O ex-diretor da Globo, Luis Erlanger, fez uma publicação nas redes sociais cheia de críticas a Silvio Santos após o falecimento do apresentador. O jornalista mencionou comportamentos polêmicos do comunicador, como seu apoio à Ditadura Militar (1964-1985) e os conflitos com Zé Celso (1937-2023). “Um dos ícones da nossa TV. Mas santo só no sobrenome”, declarou. O ex-executivo utilizou as redes sociais para comentar sobre o dono do SBT.

“No Brasil, a morte traz consigo uma anistia automática. E muita bajulação. É inegável que Silvio Santos ocupa um lugar de destaque na história da nossa televisão. No seu gênero (eu prefiro o Chacrinha [1917-1988]), foi o maior apresentador de programa de auditório. O Baú da Felicidade –que recebeu de presente– era uma farsa. Lançou a Tele Sena, um modelo de aposta proibido disfarçado de título de capitalização, sem respaldo”, afirmou.

“Só não concorreu à presidência da República porque foi considerado inelegível. Apoiou todos os presidentes e se autodenominava ‘office boy de luxo do governo’. De qualquer governo. Assim como outros magnatas da comunicação –como Roberto Marinho [1904-2003]–, apoiou o golpe militar. Mas ele foi além”, continuou.

“Ele próprio admitiu que recebeu o canal de TV do general-ditador Figueiredo [1918-1999]. Nos intervalos, veiculava campanhas com o slogan do regime militar ‘Brasil, ame-o ou deixe-o’. No governo Bolsonaro, ressuscitou A Semana do Presidente, programa exibido durante a ditadura. Retirou um prêmio musical de uma candidata negra, contrariando a escolha do público“, escreveu.

“Em 2010, descobriu-se que seu banco Panamericano esteve envolvido em operações fraudulentas de R$ 4,3 bilhões, o maior escândalo financeiro da década. Não perdeu patrimônio, tampouco a concessão pública do SBT”, criticou. “Roubou o projeto original do BBB e o nomeou Casa dos Artistas. Ninguém se lembra da covardia contra Zé Celso e o Teatro Oficina? Enfim, um dos ícones da nossa TV. Mas santo só no sobrenome”, concluiu. Confira a publicação original:

Luis Erlanger

O jornalista começou sua carreira como estagiário no jornal O Globo na década de 1970, ascendendo até se tornar editor-chefe. Em 1995, assumiu a direção editorial da Central Globo de Jornalismo. Em 2000, passou a dirigir a Central Globo de Comunicação e, posteriormente, a Central de Análise de Conteúdo e Controle de Qualidade. Ele deixou a emissora em 2013 para fundar sua própria produtora.

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