A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) investiga a empresária Rosangela Silva Pinto, suspeita de homofobia após áudios atribuídos a ela circularem em Marialva, no norte do estado. O caso foi registrado em boletim de ocorrência na última terça-feira (12), depois que uma enfermeira, lésbica, afirmou ter sido discriminada durante um processo seletivo para uma clínica geriátrica que será inaugurada na cidade.

Dona de clínica é investigada após áudio vazado: 'Se for homossexual, nem precisa mandar contato'

Reprodução/Internet

O que dizem os áudios?

Nas gravações, entregues à polícia, a empresária afirma que não contrataria pessoas homossexuais. Em mensagem enviada à própria vítima, Rosangela disse: “Se você quiser me indicar técnicos de enfermagem homens, que não ‘seje’ homossexual. Porque homossexual eu não admito na minha equipe, tá? Então, assim, é somente homens, tá? E lésbica também não, tá? Mulheres e homens profissionais da enfermagem, entende?”.

Em outro áudio, enviado para quem havia indicado a enfermeira, ela declarou: “O problema é quando [a homossexualidade] sai das quatro paredes para a sociedade. E quer que a gente engula, quer que a gente aceita”.

Ouça abaixo:

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Investigação

Segundo o delegado Aldair Oliveira, responsável pelo inquérito, a empresária foi intimada a depor nesta sexta-feira (15), mas apresentou atestado médico e não compareceu. O depoimento foi remarcado para a segunda-feira (18).

A denúncia é apurada com base na Lei 7.716/89 (Lei do Racismo), que também abrange crimes praticados contra a população LGBTQIAPN+ até que seja criada uma legislação específica.

A vítima

A enfermeira contou no boletim de ocorrência que inicialmente havia sido aprovada para o trabalho, mas foi comunicada pela empresária de que não seria contratada, recebendo em seguida os áudios com a justificativa e um pedido de indicações de outros profissionais.

O g1 procurou Rosangela Silva Pinto, que afirmou não ter nada a declarar sobre o caso.

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