Uma operação da Polícia Civil resultou na prisão de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam. Ele agora é réu por tentativa de homicídio qualificado contra agentes da corporação. A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) foi aceita pela juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, que sofreu uma tragédia pessoal no início do ano, ao perder o marido, o policial João Pedro Marquini, assassinado por traficantes do Comando Vermelho.

Foto: Denise Lima/Reprodução
No dia 30 de março, João Pedro, de 38 anos, lotado na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), foi morto em uma tentativa de assalto na região da Grota Funda, Zona Oeste do Rio. Ele havia se deparado com criminosos que retornavam de um ataque à comunidade do Antares, em Santa Cruz. A juíza, que vinha logo atrás em outro carro blindado, também foi alvo dos bandidos, mas saiu ilesa.

O marido da juíza Tula Mello, o policial João Pedro Marquini, foi morto no início do ano — Foto: Reprodução/Instagram
Segundo as investigações, o grupo criminoso havia saído da Ladeira dos Tabajaras, na Zona Sul, para realizar o ataque em Antares, local marcado por uma disputa entre milicianos e traficantes do Comando Vermelho. Os criminosos pretendiam roubar os veículos de João Pedro e Tula para escapar sem levantar suspeitas, já que o carro em que estavam apresentava marcas de tiros do confronto.
No último dia 30, a juíza lamentou publicamente a perda do marido e expressou sua dor nas redes sociais. “As pessoas me perguntam com frequência ‘Como você está?’. Estou indo, estou bem. Mas a verdade é que jamais estive bem. Como suportar ver seu amor ir embora, sem chance de despedida? Como entender tanta crueldade, na vida de quem sempre lutou por justiça?”, escreveu.

Foto: Felipe Cardoso/TJRJ
Oruam, que é filho de Marcinho VP — um dos líderes do Comando Vermelho —, foi preso após, junto com outros comparsas, atacar policiais no dia 21, com o objetivo de impedir o cumprimento de um mandado de busca e apreensão contra um menor investigado por tráfico e roubo. O rapper já respondia a sete outros crimes: tráfico de drogas, associação para o tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal. Esta é a primeira vez que se torna réu por tentativa de homicídio. A juíza Tula também determinou um novo mandado de prisão preventiva.
De acordo com o MPRJ, os acusados agiram com dolo eventual, ou seja, assumiram o risco de matar. As pedras arremessadas contra os policiais chegavam a pesar até 4,85 kg, com potencial de causar lesões fatais.
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