Robert Pershing Wadlow é oficialmente registrado o homem mais alto do mundo, medindo impressionantes 2,72 metros. A história dele é um surto de crescimento que nunca terminou.
Aos vinte e um anos, Wadlow reivindicou oficialmente o título de ser humano mais alto do mundo já registrado e o mantém até os dias de hoje. Dezoito dias antes de morrer, os médicos o mediram em incríveis 2,72 metros. No entanto, o questionamento que fica é, o que está por trás de sua imensa estatura? E mais, por que seu recorde nunca foi batido?
Por que o recorde de Wadlow provavelmente nunca será quebrado?
Algumas pessoas têm genes altos, então geralmente, todos os membros da família são altos. Inclusive, a família norte-americana Trapps, tem em média uma altura de 1,80m, reivindicando o prêmio de família mais alta do mundo, segundo o Guiness.
No entanto, o problema de Robert Wadlow era a superprodução de hormônios de crescimento controlados pela glândula pituitária do cérebro. Ele tinha gigantismo hipofisário, o que significava que sua glândula pituitária era muito maior do que deveria ser.
Os médicos da época conseguiram fazer esse diagnóstico, mas a única opção disponível nos primeiros anos do século 20 era a remoção cirúrgica da glândula. No entanto, havia muitos riscos associados, por isso foi tomada a decisão de não operar. Hoje em dia, um problema médico como este pode ser resolvido. Porém, quando Wadlow nasceu, a ciência e a medicação simplesmente não estavam disponíveis.
O que é gigantismo hipofisário?
O gigantismo hipofisário é uma condição em que uma pessoa tem muito HGH (hormônio do crescimento humano). E como resultado, não para de crescer, literalmente. Um tumor na glândula pituitária causa o gigantismo hipofisário.
O HGH garante que o corpo cresça mesmo após a fusão das placas de crescimento ósseo. Isso também pode fazer com que os órgãos internos aumentem de tamanho. O gigantismo hipofisário existe até hoje, com a diferença de que a condição é reconhecida e tratável. É um distúrbio muito sério. Além da altura excessiva, os pacientes podem apresentar lacunas nos dentes, mãos e pés grandes e órgãos internos aumentados.
Essa condição não predispõe a uma vida longa porque a doença apresenta uma série de problemas, incluindo colesterol alto, hipertensão, diabetes tipo 2, artrite e problemas de coluna. Consequentemente, Wadlow nunca esteve destinado a ter uma longa expectativa de vida. Infelizmente, sua morte foi prematura aos 22 anos.
Fazendo fama
Em sua breve vida adulta, Wadlow, se matriculou na universidade a fim de se tornar advogado. Entretanto, o homem na verdade, se transformou em uma celebridade nos Estados Unidos na década de 30. Tudo isso porque ele passou a se apresentar no Ringling Brothers Circus, como uma espécie de atração no circo. Chegando a fazer esses shows até mesmo no conhecido Madison Square Garden.
Problema com os pés
Aos 14 anos, o jovem fraturou os ossos do pé durante uma brincadeira com um amigo. Três anos depois, precisou recorrer ao atendimento médico mais uma vez em decorrência de uma infecção causada por uma almofada de sapato que usava para apoiar o arco dos seus pés especialmente grandes.
O fato de sempre ter problemas com os pés e necessitar ir ao hospital por conta deles fez com que Robert fosse obrigado a usar uma tornozeleira que o ajudasse a sustentar sua enorme estatura. Um diagnóstico feito pelo médico legista Charles Humberd, que estudava gigantismo, em 1936, revelou que Wadlow não era capaz de sentir toque, dor ou sensação térmica nos pés.
Usar sapatos para os pés gigantes que causavam tantos problemas também era caro porque os calçados precisavam ser feitos especialmente para ele. Na época, chegavam a custar cerca de US$ 100, segundo a revista Galileu. Como os custos eram elevados, Robert passou a viajar junto com a empresa responsável pelos sapatos para cobrir o valor, a International Shoe Company, para promover o produto feito sob medida para ele. Seu pé media cerca de 47 centímetros, sendo necessário um sapato tamanho 70.
Morte prematura
No entanto, foi durante uma dessas viagens que sua saúde começou a deteriorar. E os problemas seriam tantos, que resultariam na sua morte. Durante um desfile do Dia da Independência no Manistee National Forest Festival de 1940, em Michigan, o jovem voltou ao seu quarto de hotel com febre devido a uma infecção causada por uma bolha séptica em seu tornozelo direito.
A hipotermia acabou sendo resultado de a cinta de ferro, que era usada para que ele apoiasse as pernas, estar mal ajustada em seu corpo. Por não possuir sensibilidade nos pés, Robert não sentiu a gravidade do ferimento.
A causa da morte do homem mais alto do mundo foi extremamente pequena: uma bolha. Uma cirurgia de emergência foi realizada ali mesmo no quarto de hotel, mas o americano acabou piorando gradativamente e faleceu devido à infecção.
Robert Wadlow morreu no dia 15 de julho de 1940. Ele tinha 22 anos e media 2,72 metros. Seu caixão precisou ter cerca de 3 metros, ser carregado por pelo menos 16 pessoas e ficou com parte para fora do carro funerário, sendo coberto por um pano preto.
Funeral de Wadlow – um gigante na vida e também na morte
Robert Wadlow está enterrado em Illinois. Sua fama era tamanha que a funerária ficou aberta por dois dias para permitir que o público visse seu corpo, com relatos locais afirmando que a fila para ver chegava a três quarteirões. Estima-se que mais de 30.000 pessoas viram o corpo de Wadlow. O diretor da funerária disse que o tapete estava desgastado pelo grande volume de visitantes.
Cerca de mil pessoas compareceram ao funeral de Wadlow, com um serviço religioso realizado fora da casa funerária e hinos tocados no órgão da igreja local próxima, transmitidos por um sistema de amplificadores para a multidão reunida. Curiosamente, Wadlow comprou este órgão da igreja com parte dos ganhos da turnê.
Robert Wadlow foi enterrado no Cemitério Oakwood, Upper Alton, Illinois. Seu túmulo foi coberto com concreto para dissuadir ladrões de túmulos macabros, e sua família destruiu a maior parte de seus pertences para que não aparecessem mais tarde como lembranças esquisitas. Um pequeno número de itens pessoais foi doado ao Museu de História e Arte de Alton.
Em memória
Em 1985, a cidade natal de Wadlow, Alton, ergueu uma estátua de bronze em tamanho real de seu famoso gigante. Um memorial eterno ao homem mais alto do mundo.
A escultura foi criada por Ned Giberson na Southern Illinois University em Edwardsville e está localizada no campus principal da Faculdade de Odontologia da Southern Illinois University.
Em 1975, um documentário sobre o “Gigante de Alton” chamado “The Story of Robert” revelou que Robert era uma pessoa suave e gentil, com um bom senso de humor. Ele é a definição mais precisa de um gigante gentil!
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Você conhecia a história do homem mais alto da história?