Você já se perguntou se há uma pessoa que dormiu por anos, assim como a famosa Bela Adormecida? A resposta é: sim. No entanto, ao invés de dormir por 100 anos, Karolina Olsson dormiu por 32 anos seguidos, o que já é extremamente absurdo para qualquer ser humano!
Sobre Karolina
Nascida no ano de 1862, Karolina Olsson levou uma vida típica, com seus pais e seus quatro irmãos em uma casinha na isolada ilha sueca de Okno. Embora sua vida fosse simples, era cheia de alegria e desprovida de preocupações com a saúde.
Karolina fazia aulas principalmente em casa, onde aprendeu a ler e escrever, e só se matriculou na escola local aos 14 anos. Até então, ela trabalhava principalmente na casa, pois era onde a família acreditava que ela seria mais útil. A escola ficava a mais de 5 quilômetros de distância. Trajeto esse que a jovem, que costumava ficar sempre em casa, agora tinha que caminhar pacientemente todos os dias.
Apesar de viver sua vida colegial normalmente todos os dias, no inverno de 1876, um infeliz acidente desencadeou uma série de eventos que catapultariam Karolina às dúvidas científicas.
Em um dia gelado de fevereiro de 1876, Karolina, de 14 anos, sofreu um ferimento na cabeça depois de tombar e cair no gelo enquanto voltava da escola. A jovem foi para a cama naquela noite, provavelmente para se recuperar. No entanto, a manhã de 23 de fevereiro marcou o início de um longo sono de anos.
O acidente e o sono
Na terça-feira (22/02/76), Karolina chegou da escola depois de mais 5 km de caminhada e reclama de dor de dente. Sua mãe, que era considerada super protetora por alguns, insistiu que a dor de dente poderia ter sido causada por bruxaria, e pediu que a filha fosse para a cama. Seguindo ordens da matriarca, a jovem vai para a cama e adormece, bem, por 32 anos.
Quando a família tenta acordá-la, Karolina não responde, como se estivesse em estado de coma. A família era pobre e não tinha condições de pagar um médico neste momento, então a mãe recorreu a ficar ao seu lado, tentando cuidar da filha. Ela garantia que a jovem consumisse pelo menos dois copos de leite todos os dias.
Na época, médicos e profissionais locais visitavam a família em diversas ocasiões, mas ninguém conseguia acordar a menina. A crença comum na época era que ela sofria de algum problema psiquiátrico, algum tipo de “histeria”.
Internação e luto
Em 1892, Karolina foi internada no Hospital Oskarshamn’s, onde foi tratada com choques elétricos. Porém, não reagiu ao tratamento. Ela ficou no hospital por um mês. O diagnóstico oficial do hospital foi “demência paralítica”, mas não havia muito apoio real para este diagnóstico. Ao longo dos anos, enquanto a Bela Adormecida dormia, ela permanecia indiferente a qualquer toque físico e formigamento.
Karolina não foi vista acordada ou consciente por ninguém durante os anos em que supostamente dormiu. Porém, em 1905 sua mãe faleceu, e ela entrou em fase de luto severo. Relatos de testemunhas contam que ela chorava histericamente, mas continuava dormindo. Os cuidados foram inicialmente assumidos pelo pai, mas devido à idade avançada, ele contratou uma doméstica para cuidar da filha. Quando um de seus irmãos morreu em 1907, ela teve outro episódio de choro alto.
Em algumas ocasiões, Karolina foi descoberta rastejando no chão e depois foi levada de volta para a cama. Em nenhuma dessas ocasiões ela parecia acordada, muito menos acordou em seguida. Durante certa ocasião, ela teria sido ouvida por seu pai gritando uma oração em voz alta, antes de retomar seu sono persistente. A cuidadora relatou sobre o desaparecimento de doces, e móveis e trajes se movendo misteriosamente e trocando de lugar.
Porém, a Bela Adormecida nunca tocou nos alimentos deixados ao lado de sua cama. Durante todo o tempo dormindo, a mulher permaneceu limpa, e principalmente, saudável. Seus cabelos e unhas pareciam nunca crescer, e ela parecia estar bem com apenas dois copos de leite por dia.
O despertar
Em 3 de abril de 1908, a cuidadora de Karolina entra em seu quarto e a encontra no chão, rastejando e chorando histericamente. Ela suplicou à doméstica por sua mãe. Quando seus irmãos entraram na sala, ela não os reconheceu.
Karolina estava extremamente magra, e parecia desnutrida. Ela não conseguia se mover adequadamente, e estava confusa, porém, ela finalmente acordou. Ela estava sensível às luzes e falava minimamente. A jovem de 14 anos, estava agora com 46 anos, e se passaram 32 anos e 42 dias desde que ela foi para a cama naquela tarde fria de fevereiro de 1876.
Médicos, jornalistas e transeuntes em geral que ouviram falar da lendária Bela Adormecida de Oknö visitaram a casa da família Olsson para testemunhar o milagre. Os antigos professores de Karolina também a visitaram, e concluíram que ela ainda conseguia ler e escrever.
Ela não era muito boa em matemática, e seu conhecimento geral sobre história e geografia também foi considerado escasso. Apesar disso, a mulher conseguiu se lembrar do dia em que adormeceu, principalmente que teve alguns problemas nos dentes. Ela não se lembrava de nada mais desde o momento em que dormiu.
Feliz e saudável
Pessoas de fora descreveram Karolina como mais jovem do que realmente era. Ela parecia ter mais 30 e poucos anos do que os 46 anos que ela realmente tinha neste momento. A mulher se recuperou rapidamente do despertar, e continuou trabalhando na casa, como fazia há 32 anos antes. Ela passou o resto da vida na propriedade da família em Oknö.
Karolina foi descrita como feliz e muito saudável. Vivia realizando tarefas domésticas e de jardinagem, caminhando longas distâncias para entregar mercadorias e fazer compras. Depois de acordar, ela viveu por mais 42 anos tranquilamente. No entanto, acabou falecendo em 5 de abril de 1950, de aneurisma, aos 88 anos.
A história de Karolina Olsson continua a confundir profissionais médicos e historiadores até os dias de hoje. Apesar de extensas investigações e inúmeras teorias, ainda não há explicação definitiva para seu sono de 32 anos. Seu conto serve como um lembrete dos mistérios do corpo humano e da natureza enigmática do sono!
Teorias
De acordo com o psiquiatra sueco Harald Fröderström, que estudou Karolina por um tempo em 1910, o período de sono provavelmente foi desencadeado pela dor de dente. Mas ele também concluiu que não havia nada físico acontecendo que causasse o estado de coma.
O profissional teorizou em um artigo em um jornal de Estocolmo que ela provavelmente acreditava que estava muito doente, e que sua mãe, que sempre permaneceu ao seu lado até seu falecimento, certificou-se de que ela fosse alimentada e mantida limpa e arrumada. Enquanto provavelmente também acreditava que ela estava doente.
É possível que tenha tido algum sigilo envolvido entre elas, o que pode explicar muitas das questões que surgiram em torno do caso. Como ela poderia sobreviver com apenas dois copos de leite? Por que suas unhas ou cabelos nunca pareciam crescer? Como ela usava o banheiro?
Por que ela nunca reagiu ao toque físico ou mesmo a choques elétricos? Se ela ficou acordada por períodos, por que não simplesmente se levantava? Ainda assim, atualmente, todas essas questões permanecem sem resposta.
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Qual você acha que é a explicação para esse caso incomum? Você já conhecia essa história?