O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Globo a pagar uma indenização de R$ 10 mil para Suzane von Richthofen. Isso porque, durante uma matéria exibida no Fantástico em junho de 2018, a emissora mostrou um laudo psicológico da ex-presidiária, que era sigiloso. A sentença ainda permite recurso por parte do canal.
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Suzane von Richthofen – Foto: Reprodução
O laudo foi feito para avaliar se a detenta tinha condições de continuar o cumprimento de sua pena no regime semiaberto, e apontou que não havia evidências de que ela era perigosa. Sendo assim, poderia conviver em sociedade, mas ainda demonstrava uma personalidade manipuladora e agressiva camuflada.
Ação
Suzane von Richthofen moveu uma ação contra a Globo alegando que teve sua liberdade invadida e destacando que seu caso estava em sigilo de Justiça. Para o desembargador Rui Cascaldi, ela tem direitos individuais, ainda que faça parte da “história criminal do país”.
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Suzane, na época do crime, logo após ser presa – Foto: Marcos Alves
O relator do processo, ressaltou que, apesar da liberdade de imprensa ser um pilar fundamental da democracia, a exposição de um documento sigiloso ultrapassa os limites da mera informação. “Essa espécie de divulgação, resguardada a liberdade que a imprensa deve ter em um país democrático como o Brasil, transborda a mera informação”, destacou o magistrado em sua decisão.
Suzane venceu a ação em primeira instância, mas a Globo recorreu. No entanto, com a nova derrota no Tribunal de Justiça, a emissora ainda pode buscar reverter a decisão em tribunais superiores. O caso reacende debates sobre os limites da cobertura jornalística e a privacidade de figuras envolvidas em crimes de grande repercussão.
Caso Richtofen
Suzane von Richthofen ficou nacionalmente conhecida em 2002, quando foi condenada pelo assassinato dos próprios pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em um crime que chocou o país. Ao lado do então namorado, Daniel Cravinhos, e do cunhado, Cristian Cravinhos, ela foi sentenciada a 34 anos e 7 meses de prisão. Atualmente, cumpre pena em regime aberto, após a progressão de sua sentença.
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Caso Richthofen – Foto: Wikimedia
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