Uma ciclista de 45 anos foi atropelada na manhã de quinta-feira (08), enquanto realizava um treino pela Avenida Guaicurus, em Campo Grande (MS). O acidente foi registrado pela própria vítima, que usava o celular durante o percurso e alegava estar sendo perseguida. A mulher sofreu fraturas e foi socorrida para a Santa Casa da capital.

Reprodução/X
Dinâmica do acidente
As imagens captadas pela ciclista mostram que ela trafegava pela faixa da direita da avenida. Um caminhão aparece vindo atrás e chega a buzinar. A mulher segue pedalando e continua filmando. O caminhão então muda de faixa para a esquerda, e uma caminhonete surge na mesma faixa onde está a ciclista. Em seguida, o motorista da caminhonete acelera e a atropela.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, quando a equipe chegou ao local, a vítima estava consciente, orientada e se queixava de dores. Foi identificada a suspeita de fraturas em ambas as clavículas: “A vítima estava consciente e orientada e se queixando de dores. Devido às possíveis fraturas, foi encaminhada à Santa Casa”, informou a corporação.
Relatos do caminhoneiro
Após o acidente, o motorista do caminhão que seguia atrás da ciclista também divulgou um vídeo com sua versão dos fatos. Ele afirma que a mulher estava no meio da pista e reagiu de forma agressiva após ser alertada: “Cidadã no meio da rua, fui buzinar para ela dar uma afastada, ela mostrou o dedo. Filmando a placa do caminhão, furou o sinal. Depois morre e não sabe o porquê”, disse o caminhoneiro.
Em um segundo vídeo gravado após o atropelamento, ele comenta: “O cara passou por cima da moça que estava na minha frente. Graças a Deus, não fui eu. Era para ser eu. Por causa de uma louca que anda no meio do asfalto com celular ligado”.
Assista abaixo:
Gosto de treta assim, documentada por todos os ângulos pic.twitter.com/C9MC2UOx8g
— Zanfa 2 (@ZanfaVive) May 9, 2025
Estado de saúde e situação da vítima
O irmão da vítima, o advogado Jean Cabreira, informou que a mulher é ciclista competidora e costuma treinar pela Avenida Guaicurus nas manhãs. Segundo ele, a preocupação da família neste momento é com o estado de saúde dela: “Estamos preocupados com o estado de saúde dela nesse primeiro momento”, afirmou.
Jean também criticou a falta de estrutura adequada para o tráfego de ciclistas na via, que não conta com ciclovia ou ciclofaixa.
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Trânsito e legislação
A 2º tenente Thaís Lechuga, do BPMTran, comentou que a conduta da ciclista não configura infração, mas reforçou a importância da orientação para que ciclistas trafeguem próximo à calçada quando não houver estrutura específica: “Quando não há ciclovia ou ciclofaixa na via que estiver transitando, o correto é que o ciclista transite pelos bordos da via para evitar que ocorra algum sinistro de trânsito”, explicou.
Ela também destacou que os condutores de veículos devem manter a distância mínima de um metro e meio ao ultrapassar bicicletas, conforme determina o Código de Trânsito Brasileiro (CTB):
“Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores”, cita o artigo 58 do CTB.
Possível perseguição
O vídeo gravado pela vítima mostra que ela mencionava estar sendo perseguida. Sobre esse relato, a tenente Thaís informou que uma análise será realizada para verificar se houve dolo ou crime por parte do motorista da caminhonete. Até o momento, o caso ainda não foi registrado formalmente na Delegacia de Polícia Civil.
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