Desde aquele fatídico 1º de maio de 1994, as manhãs de domingo nunca mais foram as mesmas. Até a sexta volta do Grande Prêmio de San Marino, Ayrton Senna liderava a corrida e havia estabelecido o melhor tempo na pista. Para os brasileiros acostumados às alegrias proporcionadas por Senna, o desespero tomou conta por volta das 9h13 da manhã no horário de Brasília (ou 14h13 no horário de Ímola), quando Senna perdeu o controle de seu carro e colidiu violentamente contra o muro na curva Tamburello.

Em questão de horas, foi anunciada a morte cerebral do piloto, encerrando, após apenas três corridas, o sonho de Ayrton de pilotar pela Williams, mas eternizando-o como um dos maiores ícones do esporte. Seu velório emocionou milhares de pessoas e inspirou uma cena memorável em um filme da Marvel.

Momento do acidente de Ayrton Senna – Wikimedia Commons

Relembre o acidente

O impacto do carro de Senna contra o muro da curva Tamburello foi tão violento que quase fez o veículo retornar à pista. Imediatamente após o acidente, a bandeira vermelha foi hasteada e uma equipe médica foi despachada para o local – levou dois minutos para o atendimento chegar ao piloto. Inicialmente, houve um suspiro de alívio global quando uma câmera de TV capturou Senna aparentemente movendo levemente a cabeça; todos esperavam que fosse um sinal de que o brasileiro estivesse bem.

No entanto, esse movimento foi causado por um dano cerebral profundo. Ainda no local, Sid Watkins, chefe da equipe médica da Fórmula 1, observou que Ayrton havia sofrido uma perda significativa de massa encefálica e realizou uma traqueostomia em Senna, que acabou sofrendo uma parada cardíaca, conforme relatado pelo Grande Prêmio.

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“Ele estava tranquilo. Eu levantei suas pálpebras e estava evidente, pelas suas pupilas, que ele havia sofrido um grave dano cerebral. Nós o retiramos do cockpit e o colocamos no chão. Apesar de ser completamente agnóstico, senti sua alma deixando seu corpo naquele momento”, relatou Watkins mais tarde, conforme noticiado pela Gazeta Esportiva.

Equipe de resgate socorrendo Ayrton / Crédito: Getty Images

Logo após o acidente, um helicóptero transportou o piloto até o Hospital Maggiore de Bolonha, onde ele recebeu uma transfusão sanguínea antes que sua morte fosse anunciada. O corpo de Senna permaneceu na Itália por três dias, até ser transportado para Guarulhos, em São Paulo. Ayrton Senna foi conduzido em um veículo dos bombeiros até a Assembleia Legislativa, em um trajeto de aproximadamente 30 quilômetros entre o aeroporto e o local do velório.

Segundo registros do O Globo, o governo brasileiro decretou luto oficial de três dias e concedeu ao ídolo brasileiro honras de chefe de Estado, incluindo uma salva de tiros. Após o velório, que durou cerca de 24 horas, o cortejo fúnebre partiu da Assembleia Legislativa até o Cemitério do Morumbi, onde Senna foi sepultado no jazigo 11, quadra 15, setor 7. Aproximadamente dois milhões de pessoas foram às ruas para prestar suas últimas homenagens a Ayrton.

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Cena que inspirou ‘Homem de Ferro 3’

Em 2013, a estreia de ‘Homem de Ferro 3’ arrecadou mais de 1,2 bilhão de dólares em todo o mundo para a Marvel. Sequência de ‘Homem de Ferro’ (2008) e ‘Homem de Ferro 2’ (2010), o filme se inspirou no velório de Senna para criar uma cena emocionante. Na trama, Pepper Potts (interpretada por Gwyneth Paltrow) acreditava que Tony Stark (interpretado por Robert Downey Jr.) tinha falecido após um ataque do falso Mandarim à luxuosa mansão do Homem de Ferro. Desse modo, Potts organiza o funeral do herói.

Em 2013, o roteirista Drew Pearce compartilhou em sua conta no Twitter, agora identificada como X, que um momento do filme foi inspirado no último adeus a Ayrton Senna: quando Pepper segura o capacete do Homem de Ferro e o encosta em sua cabeça – um gesto que foi realizado por Viviane Senna, irmã de Ayrton, em seu funeral.

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Cena do velório de Senna em montagem com cena de Home de Ferro 3 /Reprodução/Divulgação

“Uma curiosidade sombria de Homem de Ferro 3. A cena em que Pepper segura o capacete próximo à sua cabeça é inspirada na imagem de uma mulher presente no funeral de Ayrton Senna [Pearce se equivoca ao confundir Viviane como companheira do piloto], conforme pode ser observado no notável documentário ‘Senna’, que retrata a vida deste brilhante e inspirador piloto”, afirmou.

“Uma pequena, porém significativa, homenagem, eu diria. Senna foi verdadeiramente extraordinário, digno de ser considerado um herói nacional. O documentário deveria ser parte do currículo em escolas de todo o mundo”, concluiu.

Veja a seguir: [VÍDEO] Xuxa revela não ter valorizado Ayrton Senna: “Eu não ligava”

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