Tudo começou após um dos casais se separar, pois Cláudio Alves solicitou um exame de DNA para comprovar a paternidade do filho. A ex-mulher, Yasmin Kessia da Silva, de 22 anos, também quis fazer o exame. “Se ele não fosse filho do Cláudio, também não era meu”, disse.
Então, o exame foi realizado no dia 31 de outubro de 2024, e o laboratório pediu uma contraprova. “Eles disseram que o sangue do meu filho não era compatível com o meu. Eu pensei que era um erro, mas veio a contraprova”, disse Yasmin.
Yasmin Kessia da Silva, de 22 anos, grávida, à esquerda, e o filho trocado em hospital em Inhumas, Goiás — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
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A outra família
Yasmin logo se lembrou da família que estava no mesmo dia do nascimento do filho, e conseguiu contato com eles por meio de um pastor. Após ela entrar em contato e contar o que houve, Isamara Cristina Mendanha, de 26 anos, e Guilherme Luiz de Souza, 27 anos, também fizeram o exame de DNA com o filho, que apresentou incompatível.
Isamara Cristina Mendanha e Guilherme Luiz de Souza denunciam que filho foi trocado em hospital de Inhumas, Goiás — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Os partos aconteceram no dia 15 de outubro de 2021. Os meninos nasceram de cesarianas, realizadas simultaneamente por equipes médicas diferentes. Um deles nasceu às 7h35 e, o outro, 14 minutos depois, às 7h49. Os pais afirmam que não puderam acompanhar o nascimento dos filhos por conta de restrições no período da pandemia de Covid-19.
As famílias ainda não têm a prova de que o filho biológico de Yasmin está com a família de Isamara. Em entrevista ao g1, Cláudio afirmou que não fizeram a comprovação da paternidade dos pais biológicos porque precisa de autorização judicial.
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Sem acompanhamento
As famílias disseram que as mães não tiveram nenhum acompanhamento durante o parto. Elas só se lembram de ver os filhos no quarto, depois que passou o efeito da anestesia. Nenhuma delas se lembra se havia pulseiras de identificação nas crianças, mas uma foto tirada logo após o parto mostra o filho de Yasmin com um bracelete.
Yasmin Késsia da Silva fez foto com o filho antes da troca de bebês, em Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Yasmin Késsia
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A jovem disse que passou mal durante o parto e não se lembra do que aconteceu na sala de recuperação. “Eu acordei e o bebê já estava do meu lado, minha mãe estava dentro do quarto. Eu me lembro de relances”, narrou Yasmin.
Já Isamara disse que chegou ao quarto antes do bebê, que foi levado até ela logo em seguida. “Eu levei a primeira roupinha do meu primeiro filho para colocar no segundo. E para mim, veio tudo certo [a roupinha do bebê]”, contou.
O marido de Isamara afirmou que sente que faltou cuidado e respeito com as famílias por parte do hospital, que recebeu a confiança deles. “É um pesadelo. Eu acho que ninguém deveria passar por isso. Esse é um erro que os profissionais da saúde jamais deveriam cometer”, afirmou Guilherme.
Investigação
O delegado da Polícia Civil, Miguel Mota informou que não vai se manifestar sobre o caso, pois está sob sigilo. Em nota, a Polícia Civil informou que “os envolvidos já foram ouvidos e o inquérito policial prossegue com diligências em andamento para esclarecer a dinâmica do fato e sua autoria”.
Hospital em Inhumas onde bebês teriam sido trocados — Foto: Gilmara Roberto
Nota na íntegra do Hospital da Mulher
“No momento o hospital não irá se pronunciar até que as investigações sejam concluídas. Como o caso está sob investigação policial e tramita em sigilo por envolver menores de idade, o hospital está legalmente impedido de fornecer informações acerca do caso à imprensa, em obediência à Lei Geral de Proteção de Dados”.
“A Polícia Civil de Goiás informa que a Delegacia de Inhumas – 16ª DRP investiga possível crime previsto no artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente (deixar o médico de identificar corretamente o neonato e a parturiente por ocasião do parto), em que dois bebês teriam sido trocados no hospital da cidade. O fato foi descoberto após um dos casais envolvidos resolver se separar, tendo feito exames de DNA que comprovaram que o filho não era biologicamente compatível com nenhum dos dois. Os envolvidos já foram ouvidos e o inquérito policial prossegue com diligências em andamento para esclarecer a dinâmica do fato e sua autoria”.
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