A trilha de Sembalun até o cume do Monte Rinjani, na Indonésia, foi reaberta neste sábado (28) após o encerramento das buscas e da operação de evacuação da brasileira Juliana Marins, que sofreu um acidente fatal no local. O caso gerou grande comoção e levantou questionamentos sobre falhas no resgate e nas condições de segurança oferecidas aos visitantes do Parque Nacional do Monte Rinjani.

A equipe conjunta de busca e salvamento realiza resgate do corpo de Juliana Marins no Monte Rinjani — Foto: EPA

A equipe conjunta de busca e salvamento realiza resgate do corpo de Juliana Marins no Monte Rinjani — Foto: EPA

Reabertura da trilha

A reabertura foi confirmada por meio de comunicado oficial do Ministério do Meio Ambiente e Florestas da Indonésia, divulgado na sexta-feira (27). O perfil do parque reforçou que o acesso ao local deve seguir normas rígidas:

“Os visitantes que realizarem atividades de caminhada dentro da área do Parque Nacional do Monte Rinjani devem seguir as normas e regulamentos existentes, incluindo a obrigatoriedade de se registrar através do Sistema de Reserva Online de Trilhas de Caminhada (eRinjani)”, destacou a nota.

O acidente

Juliana Marins, de 38 anos, natural do Rio de Janeiro, caiu em uma encosta íngreme durante a trilha e não foi resgatada a tempo. O corpo da brasileira foi encontrado na terça-feira (24) por equipes de socorro, após uma descida complexa por uma área de difícil acesso.

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O trajeto percorrido pelos socorristas foi comparado à altura do Corcovado, no Rio, demonstrando o grau de dificuldade da missão.

Causa da morte

O laudo da autópsia revelou que Juliana morreu devido a fraturas múltiplas e lesões internas causadas pelo impacto da queda. Segundo o médico-legista Ida Bagus Putu Alit, não houve hipotermia, e a vítima teria sobrevivido por menos de 20 minutos após o trauma:

“Devido à extensão dos ferimentos, a fraturas múltiplas e a lesões internas praticamente em todo o corpo, incluindo órgãos internos do tórax”, explicou o especialista.

Falhas no resgate e críticas

Especialistas apontaram diversas falhas na operação de resgate e nas condições oferecidas aos turistas no local. Entre os principais problemas apontados:

  • Falta de exigência de equipamentos de segurança

  • Abandono temporário da vítima na trilha

  • Falta de preparo de guias locais

  • Terreno instável e clima extremo

  • Resgate lento e desorganizado

  • Informações desencontradas

  • Uso limitado de tecnologia

  • Responsabilidade da agência contratada

  • Obstáculos diplomáticos e logísticos

Esses pontos estão sendo debatidos por autoridades, guias e especialistas em turismo de aventura.

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Mochilão pela Ásia

Juliana estava em um mochilão pela Ásia desde fevereiro. Ela já havia visitado países como Filipinas, Vietnã e Tailândia, antes de seguir para a Indonésia. A turista era formada em Publicidade e Propaganda pela UFRJ, morava em Niterói (RJ) e também atuava como dançarina de pole dance.

A tragédia trouxe à tona a necessidade de maior fiscalização e preparo em destinos de ecoturismo internacional, principalmente em áreas com risco geológico e limitações logísticas para resgate.

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