Agentes da 41ª DP (Tanque) estão investigando a morte do garçom José Augusto Mota Silva, de 32 anos, na sala de espera para atendimento da UPA da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, nessa última sexta-feira (13).

Paciente morre na UPA da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio — Foto: Reprodução

Paciente morre na UPA da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio — Foto: Reprodução

De acordo com a Secretaria de Saúde do Rio, ele teve uma parada cardiorrespiratória. Contudo, a causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente. O Instituto Médico Legal (IML) deve realizar a necropsia no corpo da vítima nos próximos dias, para informar o que causou a morte do garçom.

Durante o velório de José, no último domingo (15), em Mogi Guaçu (SP), cidade em que ele nasceu e sua família reside, o pai dele relatou que o filho chegou na UPA gritando de dor e pedindo atendimento, mas ninguém o atendeu.

“Ele chegou lá gritando de dor, pedindo atendimento e ninguém atendeu. Foi ficando lá, sentado. Até que morreu com o pescoço tombado”, disse o pai de José. “Ele não merecia morrer daquele jeito, sentado. Ninguém merece morrer que nem bicho, daquela forma. É desumano”, declarou a irmã Meiriane Mota Silva, emocionada.

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Funcionários demitidos

Além da investigação da Polícia Civil, a Prefeitura do Rio também está investigando o que aconteceu na UPA para que o paciente não fosse atendido no local. De acordo com o secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, a prefeitura está analisando todas as câmeras de segurança e prontuários clínicos para finalizar a investigação interna sobre o ocorrido.

Contudo, independente da conclusão das investigações, o secretário demitiu 20 profissionais de saúde que estavam no plantão na última sexta-feira (13) na UPA Cidade de Deus. Entre os profissionais que foram desligados, estão quatro médicos, além de enfermeiros, recepcionistas e porteiros.

Segundo Daniel, as demissões já foram efetuadas porque todos da equipe de plantão são responsáveis pela atenção dos pacientes. “A responsabilidade pela atenção dos pacientes, classificação de risco e fluxo dos pacientes é compartilhada por toda a equipe do plantão”, disse o secretário de saúde.

Dores constantes

Segundo a sobrinha Emily Larissa Souza Mota, as idas de José à unidade de saúde eram frequentes. Há alguns meses ele se queixava de dores no estômago, mas, até então, não havia encontrado solução. Ele, inclusive, reclamava do atendimento recebido.

José Augusto Mota Silva - Foto: Reprodução

José Augusto Mota Silva – Foto: Reprodução

“A ex-companheira dele ligava pra gente chorando falando: ‘Eu não sei mais o que eu faço, eu levo ele todos os dias no UPA. Eles não dão moral para ele. São de três a cinco horas para atender naquele hospital. Eles atendem, dão injeção ou dipirona na veia e pronto, tá liberado'”, relatou Emily.

A irmã de José também relembrou uma conversa que teve com ele, quando soube que ele vinha tendo fortes dores no estomago com frequência. Segundo ela, o irmão tinha um pedido do médico para a realizar uma endoscopia e tentar descobrir os motivos das dores.