Uma menina de seis anos foi resgatada nesta quinta-feira (04) em Sorocaba, no interior de São Paulo, após permanecer em cárcere privado dentro de uma residência no Jardim Santa Esmeralda. Segundo as autoridades, a criança nunca teve contato com o mundo exterior, não frequentou a escola e não recebia acompanhamento médico ou vacinas. O caso foi descoberto após denúncia anônima, que levou à prisão dos pais da menina.

Casa onde criança foi encontrada em Sorocaba (SP) — Foto: Divulgação

Casa onde criança foi encontrada em Sorocaba (SP) — Foto: Divulgação

Condições da criança

De acordo com o Conselho Tutelar, a menina foi encontrada em estado de extrema vulnerabilidade. A criança não fala, apenas emite sons, e demonstrou encantamento ao ter contato com o ambiente externo pela primeira vez. Segundo a Polícia Civil, ela nunca teve contato com outras crianças, não consumia alimentos sólidos e não tinha cuidados básicos de higiene, incluindo banho e corte de cabelo.

Um vídeo divulgado por autoridades mostra o momento em que a menina recebeu cuidados iniciais, como o corte de cabelo, reagindo de forma emocionada à intervenção.

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Atendimento e primeiros cuidados

Após o resgate, a equipe de saúde realizou uma avaliação completa da criança. Além do corte de cabelo, a menina recebeu acompanhamento nutricional e começou a ser introduzida a uma alimentação adequada. O abrigo também iniciou atividades que permitem o contato com outras crianças, favorecendo a socialização e a adaptação ao novo ambiente.

Ação das autoridades

O encontro da criança ocorreu após uma denúncia anônima que mobilizou equipes da Polícia Civil e do Conselho Tutelar de Sorocaba. Os pais da menina foram detidos preventivamente e encaminhados às autoridades para responder pelos crimes de cárcere privado e omissão de cuidados essenciais à criança. A vítima foi acolhida imediatamente por um abrigo da região e levada ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), onde passará por exames e acompanhamento médico e psicológico.

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Apoio psicológico e social

Especialistas alertam que casos como este exigem acompanhamento prolongado. A criança terá suporte psicológico para lidar com o isolamento vivido e acompanhamento social para garantir seus direitos básicos. O Conselho Tutelar destacou a importância de monitorar a situação e assegurar que a menina tenha acesso a educação, saúde e oportunidades de desenvolvimento.

Investigação e apreensão de celulares

Durante a ação policial, três celulares foram apreendidos na residência e passarão por perícia para auxiliar na investigação do caso. A delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Renata Zanin, explicou que conversou com a mãe da criança e avaliou o comportamento da mulher: “Parece não entender a gravidade da situação”, disse a delegada.

A conselheira tutelar Lígia Guerra reforçou o estado de vulnerabilidade da menina: “Todos os direitos dela foram violados. Ela nunca conviveu com outras crianças. Quando nos encontramos com ela, estava muito apática. O cabelo tinha um nó único, como se nunca tivesse sido lavado. Ela estava sem se alimentar e ficou deslumbrada com tudo, com o mundo, como se nunca tivesse saído da casa”.

As informações obtidas com os celulares e os laudos médicos serão fundamentais para que as autoridades determinem o que aconteceu com a menina e como será o acompanhamento dela daqui para frente.

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