O rapper Mauro Davi Nepomuceno dos Santos, conhecido como Oruam, de 25 anos, está no centro de uma grave investigação conduzida pela 16ª DP (Barra da Tijuca), no Rio de Janeiro. Ele é suspeito de ter cometido tentativa de homicídio contra dois agentes públicos durante uma ação da Polícia Civil no bairro do Joá, Zona Oeste da cidade, no início desta semana.

Foto: Dazed/Pedro Napolinário
Ação Policial e o Início da Confusão
Na segunda-feira (21), o delegado Moyses Santana Gomes e o oficial de cartório Alexandre Ferraz foram até a residência de Oruam com a missão de cumprir um mandado de apreensão contra um adolescente supostamente envolvido com o tráfico de drogas. A informação obtida pela equipe policial indicava que o menor estaria escondido na casa do rapper.
De acordo com o registro da ocorrência, os policiais utilizaram uma viatura descaracterizada e realizaram a abordagem na rua, no momento em que o adolescente deixava o imóvel acompanhado de outras pessoas.
Enquanto o jovem era conduzido até o veículo, outro rapaz teria começado a xingar os agentes. Nesse momento, segundo a Polícia Civil, Oruam apareceu na varanda da casa acompanhado de ao menos oito homens. O grupo teria passado a arremessar pedras e paralelepípedos contra os policiais. Alexandre Ferraz foi atingido duas vezes. A ofensiva permitiu que o adolescente fugisse da viatura.
Relato dos Policiais e Reforço no Local
Após a fuga, ainda conforme o boletim, Oruam e os demais envolvidos “desceram e passaram a ofender os policiais com xingamentos, além de ameaçá-los, e continuaram a arremessar pedras contra os mesmos, danificando também a viatura descaracterizada”.
Os policiais, sentindo-se em risco, solicitaram reforço. Viaturas da Polícia Civil e da Polícia Militar foram enviadas ao local para garantir a integridade física dos agentes.
Investigação da Tentativa de Homicídio e Outros Crimes
O caso foi inicialmente registrado pela 16ª DP como tentativa de homicídio. O procedimento descreve a ação como “prática do crime de homicídio em sua forma tentada”.
Paralelamente, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), chefiada pelo delegado Moyses Santana, também investigava Oruam por envolvimento com o tráfico. A Justiça decretou sua prisão preventiva na terça-feira (22), data em que o cantor se apresentou à polícia.
Oruam foi indiciado por sete crimes:
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Tráfico de drogas
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Associação para o tráfico
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Resistência qualificada
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Desacato
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Dano qualificado
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Ameaça
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Lesão corporal
Posicionamento da Defesa
O advogado de Oruam, Dr. Fernando Henrique Cardoso, negou as acusações e questionou a legitimidade do inquérito em entrevista ao portal LeoDias. Segundo ele: “Mauro não atentou contra a vida de ninguém, e isto será devidamente esclarecido nos autos do processo que trata dos fatos”.
Ainda segundo o defensor: “Causa perplexidade uma notícia da mídia de que houve a abertura de um inquérito sobre fatos apurados em outro flagrante cujo indiciamento fora de lesão corporal e que teve, como resultado pericial, a conclusão de que a lesão supostamente sofrida pelo policial não causou risco de vida”.
Entrega Voluntária e Declarações do Cantor
Antes de se apresentar à Polícia, Oruam divulgou um vídeo nas redes sociais afirmando que não é criminoso: “A todos vocês que gostam de mim, vou me entregar, tropa. Não sou bandido, valeu?”.
Após desembarcar na Cidade da Polícia, o artista disse: “Só quero pedir desculpas mesmo. Dizer que amo muito meus fãs. Eu vou dar a volta por cima, tropa. Estou com Deus e está tudo tranquilo. Sou forte!”.
Ligação com o Crime Organizado
O adolescente que fugiu da viatura e depois se entregou é apontado como um dos principais roubadores de carros do estado e atua como segurança de Edgar Alves, o Doca, líder do Comando Vermelho. A polícia afirma que Oruam é filho de Marcinho VP, considerado um dos principais líderes da mesma facção criminosa no Rio de Janeiro.
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Classificação de Alta Periculosidade
Oruam está atualmente preso na Penitenciária Dr. Serrano Neves, conhecida como Bangu 3A, no Complexo de Gericinó, unidade destinada a presos com ligação ao Comando Vermelho. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) o classificou como detento de alta periculosidade, no terceiro grau de risco (em uma escala que vai até o quarto nível). A classificação exige o envio de relatórios individuais de conduta para as inteligências das polícias.
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