Além de ser acusado por apologia ao crime e envolvimento com o tráfico, MC Poze do Rodo também é investigado por tortura e cárcere privado do seu ex-empresário, Renato Medeiros, em sua casa, Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio. Na quinta-feira (29), o funkeiro foi preso em uma ação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Civil. Durante a audiência de custódia, a Justiça do Rio decidiu manter a prisão.

Poze do Rodo foi levado da DRE para a Polinter, na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo

Poze do Rodo foi levado da DRE para a Polinter, na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo

De acordo com o delegado Alan Luxardo, da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), o artista é alvo de um inquérito que apura as acusações de cárcere privado e tortura de do seu ex-empresário. Conforme a Polícia Civil, a vítima relata que foi acusado por Poze de furtar um bracelete em sua residência. Em seguida, o MC e seis comparsas praticaram uma série de agressões físicas contra o ex-empresário “como forma de castigo”, para obter a “confissão” do delito. Em nota, a polícia disse que agentes realizam diligências para apurar as circunstâncias dos fatos.

Durante entrevista ao programa Balanço Geral, da Record, em 2023, Renato Medeiros apareceu com o braço engessado e mostrou hematomas pelo corpo. “Ele não foi só o mandante, ele me bateu foi muito também. Me deu paulada, muita paulada”, contou o ex-empresário de Poze, em entrevista para a Record. Após a prisão do MC, o ex-empresário publicou uma provocação no seu perfil do Instagram: “A conta chegou. Aqui a gente faz, aqui a gente paga, meus amigos”.

Renato Medeiros, com braço enfaixado e ferimentos no rosto, em 2023, quando denunciou seu ex-chefe, o MC Poze do Rodo — Foto: Reprodução

Renato Medeiros, com braço enfaixado e ferimentos no rosto, em 2023, quando denunciou seu ex-chefe, o MC Poze do Rodo — Foto: Reprodução

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Apologia ao crime e envolvimento com o tráfico

Poze foi preso no início da manhã de quinta-feira (29) em sua residência, no Recreio dos Bandeirantes. A peça chave de investigação teria sido a presença do MC em um baile funk na Cidade de Deus, ocorrido dois dias antes da morte de um policial da Core durante uma operação na comunidade, há cerca de dez dias.

Poze do Rodo foi preso em um condomínio no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo

Poze do Rodo foi preso em um condomínio no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo

De acordo com as investigações, o MC realiza shows exclusivamente em áreas dominadas pelo Comando Vermelho (CV). Nessas apresentações, cita a polícia, há a presença ostensiva de traficantes armados com armas de grosso calibre, como fuzis, garantindo a “segurança” do artista e do evento.

Segundo a defesa, policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do funkeiro para recolher joias — muitas delas com símbolos que fariam referência a traficantes ligados à facção criminosa Comando Vermelho — além de celulares, eletrônicos, documentos e possíveis armas de fogo. No entanto, de acordo com o advogado, nenhuma arma foi encontrada na casa.

O repertório das músicas apresentadas por MC Poze também foi analisado, o qual a polícia diz fazer “clara apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incita confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes”.

De acordo com decisão judicial, a investigação da DRE indica que indiciado tenha forte vínculo com o CV, porque teria livre acesso às comunidades dominadas pela facção criminosa e faria os shows com apoio de pessoas armadas com fuzis, além de incentivar o tráfico de drogas e incitar a violência contra os traficantes de drogas pertencentes a outras facções criminosas, conforme divulgado pelo Tribunal de Justiça do Rio.

Veja um histórico de investigações e das prisões do artista:

  • Preso em 2019 durante um show em Sorriso, em Mato Grosso, por apologia ao crime.
  • Em 2021, a polícia do Rio pediu a prisão de Poze por realizar bailes funk na pandemia. A acusação foi arquivada.
  • Em 2023, Poze também respondeu por maus-tratos a animais, depois que seu cachorro comeu maconha durante a gravação de um clipe. A acusação foi arquivada.
  • Em novembro de 2024Poze do Rodo foi alvo da Operação Rifa Limpa.

Em abril deste ano, uma decisão da Justiça restituiu ao cantor os bens que haviam sido apreendidos na operação, como carros de luxo e joias. Desde 2020, Poze respondeu a alguns inquéritos por difamação e injúria, além de perturbação do sossego por vizinhos.

Confira a seguir: [VÍDEO] Mulher de MC Poze denuncia sumiço de joias durante operação: “Cadê o ouro?”.