O ano de 2024 tem sido marcado por diversas perdas significativas no mundo dos famosos, tanto no Brasil quanto no exterior. Grandes nomes do entretenimento, esporte e cultura se despediram, deixando um legado de contribuições importantes em suas respectivas áreas. Entre atores, cantores, escritores e atletas, relembramos algumas das celebridade que nos deixaram este ano:
Liam Payne (1993-2024)
Liam Payne, ex-integrante do One Direction faleceu nessa em 16 de outubro, aos 31 anos, após cair do terceiro andar de um hotel em Buenos Aires, na Argentina. O artista britânico sofreu uma queda fatal de cerca de 13 metros da sacada de sua acomodação. Ele teve morte instantânea, revelou um exame de autópsia preliminar. Autoridades afirmaram que ele teve uma fratura importante na base do crânio, o que seria o ferimento mais grave de todos e “incompatível com a vida”.
Em sua passagem pela Argentina, Liam encontrou-se com fãs. Além de ter viajado para assistir o show de um seus ex-companheiro de One Direction, Niall Horan. Os dois, junto com Harry Styles, Louis Tomlinson e Zayn Malik, todos participantes do reality show musical X Factor, fizeram parte de uma das boy bands mais populares de todos os tempos.
A identidade de Payne foi confirmada pelos serviços de emergência ao verificar seu passaporte. De acordo com declarações oficiais do Ministério da Segurança da Província de Buenos Aires, o popstar pulou da sacada do quarto do hotel onde estava hospedado em Palermo, bairro de Buenos Aires. Ainda de acordo com as autoridades, foram encontrados vestígios de álcool e clonazepam, medicamento usado em tratamentos diversos, como epilepsia, transtornos de ansiedade e síndrome do pânico.
One Direction lançou cinco discos durante seis anos juntos. Quatro deles chegaram ao número 1 da Billboard, a maior parada de sucessos da indústria fonográfica. Foram mais de 200 milhões de cópias vendidas no mundo todo e 21 bilhões de acessos de músicas via streaming. Entre os seus principais sucessos, destaque para What Makes You Beautiful, Best Song Ever, Story of My Life, Live While We’re Young e Little Things.
Washington Olivetto (1951-2024)
Washington Olivetto, que faleceu em 13 de outubro aos 73 anos, era um publicitário acima da média. Uma das mentes mais criativas do país, o escritor foi o criador de personagens como “Garoto Bombril” e de campanhas como a do primeiro sutiã. Quatro meses antes de sua morte, ele estava internado no Hospital Copa Star para tratar uma infecção pulmonar. Olivetto morreu por pneumonia e choque séptico, que provocou a falência múltipla dos órgãos.
Mais do que celebrar seus feitos na área – campanhas históricas, personagens icônicos e slogans que até hoje estão em nossas cabeças -, vale reputar duas conquistas que fogem dos certames de sua área: a criação da Democracia Corintiana e a redescoberta de Jorge Ben.
Com a primeira recuperou a auto-estima do time paulista, e criou uma mitologia que até hoje embasa o ser corintiano. Ao usar o modus operandi do time no início dos anos 80. Sendo este de organização horizontal e participativa – para questionar a ditadura militar.
Com o segundo, tirou um dos maiores nomes da nossa música de uma repulsa estética que o deixava para longe do panteão da MPB. Mesmo que ‘W-Brasil’, o hit que emplacou o nome de sua agência de publicidade nas paradas de sucesso do Brasil, não seja um dos grandes momentos de Ben, fez sua carreira voltar a ser falada e tocada. Assim, reajustando o que tirou do Olimpo da MPB nos anos 70 para transformá-lo em um artista menor, algo que, graças a Olivetto, ficou para trás.
Ary Toledo (1937-2024)
Ícone do humor brasileiro, Ary Toledo faleceu em 12 de outubro, aos 87 anos. Começou na carreira artística ainda adolescente, mas só aos 27 anos passou a dedicar-se ao humor. Afiando um estilo que, em vez de criar personagens ou bordões, como a maior parte, o tornou um especialista em contar piadas. Ele apimentava e adocicava histórias cômicas com o auxílio de olhares, silêncios repentinos, caras e bocas, quase sempre de conotação sexual e de duplo sentido.
Tanto que, 60 anos depois, seguia fazendo exatamente isso, associando seu nome a essa categoria do riso concentrada em pequenos contos sórdidos. O humorista começou no rádio e logo depois foi para a televisão, além de ter tentado brevemente carreira na música e no cinema. Em meados dos anos 60, foi preso na ditadura militar por causa de uma piada (quem não tem cão caça com gato, quem não tem gato caça com ato).
Era o principal nome de um serviço prestado pela estatal de telefonia brasileira chamado ‘Disque Piada’, em que o público ligava para um número (em Brasília era 137) para ouvir uma piada nova todo dia, contada por ele. Foi casado com sua eterna musa, a vedete Marly Marley (que faleceu em 2014), por 40 anos.
Cid Moreira (1927-2024)
Embora sempre referido como jornalista, Cid Moreira, que morreu em 3 de outubro, era locutor, narrador e apresentador. Sua voz marcante foi uma das inúmeras a ganhar território nacional graças à supremacia cultural da TV Globo. Unanimidade em seu tempo à frente do Jornal Nacional, deixou a bancada do programa para ler a Bíblia em outra emissora, fazendo muito sucesso em tudo que se dispunha a fazer.
Antes de falecer, ele estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do RJ. Segundo o g1, nas últimas semanas ele vinha tratando de uma pneumonia. Cid apresentou o Jornal Nacional cerca de 8 mil vezes, de acordo com o Memória Globo. Ele faleceu aos 97 anos.
Maggie Smith (1934-2024)
A atriz Maggie Smith faleceu aos 89 anos, em 27 de setembro. Desde os anos 60, já era considerada uma grande dama do teatro inglês, quando foi descoberta por Laurence Olivier. Época em que havia começado a atuar no National Theatre inglês, e passou a interpretar peças clássicas sob sua tutela. Assim, viveu fortes personagens femininas do teatro, como Shakespeare, Ibsen e Noël Coward. Atuando ao lado de nomes como Richard Burton, Elizabeth Taylor e Orson Welles e ganhando prêmios por suas performances.
Ainda nos anos 70, quando atingiu sua maturidade artística, começou a atuar no cinema e na TV. Inicialmente, em produções inglesas (principalmente comédias e adaptações de Agatha Christie). Posteriormente, em filmes norte-americanos (dirigidos por George Cukor, Robert Moore e Alan Pakula, por exemplo).
Quando recebeu o título de Dama pela Rainha Elizabeth II em 1990, começou a ser chamada para produções maiores. Trabalhando em filmes com Spielberg, e na série Mudança de Hábito, que forjaram a imagem pública que a tornou mais conhecida atualmente. Ao viver personagens refinadas e esnobes no filme Assassinato em Gosford Park, de Robert Altman, que foi a inspiração para a série que ajudou a coroa sua reputação anos mais tarde, Downton Abbey. Além de ter trabalhado em quase todos os filmes da série Harry Potter.
Silvio Santos (1930-2024)
Uma das figuras mais emblemáticas na história do Brasil, Silvio Santos, que morreu em 17 de agosto aos 93 anos, misturava dois papéis que normalmente andam separados na cultura brasileira: era um homem de negócios, de bastidores e das sombras ao mesmo tempo em que era protagonista, estrela e comunicador.
Empresário de si mesmo, transformou-se num produto que era a melhor propaganda de seu negócio. Quando chegou ao ápice, durante a ditadura militar, assumiu ser um manipulador de opinião pública que fazia isso descaradamente. E mesmo assim, todos continuaram encantados pelo carisma de Senor Abravanel.
Enquanto todos os magnatas da comunicação no mundo escolhem seus testas de ferro para emplacar sua visão de realidade, Silvio fazia isso por si só. Ele vinha enfrentando uma batalha contra a broncopneumonia, antes de falecer. Em seu caso, o quadro se agravou após ele contrair a influenza H1N1. Apesar dos esforços da equipe médica do Hospital Albert Einstein, o comunicador não resistiu e faleceu.
Ziraldo (1932-2024)
Faleceu dormindo na tarde de 6 de abril, um dos maiores nomes do Brasil. Aos 91 anos, Ziraldo era mais do que o pai do Menino Maluquinho, best-seller que lançou depois de sua fase áurea como cartunista e quadrinista e selou sua reputação como um dos maiores nomes do traço no Brasil, mas foi um dos principais artistas da contracultura brasileira e incansável defensor das causas sociais.
Além de fundador e diretor do Pasquim, jornal de oposição à ditadura militar em plenos anos 70 (o que o levou à prisão por três vezes), o mineiro também foi autor da primeira história em quadrinhos feita por um único autor no Brasil, a eterna Turma do Pererê, lançada em 1960.
Sua influência foi tanta, que mexeu até em nosso idioma ao livrar palavrões proibidos pela censura militar, mesmo como interjeições, em expressões reduzidas usadas até hoje (“pô” em vez de “p*rra”, “ih cacilda” em vez de “ih caralh*” e “é ford” em vez de “é f*da”). A importância de sua obra para a cultura é gigantesca.
Akira Toriyama (1955-2024)
Um dos nomes mais importantes da cultura japonesa, Akira Toriyama apareceu nos anos 80 com o mangá Dr. Slump. Porém, conseguiu fama com sua criação mais famosa, ainda nos anos 80, a saga Dragon Ball, protagonizada pelo heroico Goku, que deu origem a outras sagas. Sendo a segunda a mais famosa delas, Dragon Ball Z.
A princípio publicada apenas como mangá, tornou-se um anime de sucesso e mudou a paisagem desta cultura em seu país de origem. Porém, a influência de Toriyama foi além!
Sua arte ilustra o primeiro videogame de RPG do Japão, Dragon Quest, e, ao lado do criador de Dragon Quest, Yuji Horii, e do criador de Final Fantasy, Hironobu Sakaguchi, fez o jogo Chrono Trigger. Que é até hoje considerado um dos melhores jogos de todos os tempos. Sua morte aconteceu no dia primeiro de março, aos 68 anos, em decorrência ao hematoma subdural agudo, que é quando ocorre um acúmulo de sangue entre o cérebro e o crânio.
Zagallo (1931-2024)
Mário Jorge Lobo Zagallo, uma das lendas da história do futebol e ícone da Seleção Brasileira, morreu na em 5 de janeiro, aos 92 anos, no Rio de Janeiro. O tetracampeão do mundo estava internado desde 26 de dezembro e sofreu falência múltipla dos órgãos devido a progressão de comorbidades.
Zagallo marcou época especialmente por sua paixão pela Seleção Brasileira e é o único tetracampeão do mundo. Sendo duas vezes como atleta, em 1958, e 1962, uma como técnico, em 1970, e outra como coordenador técnico, em 1994. Também dirigiu o Brasil nas Copas de 1974 e 1998 (na primeira foi quarto colocado e na última foi vice-campeão).
Entre 1950 e 1958, pelo Flamengo, foi tricampeão carioca e autor de 29 gols. Transferiu-se para o Botafogo, pelo qual conquistou o bicampeonato estadual. Jogou ao lado de outras lendas, como Garrincha, Didi e Nilton Santos. Ele tem uma estátua em frente ao estádio do Glorioso.
Com a camisa amarelinha, foi sempre vitorioso. Em 1958, ao lado de Pelé, Didi, Zito e cia., fez um dos cinco gols da vitória de 5 a 2 sobre a Suécia, na final. Quatro anos depois, em 1962, também teve atuação determinante na conquista do bicampeonato, na Copa que fez de Garrincha lenda eterna.
Anderson Leonardo (1972-2024)
Após lutar contra um tipo de câncer raro, descoberto em 2022, morreu em 26 de abril, aos 51 anos, o cantor, compositor e produtor musical Anderson Leonardo, uma das principais vozes do pagode. Dono de um timbre diferenciado e ao som do seu cavaquinho potente, o artista levou para todos os cantos do país o nome do grupo Molejo, que incluía crianças na sua legião de fãs, atraídas por músicas irreverentes e divertidas.
Em consequência do câncer inguinal, tumor que se manifesta na região da virilha, seu estado foi se agravando, rapidamente. E chegou a ser considerado “gravíssimo” pela equipe do Hospital Unimed, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste carioca, onde ele ficou internado em UTI.
Comandado pelo vocalista, o Molejo iniciou carreira na década de 1980, e virou referência no pagode dos anos seguintes. Sendo considerado até hoje um dos principais grupos do gênero musical. Em 2006, para celebrar os mais de 30 anos de carreira, o grupo lançou o álbum “Molejo Club”, apostando na modernização de suas músicas, ao mesmo tempo em que mantinha o repertório clássico de alto-astral.
Fabio Arruda (1970-2024)
O consultor de etiqueta e apresentador de TV Fabio Luciano Moura Arruda, de 54 anos, foi encontrado morto no sobrado em que morava, no Jardim Paulista, na Zona Oeste de São Paulo, em 7 de setembro. Na semana anterior, Fabio havia compartilhado nas redes sociais que exames de rotina haviam detectado a obstrução de uma artéria. O vaso sanguíneo estava com placas de gordura depositadas em suas paredes, prejudicando a circulação do sangue pelo corpo.
Fabio ganhou notoriedade em 2008, após uma participação no programa de Jô Soares, onde falou sobre etiqueta e comportamento. “As pessoas, quando pensam em etiqueta, já imaginam uma sucessão de copos de cristal em diversos tamanhos, talheres de prata, com cortes diferentes… Este é o requinte. Este não é a etiqueta em si. A etiqueta em si é tão mais básica do que isso, é o abrir um elevador, cumprimentar uma pessoa, é ajudar uma senhora”, disse ele.
No ano seguinte, participou do reality show “A Fazenda”. Depois, fez parte de programas sobre celebridades e entretenimento. Em 2020, chegou a concorrer a vereador de São Paulo pelo PSL, antigo partido do então presidente Jair Bolsonaro, de quem era apoiador.
Jandira Martini (1945-2024)
A atriz Jandira Martini, de 78 anos, morreu em 29 de janeiro, em São Paulo, após uma longa batalha contra um câncer no pulmão. Nascida em Santos, no litoral de São Paulo, ela era formada em interpretação pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD-USP). A artista fez várias novelas na TV Globo e entre as interpretações mais famosas está Zoraide, da novela “O Clone” (2001).
Nos palcos, a trajetória da atriz somou mais de 20 peças, entre elas, ‘Sua Excelência o Candidato’, ‘Porca Miséria’, ‘Operação Abafa’, ‘O Eclipse e o monólogo Prof! Profa!’. Na TV Manchete, Jandira foi autora e atriz da novela ‘Ana Raio e Zé Trovão’. No SBT, atuou em ‘Éramos Seis’ e ‘Sangue do Meu Sangue’.
Na TV Globo, integrou o elenco das novelas ‘Sassaricando’, ‘Caminho das Índias’, ‘Salve Jorge’, ‘Morde e Assopra’ e das minisséries ‘Os Maias’ e ‘A Casa das Sete Mulheres’. Em 2017, Jandira fez uma participação especial na série ‘Manual para Se Defender de Aliens, Ninjas e Zumbis’, no canal por assinatura Warner.
Já no cinema, a atriz fez ‘Uma Comédia Atrapalhada’ e ‘Olga’. Em 2018, filmou ‘Uma Pitada de Sorte’, com Fabiana Karla, e ‘Chorar de Rir’, com Leandro Hassum. Em 2019, filmou ’10 Horas para o Natal‘, dirigido por Cris D’Amato.
O. J. Simpson (1947-2024)
Morreu aos 76 anos, em 10 de abril, o ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson, após uma batalha contra o câncer. Ele foi um dos melhores e mais populares atletas do final da década de 1960 e da década de 1970 nos EUA. Depois de uma carreira de muito sucesso na NFL, ele foi incluído no Hall da Fama do Futebol Americano.
Anos depois, Simpson transformou seu estrelato no esporte em uma carreira como comentarista esportivo, garoto-propaganda e ator de Hollywood. Porém, tudo isso mudou depois que Nicole Brown e Ronald Goldman foram encontrados mortos do lado de fora da casa dela em Los Angeles, em 12 de junho de 1994.
Rapidamente, ele foi apontado como suspeito. O.J. foi ordenado a se entregar para a polícia, mas 5 dias depois, fugiu em seu Ford Bronco, levando seu passaporte e um disfarce. Assim, uma perseguição policial pelas ruas de Los Angeles terminou na mansão de Simpson, que foi acusado dos assassinatos.
O que se seguiu ficou conhecido como “O Julgamento do Século 20” e um circo midiático. Tinha de tudo: um réu rico e famoso; um homem negro acusado de matar sua ex-esposa por ciúmes; um “time dos sonhos” de advogados de defesa caros e carismáticos; e uma grande gafe dos promotores.
Simpson foi absolvido criminalmente, mas um processo na Justiça cível foi aberto em 1997. Nesse caso, ele foi condenado a pagar US$ 33,5 milhões em danos à família de Ron Goldman. Ele foi condenado e passou nove anos em regime fechado. O.J. saiu da prisão em 2017, em liberdade condicional, e terminou de cumprir a pena em 2021.
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Você se lembrava de todos esses famosos que faleceram em 2024?