No livro ‘Francisco de Assis – O Maníaco do Parque’, lançado por Ullisses Campbell nesse ano, o autor revela que o serial killer possui um grande desejo de se tornar uma mulher, e escolhia suas vítimas segundo o os perfis que refletiam aquilo que ele gostaria de ser.
Durante seu trabalho de pesquisa, o jornalista teve acesso a detalhes dos laudos do chamado Teste de Rorschach, a qual Francisco foi submetido na prisão. A metodologia investiga aspectos de personalidade. Como falsidade, inveja, ódio, agressividade, impulsividade, insensibilidade, imaturidade afetiva, frustração, traumas, fantasias, fetiches e desejos sexuais.
O exame indicou que o criminoso tinha uma identificação com figuras femininas semelhantes às suas vitimas: cabelos cacheados, com baixa estatura e delicadeza. O laudo ainda aponta que ele tinha um conflito interno com sua identidade de gênero e autoimagem.
Na publicação, Campbell ainda explica que o teste se mostrou eficaz após a verbalização do desejo de Francisco de Assis com o profundo e oculto, o que mostrou uma dissonância entre a identidade de gênero percebida, e a identidade de gênero desejada.
“Não soube lidar com desejo oculto”
Além disso, o livro também mostra que ele revelou esse desejo a amigos, como patinadores do Parque Ibirapuera. Por isso, ele usava bermuda de lycra fina. Segundo psicólogos forenses, ele não soube lidar com esse desejo oculto e acabou se transformando em um assassino. Matando as mulheres que ele achava parecidas com a mulher que ele queria ser.
O seu passado também é investigado na biografia. Assis sofreu um abuso sexual de seu tio, enquanto criança. Além do trauma, a sua homossexualidade passou a ser evidenciada na infância, se estendeu na adolescência, prolongou no Exército e se mantém na cadeia, onde ele se relacionou com outro preso. Apesar de ter estuprado diversas vítimas, o livro mostra sua “dificuldade” em manter relações sexuais, o que se associa ao seu perfil psíquico.
O Maníaco do Parque
Francisco de Assis Pereira foi autor de uma série de assassinatos e estupros de mulheres jovens entre 1997 e 1998. Seus crimes ocorreram principalmente no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Ele seduzia as vítimas se passando por fotógrafo de uma agência de modelos, oferecendo-lhes falsas promessas de trabalho.
As mortes geraram comoção no país, no final dos anos 90, e então uma intensa investigação foi iniciada. Após ser preso, Assis revelou detalhes das localizações dos corpos das vítimas. Considerado um dos maiores assassinos em série do Brasil, ele cumpre cumpre pena de 268 anos na penitenciária de Iaras.
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Você já leu livro do Maníaco do Parque?