido à promoção de um jogo fraudulento, Carlinhos Maia optou por abordar o incidente. Em resposta às cobranças, o empresário fez questão de esclarecer, por meio de seu perfil oficial no Instagram, que não tem qualquer vínculo com a plataforma sob investigação.

Através dos stories, o influenciador digital explicou que realiza a divulgação de uma casa de apostas distinta: “Esse negócio do Tigrinho que passou no ‘Fantástico’ não tem nada a ver comigo, tá gente? Eu faço o Esporte da Sorte, que por sinal, é o mesmo que está na Rede Globo de Televisão, que está no ‘Big Brother Brasil'”, disse.

“O meu é aquele que patrocina todos os jogos, carnavais e tudo mais que vocês imaginarem… Na verdade, eu não sei explicar bem… É legal, mas ainda não tem regulamento e todos eles estão correndo atrás para que todas as casas, pelo menos as sérias, sejam devidamente regularizadas”, continuou Carlinhos Maia. Assista abaixo:




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Polícia Civil investiga o envolvimento de influenciadores digitais nos crimes de associação criminosa

Não apenas o “Jogo do Tigre” está sendo alvo das autoridades policiais. A Polícia Civil do Estado de São Paulo iniciou uma investigação abrangente para apurar o possível envolvimento de vários influenciadores digitais em crimes que incluem associação criminosa, lavagem de dinheiro e delitos contra o sistema financeiro. Entre as personalidades conhecidas que estão sob escrutínio, encontram-se a advogada Deolane Bezerra, sua irmã Dayanne Bezerra, o funkeiro MC Gebê, e a influenciadora Débora Paixão, entre outros.

A coluna “Erlan Bastos EM OFF” obteve com exclusividade acesso ao documento apresentado pela equipe da 3ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Fraudes Financeiras e Econômicas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC). Segundo as informações contidas no documento, os influenciadores estão sendo investigados por utilizar suas redes sociais, como Instagram e Facebook, para promover os chamados “sinais”. Esses sinais consistem em links que orientam os seguidores sobre qual banca virtual utilizar e o momento preciso para realizar apostas, com a promessa de retorno financeiro elevado.

A denúncia alega que os influencers compartilham links que redirecionam para sites especializados em jogos de azar, sem assumir responsabilidade pelos pagamentos dessas plataformas, enquanto lucram e recebem uma porcentagem desse processo.




A Polícia Civil constatou que nomes famosos fazem parte do esquema. A advogada e ex-peoa de “A Fazenda”, Deolane Bezerra, sua irmã Dayanne, a influenciadora Débora Paixão, o funkeiro MC Gebê, a tiktoker Alannis Proença, o influencer Emerson Preto e a influenciadora Alyne Lary, entre outros, são citados como supostos envolvidos.

“Oportunistas com anseio de ganhar dinheiro ilegalmente se utilizam das redes sociais digitais como Instagram e Facebook (…) para realizarem sem autorização, jogos de azar, o que demonstra claramente o meio de contravenção penal digital ‘jogo do bicho por meio digital'”, aponta o relatório policial.

O documento da Polícia Civil apresenta prints de postagens feitas por Deolane Bezerra e sua irmã, Dayanne Bezerra, divulgando links que promovem e divulgam jogos de azar. “Bora ganhar um din din”, escreveu a ex-participante de “A Fazenda” em uma das postagens. “Vejam gente, já ganhei 235 reais com as rodadas grátis”, anuncia a também advogada Dayanne Bezerra.

Bloqueio de perfis

Diante da atual situação, a Polícia Civil de São Paulo requereu judicialmente o bloqueio dos perfis em redes sociais de vários influenciadores. A lista inclui Bruno Alexssander, que gerencia diversas contas como @obuzeira, @buzeiramilionario, @reseva_buzeira, @mingalzeira e @hillaryreserva_, vinculado à sua esposa. Também estão sujeitos ao bloqueio Rudny Damasceno (@rudnyalan_) e Kabrinha (@brinha011).

Além desses, outros nomes sob investigação na ação incluem Deolane Bezerra, Dayanne Bezerra, Nathália Coelho (@nathaliacoelhor), Débora Paixão (@deborapaixaooficial e @depaiixao), Chrys Dias (marido de Débora, @ochrysdias), MC Gebê (@mcgebe), o influenciador Guizeira (@guizeiraofc e @guizeirapessoal), Nikolas Lobo (@nikolas_lobo), Gessica Lay (@gessicalaayaoficial e @gessicalayc), Alannis Proença (@alannisproenca), entre outros. Todos enfrentam acusações relacionadas à exploração de jogos de azar.

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Você já jogou esse famoso ‘Jogo do Tigrinho’?