Na madrugada desse domingo (14), o FBI revelou a identidade do homem que tentou matar Donald Trump na cidade de Butler, Pensilvânia, no sábado (13) durante um comício eleitoral. O responsável pelo atentado era Thomas Matthew Crooks, de apenas 20 anos.

thomas matthew crooks - Foto: Reprodução

Thomas Matthew Crooks – Foto: Reprodução

Thomas, que chegou a centímetros de matar o candidato presidencial, foi morto logo após atirar várias vezes no comício. De acordo com as autoridades, Crooks entrou no terraço de um prédio a 140 metros do palco onde Trump estava falando, e começou a disparar um rifle semiautomático estilo AR-15, uma arma comprada legalmente por seu pai. O FBI acredita que o atirador agiu sozinho, mas investiga se outras pessoas participaram do crime.

Quem era Thomas Matthew Crooks?

Segundo o FBI, ele vivia no distrito de Bethel Park, na Pensilvânia. É um subúrbio predominantemente branco, que é mais rico do que a área metropolitana de Pittsburgh ao redor. Dan Grzybek, um representante do conselho do condado cujo distrito inclui Bethel Park, descreveu-o como politicamente misto. A região onde Crooks morava fica a de 70 km de Butler, cerca de uma hora de carro, onde acontecia o comício de Trump.
Thomas, que atirou em Donald Trump - Foto: X

Thomas, que atirou em Donald Trump – Foto: X

Ele se formou na Bethel Park High School em 2022 com a reputação de um colega de classe brilhante e quieto. Seu orientador do ensino médio o descreveu como “respeitoso”, alguém que na maior parte do tempo “ficava na dele”, e disse que nunca considerou Crooks um político.

Além disso, Crooks, durante seus dias de escola, tentou entrar para o time de rifle. Mas foi rejeitado porque era um péssimo atirador, disse um capitão atual do time à agência de notícias AP. Um de seus colegas de classe também disse em uma entrevista que seus interesses se concentravam em construir computadores e jogar. Ele morava com os pais e trabalhava como auxiliar de cozinha numa casa de repouso para idosos.

O FBI disse que seu perfil nas redes sociais não contém linguagem ameaçadora. Nem conseguiram encontrar nenhum histórico de problemas de saúde mental. As autoridades não conseguiram chegar a suas inclinações políticas concretas. Pois seus perfis não tinham nenhuma publicação promovendo violência ou atividades semelhantes.

Relatos de ex-colegas e vizinhos

Entrevistas da CNN com mais de meia dúzia de ex-colegas de classe e vizinhos de Crooks o pintaram como quieto. Com colegas de classe se lembrando dele como um bom aluno e um tanto desajeitado no ensino médio.

Thomas na escola - Foto: Reprodução

Thomas na escola – Foto: Reprodução

Jason Kohler, 21, que estudou na mesma escola, disse que Crooks sofria bullying de outros alunos e parecia ser um solitário. Thomas não tinha “nenhuma expressão facial” quando andava pelos corredores da escola, disse Kohler. “Ele não estava, tipo, com a panelinha, então ele sempre tinha, eu acho, um alvo nas costas”.

Outra ex-aluna da escola, Sarah D’Angelo, lembrava-se de Crooks como “um garoto quieto, não obviamente político ou violento de forma alguma”. Ela disse que a única vez que ele falou com ela foi quando sua classe estava esperando a cerimônia de formatura começar.

Uma terceira colega de classe, que pediu para não ser identificada, disse que Crooks era muito inteligente, fazia atividades extracurriculares e era tímido. “Quase uma vibe nerd retrô”, disse.

Divergências políticas

Uma revisão de registros públicos sugere que ele pode ter tido inclinações políticas divergentes. Com Crooks se registrando para votar como republicano, mas fazendo uma pequena doação para um grupo de inclinação democrata. Ele teria condições de voltar pela primeira vez nas eleições de 5 de novembro.

Thomas Matthew Crooks em sua formatura - Foto: Reprodução

Thomas Matthew Crooks em sua formatura – Foto: Reprodução

Registros da Comissão Eleitoral Federal mostram que um doador listado como Thomas Crooks, com o endereço do atirador, doou US$ 15 ao Progressive Turnout Project. Um comitê de ação política alinhado aos democratas, no dia da posse em janeiro de 2021, quando Crooks tinha 17 anos.

Um porta-voz do Progressive Turnout Project disse em um e-mail que o grupo recebeu a doação. “Em resposta a um e-mail sobre a participação na inauguração” e que “o endereço de e-mail associado à contribuição fez apenas uma contribuição e foi cancelado de nossas listas há 2 anos”.

“Condenamos inequivocamente a violência política em todas as suas formas e denunciamos qualquer um que escolha a violência em vez da ação política pacífica”, escreveu o porta-voz.

Mais tarde naquele ano, uma semana após completar 18 anos, Crooks se registrou para votar como republicano, segundo uma listagem no banco de dados de eleitores da Pensilvânia que correspondia ao seu nome, idade e endereço. Os pais de Crooks trabalham como assistentes sociais, de acordo com registros de licenças estaduais. Seu pai é registrado para votar como republicano e sua mãe é registrada como democrata.

O atentado

Nesse sábado (13), Donald Trump estava fazendo um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia, quando foi alvo do atentado. Um vídeo registrou o exato momento em que o ex-presidente reage ao ouvir tiros de arma de fogo.

Donald Trump - Foto: Reprodução

Donald Trump – Foto: Reprodução

Durante os disparos, Trump levou a mão à orelha e se abaixou. Na sequência, agentes do Serviço Secretos dos Estados Unidos protegeram o republicano. Ele foi retirado do local instantes depois. Antes, acenou para o público e apareceu com a orelha ensanguentada. Trump foi levado para o hospital e recebeu alta cerca de três horas depois.

Ele também fez uma publicação em uma rede social para comentar o ocorrido. “Eu levei um tiro que atingiu o pedaço superior da minha orelha direita. Eu soube imediatamente que algo estava errado quando ouvi um zumbido, tiros e imediatamente senti a bala rasgando a pele. Sangrou muito, e aí me dei conta do que estava acontecendo”, escreveu.

Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas no tiroteio. Todas as três vítimas eram homens adultos e membros do público presente no evento, segundo a CBS News. Seus nomes não foram divulgados.

Grácifo mostra o ataque - Foto: Reprodução

Grácifo mostra o ataque – Foto: Reprodução

Filmado antes do atentado

O atirador filmado por um participante do comício e a equipe de contra-atiradores que o matou, postada num teto atrás do candidato.

O atirador filmado por um participante do comício e a equipe de contra-atiradores que o matou, postada num teto atrás do candidato – Foto: Reprodução/TMZ/ X

Thomas foi filmado rastejando e permanecendo imóvel enquanto frequentadores do evento reagem com gritos e se abaixam por segurança. Nas imagens, uma pessoa grita “ele tem uma arma” duas vezes, antes de se ouvir os disparos iniciais.

O vídeo foi gravado perto de um trailer de metal, a menos de 150 metros de distância de onde estava Trump. De acordo com o Serviço Secreto, o trailer estava fora do que foi considerado “perímetro de segurança”. As imagens exibidas pela CNN mostram que as pessoas caminhavam livremente em torno do trailer, de onde o homem atirou com um rifle, deitado no teto.

Confira a seguir: Por que a orelha fica quente do nada?

O que você achou dessa notícia?