Aqui no Brasil temos um costume de usar a expressão Fulano para se referir a alguém de quem não se sabe o nome. Além desse, há também as variações Beltrano e o Sicrano. Se formos parar para pensar, é curioso imaginar que, por décadas e décadas usamos as mesmas palavras para se referir às pessoas que não conhecemos, ou até quem simplesmente não queremos nomear. Apesar de surpreendente, acredite, os termos têm origens históricas!
Afinal, de onde surgiu o fulano, beltrano e sicrano?
A palavra Fulano deriva das línguas portuguesa e castelhana, e é usada para referenciar uma pessoa indeterminada que não se sabe o nome, ou não se quer mencionar. O termo tem origem no árabe “fulân”, que significa “alguém” ou “tal”. Sim, por isso é tão comum completarmos o termo com “Fulano de tal”.
A história do termo remete ao passado de Portugal, sua apropriação ocorreu durante o período de domínio árabe sobre a Península Ibérica, na Idade Média, sobretudo, devido às novelas de cavalaria que circulavam. Por isso, houve uma influência da língua sobre os vocabulários do espanhol e do português.
Por outro lado, Beltrano veio do próprio nome Beltrão, ou Beltrand, que tem origem francesa, e também se popularizou devido às novelas de cavalaria na era medieval. O termo ganhou o sufixo “ano”, justamente por influência do Fulano.
Agora, Sicrano, tem a origem mais vaga. Quando a palavra surgiu, Fulano e Beltrano já estavam na boca do povo. Acredita-se que ela venha de “sicra”, que pode estar ligada ao latim securu, que quer dizer segurança. Ou de uma mistura de “zutano” e “citano”, que são equivalentes a “fulano” e “beltrano”, em espanhol.
Fulanos e beltranos pelo mundo
Acredite, não são apenas os brasileiros que usam esses termos para se referir às pessoas que não querem identificar. Em outros locais, os termos podem até ser mais estranhos. Por exemplo, na Argentina, pode-se usar Juan Pérez, Don Nadie, nengano, zultano, perengano, e até Natalia Natalia – termo que é utilizado pela polícia para descrever um suspeito cujo nome é ignorado.
Já a Espanha usa termos semelhantes aos do Brasil: fulano, zutano, mengano e perengano, e claro, seus correspondentes femininos. Na França, há a expressão Pierre-Paul-Pacques, que forma uma espécie de “fulano-sicrano-beltrano”, pela junção dos três nomes.
Os japoneses, por sua vez, dizem nanashi-no-gombei, que quer dizer algo como “sem nome, tal e tal”. Já nos Estados Unidos, há os famosos John Doe e Jane Doe, que querem dizer “João e Jane sem nome”. Além dos menos conhecidos, como John Q. Public, Joe Blow, Joe Schmoe, Joe Sixpack, e John Smith.
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Você imaginava essas origens?