Recentemente, a cantora Preta Gil compartilhou sua experiência pessoal no programa Mais Você, com Ana Maria Braga, detalhando sua luta contra o câncer de intestino. Preta relatou que começou a suspeitar que algo estava errado ao notar alterações em suas fezes, como prisão de ventre, fezes achatadas e presença de sangue.
Os sintomas levaram Preta Gil à buscar ajuda médica, resultando no diagnóstico de um tumor de seis centímetros no intestino. Os médicos frequentemente alertam que alterações nas fezes são um dos primeiros sinais de câncer intestinal e outras condições graves.
Em entrevista ao O Globo, a gastroenterista alemã Giulia Enders destacou a importância de prestar atenção ao formato e à cor das fezes, que podem sinalizar uma variedade de condições de saúde. Enders é a autora do livro ‘O Discreto Charme do Intestino’, um best-seller global que já vendeu mais de 6 milhões de exemplares, no qual aborda de forma objetiva e descomplicada como o intestino influencia nossa saúde geral.
É fundamental que as pessoas observem o formato, a cor e a consistência das fezes regularmente. A saúde do intestino pode ser avaliada a partir da análise desses aspectos, e mudanças inesperadas podem indicar a necessidade de atenção médica imediata. Enders explica que existem sete tipos de consistência das fezes, e uma digestão saudável resulta em fezes do tipo 3 ou 4, com bom teor de água.
Veja o que os 7 tipos de fezes podem dizer sobre sua saúde:
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1 – Bolinhas duras e pequenas
As fezes do tipo 1, caracterizadas por pequenas bolinhas duras e separadas, muitas vezes comparadas a “coquinhos”, são um sinal claro de que algo está errado com a flora intestinal.
Esse tipo de fezes geralmente é difícil de evacuar e está associado a uma alteração aguda no equilíbrio das bactérias intestinais, que pode ocorrer após o uso de antibióticos ou como resultado de uma dieta pobre em fibras. A falta de fibras e bactérias saudáveis no intestino faz com que o corpo não consiga reter água adequadamente nas fezes, resultando em pedaços duros e difíceis de serem eliminados.
Esse esforço para evacuar pode levar a sangramentos no ânus, tornando a condição ainda mais desconfortável e dolorosa. Além disso, é comum que a pessoa não sinta flatulência, pois a ausência de fibras e bactérias impede a fermentação no intestino, processo que normalmente gera gases.
Para regular o intestino e evitar a formação desse tipo de fezes, é essencial aumentar a ingestão de fibras na dieta. Isso pode ser feito incorporando alimentos integrais, frutas e verduras nas refeições diárias.
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2 – Tipo linguiça encaroçada
As fezes do tipo 2 são caracterizadas por uma massa compacta, mas com uma textura grumosa ou encaroçada, o que as torna particularmente difíceis e dolorosas de evacuar.
Fezes rígidas podem ser maiores que a abertura anal, exigindo esforço para eliminação e causando complicações como sangramento, fissuras anais, hemorroidas e, em casos graves, diverticulose. A diverticulose ocorre quando pequenas bolsas, chamadas divertículos, se formam nas paredes do intestino, especialmente no cólon.
A diverticulose pode ser assintomática, mas quando os divertículos inflamam ou infeccionam, causam diverticulite, resultando em dor abdominal intensa e complicações graves. Sintomas comuns incluem dor abdominal, alterações nos hábitos intestinais e, às vezes, sangramento retal.
O tratamento inclui ajustes na dieta com mais fibras, e em casos graves, uso de antibióticos ou até mesmo cirurgia. Fezes do tipo 2 são causadas por hemorroidas, fissuras anais e hábitos como retenção ou atraso na defecação.
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3 – Forma parecida com linguiça com rachaduras
O tipo 3 de fezes, semelhante ao tipo 2, também apresenta uma consistência rígida e grumosa, porém, o tempo de permanência das fezes no intestino é menor. Isso faz com que o tamanho das fezes seja relativamente menor e a frequência das evacuações seja mais regular.
Ainda é necessário esforço durante a evacuação, causando desconforto e dor. As causas e consequências são semelhantes ao tipo 2, incluindo prisão de ventre crônica, retenção de fezes, hemorroidas e fissuras anais.
Além disso, a pressão exercida pelas fezes endurecidas nas paredes intestinais pode contribuir para o desenvolvimento da síndrome do intestino irritável (SII), causando dor abdominal, inchaço e alterações nos hábitos intestinais. Embora as fezes do tipo 3 sejam mais fáceis de evacuar do que as do tipo 2, a necessidade de esforço contínuo ainda pode causar ou agravar problemas como hemorroidas e fissuras anais.
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4 – Salsicha lisa e macia
As fezes do tipo 4 são consideradas o padrão ideal de saúde intestinal. Elas têm um formato alongado, liso e macio, assemelhando-se a uma salsicha ou cobra. Este tipo de fezes indica que o trânsito intestinal está funcionando bem, com a evacuação ocorrendo de forma regular e sem esforço excessivo.
A consistência e o formato das fezes indicam um equilíbrio de hidratação e fibra na dieta, facilitando a passagem pelo intestino. Fezes nesse formato são um sinal de intestino saudável e um objetivo para melhorar a regularidade e qualidade das evacuações.
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5 – Pedaços macios
As fezes do tipo 5 são caracterizadas por pedaços macios e separados, com bordas bem definidas. Esse tipo de fezes é fácil de evacuar e geralmente indica uma boa saúde intestinal.
É comum entre pessoas que têm um trânsito intestinal rápido, resultando em evacuações frequentes, geralmente de 2 a 3 vezes por dia. Isso costuma ocorrer após as grandes refeições, quando o reflexo gastrocólico – a resposta do intestino ao consumo de alimentos – estimula a necessidade de evacuar.
Esse tipo de fezes é considerado saudável, especialmente quando a pessoa segue uma dieta rica em fibras e bebe bastante água, o que mantém as fezes macias e fáceis de passar.
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6 – Massa pastosa e macia
As fezes do tipo 6 são caracterizadas por uma massa pastosa e fofa, com bordas irregulares. Esse tipo de fezes geralmente é difícil de controlar, resultando em uma necessidade urgente de evacuar.
Além disso, o uso de papel higiênico para limpar pode ser menos eficaz, causando sujeira e desconforto, o que torna a duchinha do banheiro uma opção mais adequada para a higiene. Contudo, as causas desse tipo de fezes podem variar, mas incluem um cólon ligeiramente hiperativo, que acelera o trânsito intestinal, levando a uma consistência menos firme.
Outra possível causa é o excesso de potássio na dieta, que pode afetar a textura das fezes. Desidratação repentina também pode ser um fator, pois a falta de água pode resultar em fezes menos formadas. Além disso, o aumento da pressão arterial relacionado ao estresse pode contribuir para esse padrão de evacuação.
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7 – Diarreia
Fezes do tipo 7 caracterizam-se por diarreia, com evacuações totalmente líquidas e sem pedaços sólidos. Frequentemente, esse tipo de fezes acompanha sintomas como desidratação e dores abdominais, indicando que o sistema digestivo enfrenta algum distúrbio significativo.
Diversos fatores causam a diarreia do tipo 7, incluindo infecções virais ou bacterianas (como viroses e infecções intestinais), intolerâncias alimentares (como a intolerância à lactose) e outras condições que afetam o trato gastrointestinal. Este tipo de diarreia é especialmente comum em crianças, que ainda não desenvolveram completamente sua flora intestinal, e em idosos, que podem ter um sistema digestivo mais sensível.
Portanto, devido ao risco de desidratação, é crucial buscar orientação médica ao apresentar esse tipo de fezes. O tratamento envolve reidratação, uso de probióticos e, em casos severos, administração de soro intravenoso.
A cor das fezes é um indicativo de saúde:
- marrom é normal;
- marrom-claro a amarelo pode indicar baixa produção de enzimas digestivas;
- e cinza pode sugerir obstrução entre o fígado e o intestino.
A intervenção médica e o cuidado adequado são essenciais para prevenir complicações mais sérias associadas à diarreia, garantindo a recuperação da saúde intestinal e o bem-estar geral.
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