Recentemente, o aumento de acidentes envolvendo aviões de pequeno e médio porte no Brasil e em outros países tem gerado preocupações no setor aeronáutico. Em uma entrevista com Lito Sousa, o maior criador de conteúdo sobre aviação no mundo, foram discutidas as causas e as possíveis soluções para essa crescente problemática.

Foto/Globo

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Aumento de Acidentes: Fatores Contribuintes

Lito Sousa iniciou explicando que, para entender porque tantos acidentes estão ocorrendo, é necessário identificar claramente os fatores que contribuem para cada um deles: “Para sabermos o motivo de estar caindo tanto avião agora, seria necessário termos os fatores que contribuíram para que esses acidentes acontecessem, esses fatores estarem bem definidos. Como os relatórios de acidente demoram por volta de um ano ou mais para serem publicados, só vamos ter um panorama melhor do que está acontecendo agora no ano que vem”, afirmou.

Embora os relatórios ainda não estejam disponíveis, ele apontou que é possível analisar um panorama mais amplo a partir dos dados do SIPAER, um portal de transparência da Força Aérea Brasileira. Esses dados indicam que, em 2023, houve um aumento nos acidentes de aviação de pequeno porte causados por fatores humanos.

Erro Humano e Seus Reflexos nos Acidentes

Lito Sousa destacou que, em muitos casos, os acidentes catalogados como falhas de motor em voo, por exemplo, podem ter um fator humano subjacente: “Alguns acidentes são catalogados como falha de motor em voo, mas quando se vai analisar o motivo da falha do motor, encontra-se também um fator humano durante a cadeia de manutenção ou de operação daquela aeronave”, explicou. Além disso, ele enfatizou que a cultura organizacional de segurança também pode ser um fator crítico nos acidentes.

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O painel SIPAER mostra que, em 33% dos acidentes, aspectos psicológicos estão envolvidos. Para o CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), isso significa que tanto a cultura organizacional quanto fatores como estresse, fadiga e tomadas de decisão inadequadas afetam a segurança: “É importante frisar também que até a cultura organizacional de segurança é caracterizada como um fator humano na análise de acidentes. O painel SIPAER, as estatísticas mostram que 33% dos acidentes contam com aspectos psicológicos”, ressaltou Lito.

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O Que Pode Ser Feito para Mudar a Situação?

Lito Sousa propôs algumas soluções para enfrentar esse cenário e reduzir a ocorrência de acidentes. A primeira medida urgente seria a implementação de cursos de fatores humanos para pilotos e mecânicos que trabalham na aviação de pequeno porte: “Esses cursos têm que incluir esses últimos acontecimentos da aviação como uma lição aprendida, isso é muito importante a divulgação, através de cursos especificamente feitos para os fatores humanos, para o entendimento das limitações das capacidades humanas na operação aérea”, afirmou.

Esses cursos, segundo ele, deveriam ajudar a elevar a conscientização sobre os desvios de procedimentos e a importância de seguir as normas de segurança. A mudança de cultura, no entanto, é uma das etapas mais desafiadoras: “O segundo passo é uma mudança de cultura em relação à segurança e à fiscalização da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), mas esse é passo mais demorado, porque mudar a cultura não é uma coisa muito simples”, explicou Lito.

Por fim, o especialista sugeriu que a aviação de pequeno porte poderia aprender com a aviação comercial de grande porte, onde a segurança é mais rigorosa. Ele mencionou que, embora a regulamentação atual da aviação de pequeno porte seja adequada, a cultura de segurança ainda precisa de melhorias: “O regulamento do jeito que está, está bom, mas a cultura ainda não está, então seria importante ter assim conhecimento melhor de como é tratada a cultura de segurança na aviação de grande porte”, concluiu.

Para Lito Sousa, aprender com os erros e adotar melhores práticas de segurança pode ser a chave para reduzir os acidentes e evitar mais tragédias. Assim, a sociedade se protegeria do sofrimento das famílias afetadas, além de promover um ambiente de maior segurança nas operações aéreas de pequeno porte.

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