Você já se perguntou se, em uma Olimpíada, é possível ter dois ouros? A resposta é: sim! As Olimpíadas de Tóquio-2020 foram marcadas pela exceção, ao ocorrer um ano depois do previsto, devido à pandemia de covid-19. Uma outra história curiosa também foi excepcional: o italiano Gianmarco Tamberi foi ouro no salto em altura. O catari Mutaz Barshim, também. Entenda!
Eles empatavam em 2,39m na final, após duas horas exaustivas de prova. Depois de cada um falhar três vezes, um dos juízes da prova ofereceu que eles tentassem um desempate. Barshim, então, perguntou se “poderíamos ter dois ouros?”. O juiz, então, acenou positivamente com a cabeça. A resposta foi um aperto de mão do italiano e um abraço entre os dois atletas. “Eu olhei pra ele, ele olhou pra mim, e nós entendemos”, disse o saltador catariano.
“Ele é um dos meus melhores amigos, não só na pista, mas também fora dela. Trabalhamos juntos. É um sonho que se torna realidade. Esse é o verdadeiro espírito desportivo e estamos aqui para transmitir esta mensagem,” acrescentou.
Amizade emocionante
O fato foi ainda mais emocionante para Tamberi, que havia ficado de fora dos Jogos do Rio, em 2016. Isso ocorreu devido a uma fratura no tornozelo que quase o aposentou, cinco meses antes da competição. Quando ele retornou, em 2017, faltava confiança, e os resultados não vinham.
Frustrado com o próprio desempenho na competição, o italiano se trancou no quarto do hotel e não queria falar com absolutamente ninguém. Foi aí que apareceu Mutaz Essa Barshim. Um dia depois da prova, o catari bateu à porta do colega e insistiu que só sairia de lá depois que os dois tivessem uma conversa.
Na conversa, entre choro e desabafo, o catari incentivou o colega a persistir. Felizmente, Gianmarco não parou. O conselho veio de quem deixou de participar de Londres-2012 por uma lesão na coluna, mas voltou e conquistou a prata em 2016.
Mutaz Barshim e Gianmarco Tamberi estão em Paris-2024
O catari tem duas medalhas de prata. Ele disputa, em Paris-2024, sua quarta edição de Olimpíadas. Tamberi também retorna e chega aos Jogos Olímpicos como favorito após a conquista de seu terceiro título no Campeonato Europeu. Ambos foram porta-bandeiras de seus respectivos países na cerimônia de abertura.
Esse foi o primeiro pódio “dividido” desde os Jogos de Estocolmo-1912. Naquela edição, o norte-americano Jim Thorpe e o norueguês Ferdinand Bie dividiram o primeiro lugar na prova do pentatlo.
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Você sabia que isso era possível?