Cristian Cravinhos, condenado pela morte do casal Richthofen, foi solto na noite desta quarta-feira (5) após uma decisão judicial que permitiu que ele cumpra o restante da pena em liberdade. A juíza responsável pelo caso determinou que ele deverá seguir uma série de regras para permanecer fora da prisão. A soltura ocorreu às 20h55, e até então, Cristian estava detido na Penitenciária “Dr. José Augusto Salgado”, a P2 de Tremembé, no interior de São Paulo. O presídio é conhecido por abrigar condenados de casos de grande repercussão. Ele cumpria pena no regime semiaberto.
O pedido de progressão ao regime aberto foi concedido pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Taubaté. Na decisão, a magistrada ressaltou o bom comportamento do detento e a avaliação psicológica favorável. “Consta nos autos que o sentenciado mantém boa conduta carcerária, possui situação processual definida, cumpriu o lapso legal para progressão de regime em 17/04/2024 e não registra faltas disciplinares nos últimos 12 meses de cumprimento da pena, preenchendo assim os requisitos exigidos pela lei”, afirmou a juíza.

Imagem de arquivo – Cristian Cravinhos. — Foto: Carlos Dias/G1
O Ministério Público de São Paulo havia se manifestado contra a concessão do benefício, mas a juíza considerou que os argumentos apresentados não eram suficientes para impedir a progressão de regime. Entre as regras que Cristian Cravinhos deve seguir estão:
- Comparecimento trimestral à Vara de Execuções Criminais para informar sobre suas atividades;
- Manutenção de ocupação lícita, comprovando-a para a Justiça;
- Respeito ao toque de recolher entre 22h e 6h, incluindo finais de semana e feriados, salvo autorização judicial;
- Proibição de mudança de residência ou de comarca sem autorização prévia;
- Proibição de frequentar bares, casas de jogos e outros locais considerados inadequados ao regime;
Caso descumpra qualquer dessas determinações, Cristian poderá perder o benefício e retornar à prisão.
Desde o ano passado, ele tentava a progressão ao regime aberto, que permite ao condenado cumprir pena fora da cadeia, desde que siga uma série de condições, como permanecer em casa durante os horários estabelecidos e comparecer periodicamente à Justiça para prestar esclarecimentos. A defesa de Cristian afirmou, por meio de nota, que ele “preencheu todos os requisitos exigidos pela Lei de Execução Penal” e que a decisão judicial foi baseada estritamente na legislação vigente. Afirmou ainda que o ex-detento seguirá todas as regras determinadas pela Justiça.
O Ministério Público de São Paulo, que se opôs à decisão, foi procurado pelo g1, mas não se manifestou. Já a Secretaria de Administração Penitenciária informou apenas que cumpriu a ordem judicial para a soltura.

Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé, no interior de São Paulo — Foto: Laurene Santos/TV Vanguarda
Regime aberto e acompanhamento psicológico
No regime aberto, o condenado pode trabalhar durante o dia e deve se recolher em casa à noite, salvo exceções determinadas pelo juiz. Para manter o benefício, deve cumprir uma série de exigências, como permanecer no endereço fixado, seguir os horários estipulados e não sair da cidade sem autorização judicial. No caso de Cristian, a juíza não determinou o uso de tornozeleira eletrônica, mas exigiu que ele informe previamente seu endereço fixo à Justiça.
Um exame psicológico realizado durante o processo de progressão apontou que Cristian tem dificuldades em lidar com emoções e relações interpessoais. Ele foi submetido ao Teste de Rorschach, que indicou traços de rigidez emocional e distanciamento afetivo. O laudo psicológico destacou que, para minimizar riscos de reincidência, ele deverá ter acompanhamento psicológico contínuo e monitoramento intensivo.

Imagem de arquivo – Cravinhos em saidinha temporária — Foto: Reprodução/TV Vanguarda
Histórico criminal
Cristian Cravinhos foi condenado por participar do assassinato do casal von Richthofen, junto com seu irmão Daniel Cravinhos e Suzane von Richthofen, filha das vítimas. Ele já havia progredido ao regime aberto em 2017, mas perdeu o benefício após ser preso em 2018 por agredir uma mulher e tentar subornar policiais em Sorocaba. Atualmente, Daniel Cravinhos também está em liberdade, enquanto Suzane von Richthofen conseguiu a progressão de pena anteriormente e já concluiu seu período sob monitoramento judicial.
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