Com mais de um milhão de seguidores no Instagram e diversos vídeos viralizados na web, Miguel Oliveira, de apenas 14 anos, tem se destacado como um dos missionários mirins mais comentados do Brasil. Conhecido por suas pregações recheadas de revelações e profecias — muitas delas consideradas falsas por críticos —, Miguel divide opiniões entre fiéis e internautas. Enquanto alguns o apontam como uma promessa no cenário religioso, muitos questionam a veracidade de suas mensagens e sua postura teatral.

Miguel Oliveira, o pastor de 14 anos, durante pregação - Foto: Reprodução

Miguel Oliveira, o pastor de 14 anos, durante pregação – Foto: Reprodução

Ligado à Igreja Assembleia de Deus Avivamento Profético, em Carapicuíba (SP), o jovem missionário percorre o país participando de eventos. Comparado a Vitória Souza, apelidada de “pastora do iPhone”, Miguel adota uma linha semelhante à de pregadores que realizam revelações públicas durante os cultos, conquistando plateias cada vez maiores.

As práticas do pregador, que incluem cobranças financeiras e promessas de curas milagrosas, resultaram em um movimento crescente nas redes sociais, com a criação de campanhas e desafios em plataformas como TikTok e X, incentivando protestos contra o religioso. A repercussão dessas denúncias continua a crescer, trazendo à tona questionamentos sobre a ética e a legalidade das atitudes do jovem pregador, que, ao que parece, busca explorar a fé alheia para seu benefício pessoal.

Surdo e mudo

Em seu testemunho, Miguel relata que começou a pregar aos três anos de idade e que teria nascido surdo e mudo, sendo milagrosamente curado para cumprir sua missão. Em uma entrevista, o adolescente “esclareceu” o caso. “Eu nasci com o diagnóstico de que não tenho as cordas vocais, nem os tímpanos”.

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“Eu nasci com a deficiência que retirou as minhas cordas vocais e meus tímpanos, eu nasci sem. E o diagnóstico foi de que seria impossível eu falar e ouvir um dia. Porque, aos olhos da medicina, é algo que não tem cura”, contou ele, em um podcast. “Eu não podia usar o aparelho [auditivo] porque é para aquelas pessoas que tem 1% de audição, e eu tinha 0%”, seguiu.

“Minha mãe só sabia se eu estava doente se eu apontava para a dor, ou chorava. Assim também com fome e sede. Passei um ano, dois anos, até que no dia 12 de abril de 2013, no meu aniversário de 3 anos, eu acordei falando e ouvindo. Isso foi uma ‘chamada’ um ‘martelo’ que Deus bateu do céu”, revelou, por fim.

Críticas e ameaças

O jovem pastor tem sido alvo de intensas ameaças e protestos nos últimos dias, após a divulgação de práticas que geraram grande polêmica dentro e fora da comunidade evangélica. As controvérsias que envolvem o garoto começaram a ganhar destaque nas redes sociais, resultando em manifestações em frente às igrejas onde ele ministra cultos. A crescente tensão levou à intervenção policial em diversos momentos, a fim de garantir a segurança nos locais.

Nas redes sociais, pessoas afirmam que ele precisa levar um “susto”, uma “lição”, para que ele pare com sua atuação em cultos neopentecostais. O religioso entrou na mira até mesmo de parte do segmento evangélico, que reprova os métodos dele. “Deus, leva esse menino”, escreveu uma fiel na rede de Miguel Oliveira.

“Ele precisa é de um susto, mas tem alguém por trás dele. Todos precisam de uma lição, e quem está apoiando e seguindo ele”, diz outro comentário na página do pastor. “Esse pequeno moleque está mais para capeta em forma de gente. Pior que ainda tem gente que acredita. Alguém tem que parar esse moleque o mais rápido possível”.

Pastor mirim pede orações na web - Foto: Instagram

Pastor mirim pede orações na web – Foto: Instagram

Falando em línguas desconhecidas

As duras críticas se baseiam em três pilares. O primeiro é a desconfiança dos fiéis de que Miguel Oliveira fingiria falar línguas desconhecidas para impressionar o público. Essa tese ganhou força após o pastor misturar palavras em inglês como “Off the king the power” durante uma dessas pregações.

Pix

A situação se agravou com a divulgação de denúncias de que Miguel Oliveira estaria cobrando valores que variam de R$ 3 mil a R$ 30 mil para aceitar convites para pregar em outras igrejas.

Fiéis ainda relataram que durante os cultos o pregador solicitava doações via Pix no valor de até R$ 1 mil, algo que causou grande estranhamento entre os membros das congregações. “Quero agora quatro pessoas aqui no altar para doar R$ 1 mil. A velocidade com que você vem é a velocidade com que o milagre [na sua vida] será realizado”, disse ele, durante um culto.

“Poder da cura”

Além disso, o pastor foi atacado por anunciar curas milagrosas durante seus cultos. Ele narra que, em uma de suas primeiras pregações, fez um paralítico jogar as duas muletas fora e correr pela igreja.

Em um dos eventos, o religioso chegou a rasgar o laudo de leucemia de uma fiel presente. “Eu rasgo o câncer, eu filtro o seu sangue e eu curo a leucemia”, bradou, enquanto a mulher chorava diante do livramento divino.

Pastor se pronuncia

Cercado por críticas e alvo de ameaças de morte, Gabriel Oliveira fez um desabafo neste domingo (27). “Estou passando aqui para fazer um pronunciamento junto a todos vocês. Neste final de semana, eu vou pensar, refletir, como já estou refletindo, sobre algumas críticas, claro que todas construtivas, e parar para pensar um pouco sobre algumas coisas a respeito do meu ministério e algumas ações”.

“Quero lhes informar que segunda-feira à noite lançarei um pronunciamento oficial sobre a minha posição. Deus abençoe. Orem pela minha vida se puderem”, finalizou o religioso.

Em março deste ano, em entrevista ao site Fuxico Gospel, o pastor chegou a afirmar que já sofreu ameaças de morte. “Recebi um vídeo, de visualização única, dizendo que, se eu pisasse na cidade de Maringá [para pregar], eu iria levar tiros. Há muitas ameaças também nas redes sociais”.

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