Thonis-Heracleion poderia ser considerada a Viena do Egito. Construída em torno de seu grande templo, era atravessada e interligada por uma rede de canais. Cada pequena ilha, entre as teias aquáticas, abrigava casas e pequenos santuários. Há cerca de 2.300 anos atrás, Thonis-Heracleion – nomes egípcio e grego da cidade – era um dos grandes centros portuários do mundo. Por isso, seu porto comandava e controlava todo o comércio do Egito.
Localizada a 6,5 quilômetros da costa de Alexandria, sua história é pouco falada atualmente. O que se sabe, no entanto, é que ela ficou escondida submersa no fundo do mar, durante milhares de anos. A primeira luz sobre a cidade foi encontrada pelo arqueólogo francês, Franck Goddio.
História e importância de Heracleion
Fundada por volta do século VIII a.C., Heracleion, também conhecida como Thonis pelos egípcios, era uma cidade portuária próspera. Servia como ponto de entrada para todos os navios que chegavam ao Egito vindos do mundo grego. A cidade também abrigava um grande templo dedicado a Amon, uma das divindades mais importantes do panteão egípcio. Este templo era um centro de peregrinação e culto, atraindo visitantes de todo o Mediterrâneo.
Heracleion era um vibrante centro de comércio e vida social. A cidade tinha mercados movimentados, onde mercadores trocavam bens de várias partes do mundo antigo. O comércio incluía produtos como grãos, tecidos e óleos. Documentos encontrados nas escavações revelam transações comerciais e contratos, oferecendo um vislumbre das atividades econômicas e do papel crucial da antiga cidade no comércio mediterrâneo.
O templo de Amon era o coração religioso de Heracleion. Durante festivais importantes, procissões e cerimônias eram realizadas para homenagear os deuses. O templo também servia como um local de adoração e oferendas, atraindo peregrinos de todas as partes. Artefatos religiosos, incluindo estátuas de deuses e objetos rituais, foram encontrados em abundância, indicando a importância do culto religioso na cidade.
Por volta do século VIII d.C., a cidade começou a declinar devido a desastres naturais e instabilidades políticas. Terremotos, tsunamis e o aumento do nível do mar contribuíram para o afundamento gradual da cidade. Eventualmente, a cidade desapareceu sob as águas do Mediterrâneo, levando consigo seus segredos e tesouros. A submersão completa foi acelerada por mudanças no delta do Nilo, que alteraram o curso do rio e afundaram a região.
Exploração
Em 2000, depois de anos examinando a Baía de Abu Qir, na costa do Egito, Franck Goddio sua equipe conseguiram encontrar diversas ruínas da cidade. Sua primeira descoberta foi a enorme cabeça de uma das estátuas da época. Além dela, os arqueólogos encontraram 64 embarcações, 700 âncoras, um pote de pedra maciça cheia de moedas de ouro e muitas outras estátuas, todas com mais de 16 pés de altura (equivalente a quase 5 metros). Grande parte das peças, feiras de granito e diorito, estavam perfeitamente preservadas pela água.
Junto aos artefatos, os arqueólogos ainda encontraram os restos de um enorme templo, que foi construído em homenagem ao deus Amon-Gereb. Nos arredores do local, uma descoberta surpreendeu: os cientistas se viram de frente com pequenos sarcófagos, usados para enterrar os animais que eram usados como oferendas. Todos os objetos ajudam a construir melhor a imagem de como era a vida e o cotidiano em Thonis-Heracleion.
Nos últimos anos, algumas outras expedições à cidade subaquática também descobriram um antigo navio militar grego e um complexo funerário do século IV a.C. À medida que a exploração continua, os pesquisadores esperam que Thonis-Heracleion possa seguir oferecendo mais tesouros incríveis para a humanidade e que mais informações sobre o seu passado sejam redescobertas.
Confira algumas fotos do achado:
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Você conhecia a cidade de Thonis-Heracleion?