Quando fabricado, entre os anos 1909 e 1911, o Titanic era dito impossível de afundar. Uma obra-prima de engenharia na época, o navio era projetado para continuar navegando mesmo que 4 de seus 16 compartimentos estanques tivessem problemas e fossem tomados pelo mar. No entanto, entre a noite de 14 de abril e a madrugada de 15 de abril de 1912, após colidir com um iceberg, a embarcação teve 6 de seus compartimentos abertos, não pôde resistir e afundou.

O naufrágio do Titanic - Foto: Reprodução

O naufrágio do Titanic – Foto: Reprodução

Com isso, diversas teorias foram desenvolvidas para tentar explicar o naufrágio, que é dito como um dos piores desastres da história da navegação. Porém, a verdade é que isso não se resume a uma colisão com iceberg. É sobre erro humano, avisos ignorados e decisões catastróficas. Aqui está a verdade sobre o que realmente afundou o navio inafundável”.

Titanic

O RMS Titanic foi um navio de passageiros britânico operado pela White Star Line e construído pelos estaleiros da Harland and Wolff, na Irlanda. Segunda embarcação da Classe Olympic de transatlânticos, depois do RMS Olympic e seguido pelo HMHS Britannic, foi projetado pelos engenheiros navais Alexander Carlisle e Thomas Andrews.

RMS Titanic – Foto: Wikimedia

RMS Titanic – Foto: Wikimedia

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Sua construção começou em março de 1909 e seu lançamento ao mar ocorreu em maio de 1911. O Titanic foi pensado para ser o navio mais luxuoso e mais seguro de sua época, gerando lendas que era supostamente “inafundável”. A embarcação partiu em sua viagem inaugural de Southampton com destino a Nova Iorque em 10 de abril de 1912, no caminho passando em Cherbourg-Octeville, na França, e por Queenstown, na Irlanda.

O navio colidiu com um iceberg na proa do lado direito às 23h40 de 14 de abril, naufragando na madrugada do dia seguinte, com mais de duas mil pessoas a bordo, sendo um dos maiores desastres marítimos em tempos de paz de toda a história. Seu naufrágio destacou vários pontos fracos do projeto, deficiências nos procedimentos de evacuação de emergência e falhas nas regulamentações marítimas.

Problemas de engenharia

Após a descoberta do local em que o navio estava submerso, em 1985, inúmeras expedições foram enviadas para avaliar as possíveis falhas e obter uma resposta para o acidente. Na época das pesquisas, especialistas acreditavam que o aço utilizado no casco falhou por fragilidade do material, ocasionada pelas baixas temperaturas do Atlântico.

Construção do Titanic - Foto: reprodução

Construção do Titanic – Foto: reprodução

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No entanto, testes mostraram que mesmo com 0°C o aço se manteve com tenacidade suficiente para garantir a integridade do casco durante a colisão. A partir disso, os especialistas então começaram a estudar a estrutura da embarcação.

O Titanic era composto por chapas de aço de baixo carbono unidas umas às outras por meio de rebites. Em sua parte central, foram utilizados rebites de baixo carbono, porém, em sua proa e popa (partes dianteira e traseira) foram utilizados rebites de ferro forjado – material de menor qualidade.

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Por ironia do destino, foi exatamente essa parte que se chocou com o Iceberg. O material foi estudado e analisado por meses, os resultados também mostraram uma grande concentração de escórias, que tornaram o material ainda mais frágil.

Material de baixa qualidade e ‘irmãos ‘do Titanic

Mas, quais motivos poderiam ter levado ao uso de um material de baixa qualidade em uma obra tão importante da engenharia? Acontece que, na época da construção do Titanic, outras duas embarcações gigantes estavam sendo construídas pela mesma empresa, a irlandesa Harland & Wolff. Cada uma das embarcações seria composta por 3 milhões de rebites, o que criou uma demanda pela empresa de cerca de 9 milhões desses componentes.

Construção do Titanic - Foto: reprodução

Construção do Titanic – Foto: reprodução

Os fornecedores da Harland & Wolff não podiam suprir tamanha demanda e a carência de rebites teve pico justamente durante a construção do Titanic. O que forçou a companhia a comprar rebites também de pequenos fornecedores da região, pois queriam cumprir os prazos de entrega da embarcação.

Como os rebites de aço forjado eram feitos a mão, necessitavam de muita técnica. O ferro tinha que ser aquecido até um tom exato de vermelho e batido com a combinação certa de marretadas. Como alguns desses fornecedores não eram tão experientes, a qualidade das peças foi comprometida.

Além disso, há relatos também de que a empresa quis economizar dinheiro com o material. Pois não solicitou aos pequenos fornecedores o melhor material de que dispunham, mas sim um material um pouco pior. Bem, as consequências dessa cadeia de fatores você já conhece.

No entanto, ainda que os rebites fossem adicionados em maior quantidade ou fossem de aço, os cientistas não estão certos de que o navio não afundaria, já que de qualquer forma ele sofreu um acidente durante o percurso. O que eles estão certos é de que esse processo seria mais lento, o que permitiria pelo menos que mais pessoas fossem salvas. No entanto, há outras falhas humanas nessa história.

Avisos do iceberg

Na manhã de domingo, dia 14 de abril, o Titanic recebeu a primeira, das seis mensagens de advertência que chegariam ao longo do dia, sobre um campo de gelo à frente, perto de ilha de Terra Nova, no Canadá.

Edward J. Smith, capitão do Titanic - Foto: Reprodução

Edward J. Smith, capitão do Titanic – Foto: Reprodução

Mesmo com os diversos avisos, o capitão decidiu seguir a viagem com a velocidade máxima. Porque chegar cedo à Nova York consolidaria a reputação do Titanic como o maior navio já construído.

Logo depois do jantar, enquanto os passageiros da primeira classe comiam a sobremesa, o capitão Edward J. Smith ainda subiu até a ponte e conversou com o oficial de guarda sobre o tempo calmo e a dificuldade de visualizar icebergs naquela noite clara, mas sem luar.

Falta de binóculos

Naquele dia, os vigias do navio enfrentaram outro problema: falta de binóculos. O oficial que deveria entregar as chaves do compartimento onde os binóculos estavam guardados foi transferido pouco antes da viagem. Como resultado, os profissionais não tiveram acesso ao equipamento essencial que poderia ter ajudado a avistar o iceberg a uma distância maior.

Chaves que poderiam ter mudado o destino do Titanic - Foto: Reprodução

Chaves que poderiam ter mudado o destino do Titanic – Foto: Reprodução

Embora não dispusessem de binóculos, os vigias da noite, Frederick Fleet e Reginald Lee, assumiram seus postos. Pouco antes da meia-noite, Fleet reconheceu a ponta de um iceberg 460 metros à frente e avisou a ponte.

Frederick Fleet e Reginald Lee - Foto: Reprodução

Frederick Fleet e Reginald Lee – Foto: Reprodução

Naquele momento, a decisão foi tomada: virar o navio. Simultaneamente à manobra de desvio, começaram a ser fechadas as portas dos compartimentos abaixo do nível da água. Ironicamente, a tentativa de desviar do iceberg causou o maior dano. Isso porque, ao invés de bater de frente – o que poderia ter limitado os danos a um ou dois compartimentos – o iceberg raspou na lateral, perfurando seis compartimentos e selando o destino do navio.

Caos

Thomas Andrews – inventor do Titanic – calculou que ainda havia de uma hora a uma hora e meia até que a embarcação afundasse completamente. Então, foram iniciados os pedidos de socorro e dadas as ordens aos passageiros para que vestissem os coletes salva-vidas. Ao mesmo tempo, os botes eram lançados ao mar.

Porém, o Titanic tinha botes salva-vidas para apenas pouco mais da metade das pessoas a bordo. Curiosamente, não por causa do espaço – já que havia muito espaço para mais -, mas porque muitos botes salva-vidas “arruinariam a estética” do luxuoso navio.

Botes salva-vidas do RMS Titanic – Foto: Wikimedia

Botes salva-vidas do RMS Titanic – Foto: Wikimedia

A tripulação, despreparada para o desastre, não sabia como organizar a evacuação. Sendo assim, houve tumulto e desorganização enquanto os botes salva-vidas eram abaixados e ocupados, principalmente porque, quando foram lançados, eles estavam meio vazios.

Desespero

Temendo-se que os botes virassem no mar, os tripulantes inicialmente não permitiram que fossem lotados com a capacidade máxima. Então, os botes salva-vidas destinados a 65 pessoas partiram com cerca 20 passageiros que gritavam por socorro enquanto o navio tombava no Atlântico congelante.

Para piorar a situação, ao descer o bote de número 14, um oficial disparou três tiros para o ar, a fim de evitar que outros passageiros pulassem no bote já “cheio”. A esta altura, já estavam sendo disparados os sinais luminosos e o navio afundava, inclinado.

Mais de mil mortes

Mais de 1.500 pessoas morreram naquela noite. Isso não aconteceu porque não haviam botes salva-vidas suficientes, e sim porque a arrogância cegou os planejadores. Quando o Titanic afundou, não foram apenas os passageiros que se afogaram, mas também a reputação da White Star Line, a proprietária do navio. Então, para se protegerem, eles minimizaram a tragédia.
  • Os relatos dos sobreviventes foram descartados;
  • As investigações evitaram colocar a culpa no erro humano;
  • Disseram ao mundo que a culpa era do iceberg, como se o desastre fosse inevitável.

Infelizmente, a verdade foi enterrada juntamente com os destroços: Titanic não precisava afundar. O navio afundou porque o ego, a ganância e o orgulho humano se recusaram a ver o perigo iminente.

Destroços do Titanic - Foto: Reprodução

Destroços do Titanic – Foto: Reprodução

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Você imaginava que essa era a história por trás do Naufrágio do Titanic? Se surpreendeu?

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