Pelo menos três turmas de Medicina de instituições em Juiz de Fora, incluindo a Faculdade Suprema e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), entraram com ações judiciais contra a Phormar, empresa responsável pela organização de formaturas na cidade há mais de 20 anos. As queixas envolvem alegações de desvios de dinheiro dos fundos de formatura, com valores que podem ultrapassar R$ 700 mil.

PHORMAR FORMATURAS E EVENTOS | Empresas de Formaturas, Juiz de Fora ...

Reprodução/Internet

Queixas e Ações Judiciais

Os alunos das turmas de Medicina das duas universidades mencionadas denunciaram que a Phormar teria transferido de forma indevida e sem autorização valores pertencentes aos fundos de formatura para contas de outras empresas e até do próprio dono. O advogado das turmas, Lucas Vaz de Mello Martins Teixeira, do escritório Mello e Teixeira Advogados Associados, informou que os valores supostamente desviados variam entre R$ 200 mil e R$ 500 mil, dependendo da turma.

“Em dois dos casos, os valores giram em torno de R$ 200 mil, enquanto, no terceiro, o montante ultrapassa R$ 500 mil”, detalhou o advogado. As queixas resultaram em ações judiciais na Comarca de Juiz de Fora, com o pedido de devolução dos valores e uma exigência de transparência sobre a movimentação financeira.

Transferências Indevidas e Falta de Transparência

O advogado Lucas Vaz de Mello Martins Teixeira afirmou que a Phormar não seguiu as normas acordadas com as comissões de formatura, que exigem autorização conjunta para movimentações financeiras: “As rés admitiram manter sob sua posse valores pertencentes aos fundos, sendo parte desses valores investidos e parte em conta corrente, mas não devolveram o valor integral, mesmo após insistentes cobranças”, explicou.

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Segundo Lucas, reuniões foram realizadas entre as partes, e, apesar das promessas de devolução dos valores, apenas parte foi devolvida, e somente para alguns fundos. No caso da primeira ação, o juiz já deferiu uma tutela de urgência, que determinou o bloqueio de valores nas contas da empresa e o congelamento de bens, mas a situação financeira da Phormar permanece indefinida.

Fechamento da Empresa e Falta de Resposta

A Phormar, em comunicado, afirmou que decidiu fechar temporariamente suas portas nesta quinta-feira, dia 5, e retornaria às atividades na segunda-feira, dia 9. A empresa alegou que a medida foi tomada para garantir a integridade de seus colaboradores, devido aos acontecimentos recentes envolvendo sua administração. A empresa também anunciou que se pronunciaria oficialmente até o dia 9 de dezembro, mas depois adiou a data para o dia 11 de dezembro.

“Estamos trabalhando em home office”, disse a Phormar em um comunicado fixado na sede da empresa, na Rua São Sebastião, no Centro de Juiz de Fora. No entanto, até o momento, as turmas que já haviam contratado os serviços da empresa não obtiveram respostas claras sobre a devolução dos valores investidos ou a realização das festas de formatura.

Veja a foto abaixo:

Phormar Reproducao Redes sociais

Reprodução/Redes sociais

Repercussão nas Redes Sociais e Alerta a Outras Turmas

A repercussão dos casos envolvendo a Phormar ganhou grande visibilidade nas redes sociais, o que gerou um alerta entre outras turmas de formatura que contrataram os serviços da empresa. Diversos responsáveis por fundos de formatura começaram a questionar a administração financeira da empresa, temendo que os valores que haviam investido para a organização das festas de formatura estivessem comprometidos.

Gabriela Schneider, secretária de um fundo de formatura da Faculdade de Comunicação (Facom) da UFJF, relatou sua preocupação com o futuro da festa de formatura prevista para fevereiro/março de 2026: “Nós estávamos conversando com eles sobre agendamentos de fotografia e de fechamento de contratos com fornecedores. Mas, nesta semana, entramos em contato para ter transparência sobre as nossas contas, justamente pela repercussão”, explicou. Ela acrescentou que, apesar de várias tentativas de contato por e-mail, WhatsApp e telefone, a empresa não havia respondido.

A turma de Gabriela já havia investido mais de R$ 90 mil na organização do evento, e a falta de retorno da Phormar gerou grande apreensão: “Estamos sem retorno por parte da empresa e não temos a transparência do que está acontecendo na nossa conta”, lamentou a estudante. Ela ainda expressou seu receio de que a festa de formatura, um momento tão aguardado, possa não ocorrer devido à situação financeira da empresa.

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Depoimento e Revolta dos Alunos Das Turmas de Medicina

Um estudante de Medicina da Unifase, de Petrópolis, se manifestou e revelou sua revolta sobre a situação. Ao ser questionado sobre como tomou conhecimento das alegações dos desvios financeiros envolvendo a Phormar, o aluno disse: “A partir de uma discussão no grupo de WhatsApp da formatura. Durante um plantão, notei várias mensagens no grupo e soube na mesma hora sobre os desvios, sobre os problemas financeiros […]”.

Já sobre o que teria passado pela sua mente após saber da notícia, o estudante respondeu: “Pensei na mesma hora que havia sido roubado, senti que tinha caído em um golpe. Tenho um irmão também e os preparativos para a formatura dele também não vão se concretizar”.

Sobre o que mais revoltaria ele nesse caso, o aluno respondeu: “O que mais afetou foi o desvio de dinheiro, mas a falta de transparência já era de costume. A empresa não mostrava extratos bancários, então já era algo de se esperar. Não tinham responsabilidades e compromissos com os alunos”.

Por fim, o estudante revelou que acredita que o problema poderia ter sido evitado: “De certa forma sim, acredito que poderia ter sido evitado”.

Comunicado De Outras Faculdades

A comissão de uma das turmas vem relatando uma série de acontecimentos preocupantes envolvendo a Phormar. Após a divulgação de um vídeo de um aluno da Faculdade Suprema, que apontava transações indevidas da empresa com o fundo de formatura, foi confirmado que a turma XXXIV da Faculdade de Medicina da Suprema entrou com um processo judicial contra a Phormar, resultando no bloqueio judicial de suas contas bancárias. O vídeo, entretanto, foi removido da plataforma do Instagram.

Em busca de esclarecimentos, a comissão da Faculdade Unifase entrou em contato com a Phormar e com advogados, mas só obteve resposta parcial. A empresa admitiu dificuldades financeiras, mas afirmou que está buscando soluções. Fornecedores da turma relataram que a Phormar está com pendências financeiras, embora garantam que, caso a turma opte por seguir sem a empresa, estariam dispostos a renegociar valores ou até encerrar contratos sem multas.

Além disso, rumores sobre a falência da Phormar estão circulando, mas sem confirmação oficial. A comissão da UFJF, também afetada pela situação, foi informada de que a funcionária responsável pelas turmas, Nathalia, está internada, e o proprietário da empresa, Luis, negou a falência, afirmando que as festas de formatura ocorrerão conforme o previsto. No entanto, a falta de acesso a contas e extratos permanece um ponto crítico.

A comissão da FMP 55 está buscando soluções legais e planeja uma ação judicial, além de considerar ingressar no processo da turma da Faculdade Suprema. A situação é inédita, já que a Phormar sempre foi considerada uma empresa confiável e transparente, mas o ocorrido gerou sérias preocupações entre os estudantes, que continuam aguardando respostas claras e resolutivas.

Funcionários da Phormar Também em Alerta

Os funcionários da Phormar também estão apreensivos com a situação e aguardam um pronunciamento oficial da direção sobre o futuro da empresa. Segundo relatos, muitos trabalhadores estão inseguros quanto aos pagamentos e ao futuro da organização, que tem uma longa história na cidade e região.

A reportagem da Tribuna de Juiz de Fora tentou contato com a Phormar e com o proprietário da empresa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações da empresa.

Enquanto as turmas afetadas aguardam um desfecho para os processos judiciais e uma possível devolução dos valores, o futuro da Phormar permanece incerto. Os responsáveis pelas comissões de formatura que ainda não conseguiram respostas seguem com receio de que os seus eventos não ocorram como planejado. A expectativa agora recai sobre o pronunciamento oficial da empresa, que prometeu dar mais informações até o dia 11 de dezembro deste ano.

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