O Brasil se despede de um dos maiores nomes do samba neste fim de semana. O velório de Arlindo Cruz, que morreu aos 66 anos, será realizado no formato de gurufim, um ritual tradicional de matriz africana que transforma o momento de luto em uma celebração da vida. O corpo do cantor será velado na quadra do Império Serrano, escola de samba da qual foi um dos principais símbolos, reunindo amigos, familiares e fãs em uma homenagem marcada por música, lembranças e emoção.

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O que é o gurufim?

O gurufim é uma cerimônia que une elementos da religiosidade africana, da cultura popular e das rodas de samba. Ao contrário de um velório convencional, o clima é de confraternização, com música, comida e histórias sobre a vida de quem partiu. A tradição, que remonta ao período da escravidão, nasceu como uma forma de resistência e preservação cultural, permitindo que a comunidade celebrasse a trajetória de seus membros mesmo diante da dor da perda.

Para o historiador Luiz Antônio Simas, o gurufim é “uma forma de enganar a morte”, criando um ambiente em que a memória do falecido permanece viva por meio de cantos, batuques e alegria.

Enterro de Bira Presidente

Enterro de Bira Presidente — Foto: Marcelo Theobald

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Como será a despedida de Arlindo Cruz?

A cerimônia está marcada para começar às 18h deste sábado (09) e seguirá até as 10h de domingo (10), com entrada aberta ao público. Haverá um momento reservado exclusivamente para familiares e amigos próximos, garantindo um espaço de intimidade antes da abertura geral. Durante toda a noite, a quadra do Império Serrano receberá apresentações musicais, rodas de samba e homenagens que relembrarão a carreira de Arlindo Cruz, marcada por sucessos como “Meu Lugar” e “O Show Tem Que Continuar”.

A família fez um pedido especial: que todos compareçam vestidos com roupas claras, simbolizando luz, paz e alegria, valores que o sambista carregou em sua vida pessoal e artística. O sepultamento está previsto para as 11h de domingo, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.

Uma tradição no samba

O gurufim já marcou a despedida de outros grandes nomes da música brasileira. Beth Carvalho foi velada na sede do Botafogo ao som de “Andanças”, enquanto Monarco recebeu homenagens na quadra da Portela, com apresentações de Paulinho da Viola e Marisa Monte.

Outros artistas como Almir Guineto, Bira Presidente e Sérgio Cabral também tiveram despedidas semelhantes, sempre cercadas por amigos, músicos e admiradores. Esses eventos reforçam a importância do samba como elemento de união e identidade cultural, transformando a dor da partida em um momento de celebração.

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O legado de Arlindo Cruz

Mais do que um cantor e compositor de sucesso, Arlindo Cruz foi um representante fiel das raízes do samba, dedicando sua vida a preservar e renovar o gênero. Ao longo de décadas, colaborou com grandes nomes, compôs clássicos e levou o samba para novos públicos, sem perder o vínculo com as comunidades que o inspiraram.
Sua história, marcada por talento, carisma e resistência, faz com que sua despedida seja não apenas um momento de luto, mas também de gratidão. O gurufim será, portanto, a expressão mais fiel do que foi a vida de Arlindo: um encontro de música, afeto e celebração.

Descanse em paz!

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