O ex‑BBB Michel Nogueira, de 34 anos, chamou a atenção nas redes sociais neste sábado (05) ao ser reconhecido enquanto trabalhava como motorista de aplicativo pelas ruas de Belo Horizonte, Minas Gerais. O episódio surpreendeu os passageiros, viralizou no X (antigo Twitter) e reacendeu o debate sobre fama, trabalho e reinvenção pessoal após o fim de um reality show.

Reprodução/Globo
O veículo usado por Michel nas corridas é o mesmo Chevrolet Equinox que ele ganhou como prêmio durante o Big Brother Brasil 24, avaliado em cerca de R$ 227 mil na época. O carro quase foi vendido pouco depois de entregue, em agosto do ano passado: “Não precisava de um carro desses e pensei em comprar um popular com o valor. Mas fui me apegando e ele foi ficando parado”, contou o ex‑brother. Com o tempo, a decisão de mantê-lo fez sentido: além de estar rodando pelas plataformas de mobilidade, o veículo virou instrumento de conteúdo e conexão com o público.
Da sala de aula à direção
Antes da fama, Michel era professor de Geografia e cursava o último período da faculdade de Medicina Veterinária. Com a visibilidade conquistada após o reality, ele migrou para a carreira de influenciador digital, mas ainda nutre o desejo de retornar à sala de aula: “É o meu propósito, mas não conseguiria conciliar com o trabalho de influenciador. Não tem como assumir a responsabilidade de uma sala de aula, ou de uma clínica, com a agenda de viagens e da carreira de influenciador digital. Nem essa diversidade de renda”, explicou.
Escolha pela flexibilidade
Foi justamente essa multiplicidade de interesses que o levou a considerar novas possibilidades: “Pensei: por que não virar motorista de app? Amo dirigir. Gosto de saber histórias, compartilhar experiências. Estou conhecendo mais a minha cidade com o carro que ganhei”, disse.
Segundo ele, o aplicativo oferece a flexibilidade e a liberdade que sua rotina exige: “O carro se encaixa em uma categoria superior, que dá para tirar um dinheiro legal. E aí comecei. Estou gostando muito, além de ser mais uma forma de entrar dinheiro também. Então, assim, tá tudo perfeito, sabe?”, completou.
Início no aplicativo e rotina de trabalho
Michel revelou que se cadastrou na plataforma há cerca de dois meses e ainda não completou um mês cheio de trabalho como motorista. Ainda assim, tem aproveitado ao máximo a experiência, conciliando os horários com a vida de influenciador: “Normalmente, fico 8 horas rodando, mas tem dia que são só três. Hoje, estou descansado e acho que vou rodar umas 8 horas. Inclusive, quem me vir, sou eu mesmo”, brincou.
Reconhecimento nas corridas e interação com passageiros
O reconhecimento por parte dos passageiros é comum. Em uma das corridas, um grupo de amigos que saía de um bar reconheceu Michel e o assunto rapidamente virou o BBB: “Na hora que me reconheceram, começaram a perguntar sobre o programa. Uma das meninas tinha o sonho de entrar e pediu dicas. Virou um evento. Eu gosto disso, da farra, da bagunça. É divertido. Algumas pessoas se vergonham, só falam que me reconhecem no fim da viagem”, contou. Ele destaca que, apesar de ter sido visto na televisão, continua sendo uma pessoa comum, com contas, compromissos e “corres” como qualquer outra: “Estamos todos atrás do nosso corre, né?”.
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Publicação no X citando a nova ocupação de Michel Nogueira — Foto: Reprodução/X
Experiências profissionais antes da fama
A trajetória de Michel sempre foi marcada pela pluralidade. Além de professor, já foi animador de festa, caixa móvel de eventos e até cursou formação de comissário de bordo, tendo sido aprovado pela ANAC: “Sempre fui diverso, sabe? Nunca fiquei parado. Gosto de fazer coisas pela primeira vez. Desde uma coisa simples, vou aumentando a minha listinha e ticando. Acho que oportunidade a gente faz”, afirmou.
Críticas e desvalorização de profissões
Michel também não se intimida com críticas ou preconceitos por assumir uma função considerada comum após passar pela TV: “Quando fazem isso, acho que é um desrespeito com a categoria. No meu caso, a de motoristas por aplicativo. Tem gente que tira muito mais dinheiro que muitas profissões que as pessoas colocam como se fossem melhores”, destacou.
Sobre os haters, ele disse que já está calejado, mas confessa que foi difícil no início: “Tem gente que não gosta da gente por nada. Na época, minha equipe pediu para eu ir com calma nos comentários, mas queria muito ver. Hoje, não leio. Ou, quando leio, não faz diferença. Não perco meu tempo. Respondo com carinho, que nunca é demais. Foi difícil, mas consegui”.
O peso das ofensas e superação
Ele ainda relembrou uma das mensagens mais duras que recebeu: “Nunca vi um corpo poder ser gay e gordo, só faltou ser preto”. Segundo Michel, essa frase o marcou profundamente: “Hoje, sei lidar com isso. Tudo que falam, não me veste. Não sou eu. As pessoas não sabem um terço da minha vida”, desabafou. Para ele, o que importa é a opinião das pessoas próximas: “Se minha família ou meus amigos sinalizam algo, eu avalio”.

Reprodução/Instagram
“Trem de Rodas” e turismo com propósito
A relação com o carro também ultrapassa o universo das corridas por aplicativo. Em janeiro e fevereiro deste ano, Michel idealizou e produziu a série “Trem de Rodas”, onde percorreu a Estrada Real com o veículo e registrou o trajeto histórico por onde o ouro de Minas era levado a Portugal. A proposta era mostrar a simplicidade das cidades mineiras e valorizar o patrimônio cultural do país: “O meu conteúdo é esse. Mostrei a experiência real. Como foi em Parintins agora, que fiz questão de ir de barco de Manaus. Bem raiz, para sentir como é. Porque isso que me enriquece. Amo conhecer histórias e vivê-las”.
Planos para o futuro
O plano agora é expandir esse conteúdo cultural e turístico, mas com um olhar mais humano e menos glamouroso: “Não quero ser aquele que mostra assim: ‘Ai, gente, olha esse hotel que a gente vai ficar que maravilhoso’. Não. Quero mostrar a experiência que estou vivendo naquele lugar”.
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