Dirigido por Maurício Eça, o filme ‘Maníaco do Parque’ chegou recentemente ao catálogo do Prime Video, e vem sendo a produção mais assistida dentro da plataforma de streaming da Amazon. O longa, que mistura fatos com ficção, relata os crimes cometidos pelo motoboy Francisco de Assis Pereira, no fim da década de 1990.
Francisco, conhecido nacionalmente como Maníaco do Parque — apelido dado devido aos ataques cometidos por ele no Parque do Estado, na zona Sudeste de São Paulo —, foi condenado a quase 286 anos de prisão pelo assassinato de sete mulheres (embora tenha confessado 11) e 23 ataques que ocorreram nos anos 1990. Com a repercussão do filme e do próprio caso em si, muitas pessoas se perguntam: o que aconteceu com ele?
A caçada de Francisco
As investigações começaram após os corpos de quatro das vítimas de Francisco serem encontradas no Parque do Estado, no início de julho de 1998. As mulheres estavam nuas e seus corpos tinham sinais de violência sexual. Logo, as autoridades entenderam se tratar de um crime em série, e não de assassinatos isolados. Visto que duas das vítimas tinham semelhanças na forma como foram mortas.
Inicialmente, a polícia encontrou certa dificuldade pela falta de pistas, em estabelecer um perfil de criminoso. Porém, através dos depoimentos de mulheres que foram abordadas por ele, conseguiram chegar a um retrato falado do Maníaco do Parque. Com um retrato de Francisco em mãos, os investigadores convocaram uma coletiva de imprensa, e iniciaram uma caçada contra o serial killer brasileiro. Ao todo, as buscas duraram 23 dias.
Francisco só foi detido em agosto daquele ano, na cidade gaúcha de Itaqui (cerca de 730 quilômetros da capital, Porto Alegre). Na ocasião, o Maníaco do Parque negava ter cometido os crimes e disse que havia fugido de São Paulo por estar assustado com a repercussão do caso. Porém, após sua prisão ser decretada, ele acabou confessado os crimes e revelou às autoridades o local onde deixou os restos mortais de suas outras vítimas.
O destino de Francisco
Embora tenha cometido 11 assassinatos, Francisco foi julgado e condenado por apenas sete deles. Além de 9 crimes de estupro e casos como roubo, atentado violento ao pudor e ocultação de cadáver. Sendo assim, sua pena chegou aos 285 anos, onze meses e dez dias de prisão.
Atualmente, aos 56 anos de idade, o Maníaco do Parque segue cumprindo sua pena na Penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo. Em 2020, o UOL publicou uma reportagem relatando que Francisco passa a maior parte de seu tempo isolado de outros detentos. O criminoso também passou a se dedicar a prática do bordado em tapetes e toalhas de tricô e crochê.
Ele também se converteu ao evangelho, e passou a frequentar o culto uma vez por semana. Devido ao seu sedentarismo dentro da prisão, o Maníaco do Parque enfrenta problemas de obesidade, chegando a pesar cerca de 100 quilos.
Provável soltura
Vale ressaltar que, devido à constituição brasileira da época, que não permitia que uma pessoa estivesse mais de 30 anos na prisão, Francisco poderá ser solto em agosto de 2028. Porém, para isso, ele dependerá de resultados de exames psicológicos e laudos psiquiátricos.
O promotor que o acusou no Tribunal do Júri, Edilson Mougenot Bonfim, acredita que ele voltará a matar caso seja solto. “Francisco é psicopata. Não existe, na medicina mundial, remédio, tratamento ou cirurgia que possa curá-lo”, disse ele, em entrevista ao GLOBO.
Para Thais Nunes, jornalista responsável pela pesquisa investigativa do documentário ‘Maníaco do Parque: A História Não Contada’, que estreia no Prime Video em 1º de novembro, Francisco não deveria ser solto. “Ele não é um preso comum. É mau, é perverso e não vai parar [de matar]”, disse ao UOL.
Confira a seguir: ‘Maníaco do Parque’: Saiba o que é verdade e o que é ficção no filme.
Você já assistiu ao filme no Prime Video?