O tradicional Posto 6, localizado na extremidade leste da Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, chamou atenção ao anunciar uma medida inusitada e provocativa: a cobrança de uma taxa extra de 50% para clientes de nacionalidade americana. O anúncio foi feito no dia 11 de julho, por meio de uma publicação no perfil oficial do estabelecimento no Instagram. Segundo os responsáveis pelo posto, a medida é uma resposta simbólica à política de tarifas adotada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

Na postagem, o Posto 6 justificou a decisão como um gesto de “reciprocidade”, fazendo referência à antiga tarifa imposta por Donald Trump sobre mercadorias importadas do Brasil. “Se os EUA nos taxam, por que não podemos retribuir?”, dizia a legenda da publicação, que dividiu opiniões nas redes sociais.

O Posto 6 é um ponto bastante conhecido de Copacabana, não apenas por sua localização privilegiada no fim da icônica praia, mas também por sua forte ligação com a cultura local. Além de servir como base de apoio para banhistas, surfistas e frequentadores da orla, o local abriga uma colônia de pescadores que comercializa peixes frescos diretamente ao público. Ao longo dos anos, tornou-se um espaço que mistura tradição, turismo e vida cotidiana do bairro, recebendo tanto moradores quanto visitantes de diversas partes do mundo.

A proposta de cobrar uma taxa seletiva para americanos levantou debates sobre xenofobia, legalidade e liberdade comercial. Alguns internautas apoiaram a medida como uma forma criativa de protesto econômico, enquanto outros a criticaram por ser discriminatória e ineficaz, já que não possui respaldo legal no âmbito tributário formal. Especialistas em direito do consumidor e relações internacionais apontaram que estabelecimentos privados até podem praticar preços diferenciados em casos justificados — como descontos para estudantes ou moradores locais —, mas que uma cobrança baseada em nacionalidade pode configurar prática abusiva ou até discriminatória.

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Curiosamente, o episódio ocorreu na mesma semana em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, no dia 14 de julho, o decreto que regulamenta a chamada Lei de Reciprocidade Econômica. A norma, publicada no Diário Oficial da União em 15 de julho, estabelece diretrizes para a aplicação de medidas econômicas em resposta a sanções ou restrições comerciais impostas por outros países. Embora o decreto trate de medidas de caráter oficial, relacionadas à política externa e comércio internacional, sua divulgação reacendeu o debate sobre como o Brasil pode — ou deve — reagir a práticas comerciais consideradas injustas por parte de outras nações, especialmente as mais ricas.

Até o momento, o estabelecimento não se pronunciou novamente sobre a aplicação efetiva da taxa ou se irá manter a decisão diante da repercussão negativa e dos possíveis questionamentos legais. Também não houve manifestação oficial da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil sobre o caso.

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