O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (21) e mostrou pela primeira vez a tornozeleira eletrônica que passou a usar por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Em discurso aos apoiadores, Bolsonaro classificou a medida como uma “humilhação”.

Jair Bolsonaro exibiu o aparelho na saída da Câmara - Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Jair Bolsonaro exibiu o aparelho na saída da Câmara – Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

“Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou ele, antes de mostrar a tornozeleira eletrônica.

Vale destacar que a tornozeleira foi determinada após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou risco de fuga do país e intimidação a ministros do STF, da PGR e da Polícia Federal. Bolsonaro é réu por uma tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O ministro Alexandre de Moraes determinou a aplicação da tornozeleira após pedido da PGR, que entendeu que o ex-presidente age para atrapalhar as investigações.

Bolsonaro mostra tornozeleira - Foto: Metrópoles

Bolsonaro mostra tornozeleira – Foto: Metrópoles

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Bolsonaro tinha a intenção de participar de coletiva de imprensa ao lado dos deputados, mas foi demovido da ideia após decisão do ministro Alexandre de Moraes, proibindo que entrevistas com o ex-presidente fossem veiculadas nas redes sociais.

O pedido da PGR

No documento enviado ao STF, a PGR afirmou que Bolsonaro e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro atuaram para intimidar autoridades brasileiras e buscar sanções internacionais contra membros do STF, da PGR e da PF. O órgão afirmou ainda que Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões ao filho, que estava no exterior promovendo ações consideradas obstrutivas.

Com isso, o procurador-geral Paulo Gonet Branco pediu:

  • Tornozeleira eletrônica;
  • Proibição de entrada em embaixadas estrangeiras;
  • Proibição de contato com embaixadores.

O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.

Bolsonaro pode ser preso após descumprir regra do STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ser preso nesta terça-feira (22), caso os seus advogados não apresentem justificativa ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a quebra de uma das medidas restritivas impostas ao político. A restrição acontece após Bolsonaro descumprir a proibição do uso das redes sociais, seja de forma direta ou por meio de terceiros.

Isso porque, na segunda (21), o ex-presidente fez uma aparição nas redes sociais de aliados, a exemplo do deputado Maurício do Vôlei (MG). Ao lado do mineiro, Bolsonaro exibiu a sua tornozeleira eletrônica, e em seguida, deu entrevista aos jornalistas no Congresso Nacional, em Brasília. Antes, ele também participou de um evento do PL no local, que foi transmitido ao vivo nas redes sociais.

Deste modo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, advertiu a defesa do ex-presidente para que no prazo de 24 horas apresentassem uma manifestação sobre o caso. “Intimem-se os advogados regularmente constituídos por Jair Messias Bolsonaro para, no prazo de 24 horas, prestarem esclarecimentos sobre o descumprimento das medidas cautelares impostas, sob pena de decretação imediata da prisão do réu”, escreveu Moraes na decisão.

Confira a seguir: PF cumpre mandados na casa e no escritório de Jair Bolsonaro; saiba o que foi encontrado.

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